Quarentena e um.

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Pov's Danielle.

Ter ido conversar com meu pai foi a pior coisa que eu fiz, a influência que ele tinha em cima de mim era enorme, e eu caí igual a um patinho.
Em poucas horas eu consegui perder tudo que eu levei anos pra conquistar, eu deixei o amor da minha vida, a minha carreira dos sonhos.

Meu coração doía como se levasse 1000 chicotadas, eu nunca fui tão fria, eu sabia que se continuasse ali naquele abraço eu jamais teria forças pra deixá-la.

Depois que eu saí da casa dela, fui direto pedir minha demissão, mas krista não desistiria tão fácil assim de mim, me deu um tempo para pensar.

No caminho para casa, eu só conseguia chorar, mal enxerguei a estrada pela quantidade de lágrimas que saia dos meus olhos, eu sentia tanta raiva e não sabia muito o que pensar, só queria algo para me tirar da realidade, parei num mercadinho, enchi o carrinho de todas as bebidas alcoólicas possíveis, soluçando saquei meu cartão para pagar.
A moça que me atendeu, me perguntou se eu estava bem, o que visivelmente eu não estava, dei meu endereço para ela e disse "em sete dias você chama a polícia, meu cachorro vai estar com fome e os vizinhos não vão sentir o cheiro do meu cadáver podre."
A coitada ficou assustada e perguntou se podia me ajudar, mas eu fui muito ignorante, paguei minha conta e sai.

Cheguei em casa, coloquei Ford para dentro, despejei um saco de ração em sua tigela, peguei um balde grande, com água.
E segurando todas as bebidas no meu colo fui para o banheiro e me tranquei lá, bebi e chorei até meu corpo não aguentar mais.

Eu já não tinha ideia se era dia ou noite, ou se já havia se passado dias, eu só fiquei deitada naquele chão frio, as garrafas quase todas vazias, sentia meus olhos inchados de tanto chorar, a minha cabeça doía, na verdade tudo doía, meu corpo inteirinho.
Cambaleando, levantei e peguei alguns remédios e tomei sem ao menos olhar para que servia.
Eu só queria morrer, e não sentir mais nada.

Eu ouvia batidas, mas não conseguia me manter consiente por muito tempo, aquilo parecia um sonho muito louco e dolorido.

Quando na verdade era Angel, a moça do mercadinho que ficou preocupada, fazia três dias que eu me tranquei no banheiro, eu nem me dei conta que deixei a casa aberta.
Angel ficou com medo de que eu realmente estivesse morta, foi até minha casa, percebeu que estava aberta, entrou em todos os cômodos, logo de cara viu Ford com a tigela cheia de ração, e logo deduziu que eu estava falando sério.
Entrando no meu quarto, percebeu que eu estava trancada no banheiro, bateu, bateu, e só ouvia murmúrios.
Achou meu celular, que estava com muitas mensagens e ligações de Stef, olhando as manchas das minhas digitais na tela, ela conseguiu desbloquear meu celular.

Ligou para Stefania e sem sorte ela não atendeu.

Mas deixou uma mensagem.

" Oi sou Angel, então.. a dona do celular, uma moça loira, passou no mercadinho do bairro, há uns dias, comprou várias bebidas e deu a entender que iria se matar, ela está trancada no banheiro, não responde, estou preocupada, em 5 minutos vou acionar a polícia."

Mas logo um de seus vizinhos percebeu a movimentação estranha na casa de Danielle e gritou dizendo para Angel se retirar da propriedade privada.
Ela ficou com medo de causar problemas e saiu.

Pov's Stefania.

Não era Danielle que havia entrado na minha casa aquela noite, eu tentava a reconhecer, mas era impossível, ela foi grossa, fria, totalmente ignorante.
No fundo eu imaginava o que havia acontecido, mas ela conseguiu me magoar, chorei até minha cabeça doer, eu gritei e ouvir músicas, mas nada fazia aquela dor dentro de mim passar.

No outro dia eu fui trabalhar, chegando lá me perguntaram o porque do pedido de demissão de Danielle, ali eu tive certeza que ela tinha me deixado.

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⏰ Última atualização: Jan 12, 2022 ⏰

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