Capítulo - 03

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Atualmente.

Que foi garota? Tenho tua marca?

Ai credo, nem me achei no lixo.

Vadia malcriada.

Aprendi contigo, periguete de quinta.

— Chega vocês duas. — Carlos.

— Essa traficante ai.

— Traficante?

— É bobagem dela amor, essa vadia quer te por contra mim.

— Bobagem tua bunda de grilo, sua safada. Traficante sim, e posso provar.

— Chega Katherine, que saco, fica me enchendo com histórias bobas sobre a Chelle.

— Histórias bobas, haha, sabe o que é bobo também? Tua cara, enquanto tu ta no escritório essa vadia ta dando pra algum macho bandido na tua cama!

Senti meu rosto queimar, Carlos me deu um tapa tão forte que me fez dar um passo para trás.

— Você não vale nada, feliz é a minha mãe, que se livrou de ti, um velho xifrudo, que dorme na cama onde tua puta da pra vários bandidos.

— Chega! Garota insuportável! Vadia é você, acha que eu não sei que tu anda com todo mundo também? Uma puta, igual ou até pior que tua mãe. Duas vadias que não valem nada!

— Quem não vale nada aqui é tua vadia, sabia que ela trabalha com tráfico de drogas e de órgãos papai? Tirando a vida de inocentes pro mercado negro! Ela sim não presta assim como o senhor, que vai na zona, caçar alguma outra puta que te aguente!

Logo veio outro tapa, um... Dois... Três... Quatro... Jogada no sofá, e de onde paramos... Cinco... As lágrimas vinham incontrolavelmente, não queriam parar, era uma, duas, três e assim por diante.

Tapas e tapas foram desferidos em meu rosto, e eu? Já estava acostumada, nem tentava me defender, apenas chorava, sentindo minha oele queimar enquanto o sangue escorria do meu nariz e boca.

Era rotina já, era só falar uma verdade e pronto, paulada na certa.

Vontade de vender eles pro capeta? Sim ou com certeza?

— Mas o que é isso? Afastes dela agora, Carlos! — a voz de um homem soou, nos fazendo olha-lo.

— Senhor Bellucci. — vi Michelle passar as mãos por seu vestido vermelho.

— O que está havendo aqui? — Victória entrou pela porta, e assim que seu olhar caiu em mim, ela ficou espantada.

— Oi Vick, vem logo. Aproveita e me bate também, não ta vendo? Sou o saco de pancadas do papai e da minha madrasta favorita. — sorri falsa, derramando mais lágrimas, agora as fazendo se misturar com o sangue.

— Meu Deus, como isso? Me diga Carlos! Olha o estado dessa pobre moça! Como faz isso com a própria filha? Diga! — o velho gritava, exigindo respostas.

— Ela mereceu senhor, estava dizendo horrores aqui! — Carlos falou sem se mover, com os olhos esbugalhados.

— Horror é o que a tua putinha faz! Vendendo órgãos inocentes no mercado! Ela te traí! Te usa, insulta sua filha e você faz o que? Acredita nela e me bate todos os dias, me insultando. Eu tive com você por 17 anos Carlos! Eu cuidei de você! Eu fiz tudo que estava ao meu alcance! Eu fiz coisas horríveis pra te dar comida, por 3 anos eu mantenho essa casa, você faz o que no escritório? Só põe essa bunda gorda lá de enfeite, por que eu pago as contas, eu limpo, passo, lavo, cozinho, faço compras e tudo à troco de que? 17 anos limpando tudo, 10 anos aturando você bêbado, recebendo caridade, e sete anos apanhando direto. Eu tenho que acordar cedo pra ir na aula, eu chego e tenho que limpar tudo pai. — deixei lágrimas grossas caírem, espremendo meus olhos e continuei — Eu faço sua comida, limpo sua bagunça. E você Michelle? Eu faço tudo nessa casa pra vocês, eu NUNCA recebi um obrigada de vocês, nunca perguntaram se eu estava bem... Só sabem me insultar, me bater e escravizar. Eu to esgotada, chego da aula, limpo a casa e cozinho, e vou trabalhar, chego e apanho por falar uma ou duas palavras. Mas eu nunca fiz nada de ruim pra ninguém, nunca te fiz um mal Michelle; mas mesmo assim, você só pensa na minha morte. — todos ouviam calados.

Victória estava me segurando, eu tinha um braço em volta de seu pescoço, e o outro estava em meu estômago, onde Michelle tinha deixando um soco minutos atrás.

Eu despejei tudo, olhei para todos eles. Encontrando Matt e outro cara na porta, eles me olhavam com pena, e uma lágrima solitária rolou pelo belo rosto de Matt.

Victória me olhou com pena, preocupada, até ela, que parecia inabalável e muito alegre, deixou algumas lágrimas rolar.

Carlos me olha quieto, assim como Michelle.

— Então, pai? O que eu fiz a vocês pra merecer tanto mal? — perguntei baixo, sentindo mais uma lágrima rolar.

— Katherine... Vo-você.... Eu não sei o que dizer. — Carlos abaixou a cabeça.

— Pelo menos não vai me bater né. — sorri fraco, sentindo a dor no corte em minha boca. — Sabe? Dessa vez foi pouco, lembra quando tiveram que me levar pro hospital com o braço e quatro costelas partidas?

— Sim. — Michelle me olhou, cabisbaixa.

— Sabem o quanto foi difícil? Ficar ali sozinha... Sem ninguém, com dor, mais de cinco psicólogos passaram por mim, e todos falaram a mesma coisa, "vai passar", mas nunca passou... Ta doendo aqui pai, sempre doeu, mas dói mais ver que você me trocou, por uma mulher sem escrúpulos, que não te valoriza.

— Eu dou valor pra ele sim, você que nunca tem tempo pra ele, sua imbecil! — Michelle bateu o pé no chão.

— Imbecil é você, assassina e traficante. Bela escolha papai. Espero não se arrepender depois.

— E não vou! — ele falou firme, olhando todos em volta — Eu vendi você, Katherine.

Espera, como?

🦋

Cap, grandinho, sorry lindxs, espero que estejam gostando.

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Sorry pelos erros.

Beijinhos, se cuidem, amo vocês 💜🦋

Vendida À EstranhosOnde histórias criam vida. Descubra agora