— Vo-você não... O senhor não faria isso... — sussurrei, assimilando suas palavras duras.
— Nós te vendemos, o senhor Bellucci é a prova. Sinceramente? Coitado, muito corajoso o senhor. — Michelle me olhava com nojo.
— Vick? É verdade? — perguntei baixinho, olhando a morena.
— É sim, mas vamos cuidar de você querida. Eu prometo. — respondeu no mesmo tom.
— Me tira daqui por favor. — fechei meus olhos, e novas lágrimas rolaram.
— Mandarei trazerem os papéis amanhã, é só assinar. As coisas da senhorita Mayers... Façam o que quiserem, ela terá o dobro de tudo, inclusive o dobro de amor, carinho, e proteção! — o senhor Bellucci falou alto e firme.
— Quer levar alguma coisa Kath? — Vick me olhou atenta.
— Ta no meu quarto, minhas duas mochilas e umas fotos da minha mãe. — respondi baixinho.
— O Matt vai pegar pra você. Tudo bem?
Assenti. Ela informou o irmão e seguimos para a porta, mas antes Michelle ditou suas últimas ofensas daquela noite.
— Vê se some garota, não suporto ver a tua cara de vadia imunda.
— E você, cuidado, você não está livre de nada Michelle. — o tom de Victória era ameaçador, fazendo a vadia calar a boca.
Matt apareceu com minhas coisas, e todos fomos para os carros, senhor Bellucci e o outro rapaz em um carro, eu, Vick e Matt em outro.
Vick foi atrás comigo, me abraçou, fazendo-me apoiar minha cabeça em seu peito.
— Pode chorar, querida, tudo passará, o sol amanhã novamente virá meu bem. — acariciou meus cabelos.
Eu chorei. Chorei muito. Chorei como nunca antes, deixei toda minha dor sair junto das lágrimas, pouco me importando com os machucados em meu rosto, labios e nariz. Eu só queria chorar.
Tudo doía intensamente. Não parava de doer. Eu fiz tudo por eles, tentei ser legal com Michelle, me dediquei a Carlos, e tudo pra ser vendida. Vendida à estranhos.
Pelo menos, Victória e Matt, parecem ser legais.
Abracei fortemente Victória e continuei chorando. Deixando a dor, as magoas e tudo mais se afogarem nas minhas lágrimas.
[...]
— Querida? Acorde meu bem. Chegamos. — a voz calma de Victória me fez despertar.
— Hm? Já? — ela assentiu sorrindo fraco.
Descemos do carro e eu observei em volta, uma mansão enorme. Em tons escuros, um jardim muito bonito, e uma floresta gigantesca em volta.
— Aqui é muito bonito. — sorri fraco.
— É sim. Matt levou suas coisas. Venha. Vamos ver seu quarto.
Me abraçou de lado, nos guiando até a casa. Entramos e subimos as escadas, seguimos por um corredor longo, e adentramos um quarto belíssimo e grande.
— Seu novo quarto, amanhã te mostrarei a casa. Tem um closet e um banheiro. Tem uma roupa no closet já, tome um banho e desça para comer conosco, tudo bem?
— Claro. Obrigada, Vick. E desculpa por fazer um dilúvio com minhas lágrimas. — a própria riu, me fazendo rir também, fraco.
— De nada, querida, somos irmãs agora. E vamos nos cuidar e nos amar, como uma família. Não chame Roberto de pai se não quiser, não é obrigada a nada.
— Tudo bem, será bom ter vocês comigo.
— Também acho, a propósito, nossa mãe já está aqui. Camila, irá adorar te conhecer.
— Espero. — sorri fraco. — Vou tomar um banho. Logo desço.
— Não tenha pressa.
Ela se retirou, fui até o closet, achei um abrigo moletom preto, mais afeminado, um par de meias, uma lingerie e uma blusa preta, de mangas compridas e gola alta.
Peguei as peças e tomei meu banho, deixei a água quente levar tudo com ela.
Me vesti e coloquei um casado comprido também preto, prendi meu cabelo em um coque alto e bagunçado, deixando alguns fios soltos. Passei desodorante e meu perfume, que Vick tanto gostou.
Desci finalmente.
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Vendida À Estranhos
VampirgeschichtenBom, nesse livro a humana, no caso, Katherine Mayers, não vai ser a trouxa abobada. Sem ofensas, claro. O vampiro, Matthew Bellucci não será um filho da puta, que faz da vida dela um inferno. Katherine Mayers, foi vendida por seu pai e sua madras...