NEBLINA

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Ivana resolve voltar para seu quarto a fim de dormir, mas no meio do caminho ela ve um vulto passando por de trás de algumas árvores depois de sua casa, ela continua andando mas de olho nas árvores.

Ivana percebe que o vulto olha em sua direção, então ela decide se esconder atrás de alguns caixotes no meio do caminho.

A pessoa, que Ivana não consegue reconhecer por causa da neblina, chega á dez metros de distância e entra em um depósito com caixotes de palha e retira do local uma mala grande.

— Mas o que é isso?— Ivana diz pra si mesma em um sussuro.

A pessoa tranca o local e sai junto com a mala sumindo pela neblina a frente.

Ivana confere se o individuo realmente se foi e entra em sua casa apressadamente.
Já dentro de casa ela encosta na porta que acabara de fechar.
Com a respiração entrecortada ela suspira aliviada não entendendo bem o por que.

— Seu irmão já se foi?

Ivana leva um susto ao ver sua avó sentada na poltrona de sempre.

— Meu Deus vó!!! O que faz aí a essas  horas da madrugada??— Com a mão direita no peito ela pergunta indignada.

— O mesmo que você. — Dona  Valéria sorri. — Seu irmão se despediu de mim antes de sair, eu vi você logo depois e me levantei pra ver vocês. Tudo ocorrendo bem, até eu ver o que você também viu.

— Quem será que é vó? Esse depósito está fechado desde que viemos morar aqui. — Ivana pergunta e se acomoda no sofá ao lado de sua avó.

— Não faço idéia minha querida. Só sei que não é a primeira vez! Da ultima vez uma outra pessoa veio deixar a mala. Mas esse é diferente, esse é mais alto.

— Então a Senhora fica acordada a essas horas em dona Valéria? — Ivana tenta descontrair.

— O Senhor Deus nos guarda mas temos que vigiar Ivana. Vocês são conhecidos na vila, não sabemos quantas pessoas seus pais estavam devendo. Eles se foram, e as dividas não foram totalmente pagas, então eu fico vigilante. Acredite, seu irmão também. — Dona Valéria diz e se levanta. — Vamos lá é quase manhã e eu não vou conseguir dormir mais. O que você acha de um pequenique em? Separei algumas frutas e consegui fazer um lanche pra cada um. A gente tem bastante o que conversar mocinha.

Ivana concorda com sua avó e juntas elas preparam algumas coisas para o pequenique que pretentem fazer com ivis e Said.

— Vamos Ivis, levanta!!— Diz Ivana na décima tentativa de tirar  Ivis da cama.

— Me deixa Irmã, eu quero dormir mais!

— Ta bom então — Ivana resolve fazer chantagem. —, Você não vai ao pequenique que eu e vovó fizemos.

— O QUE???? — Ivis levanta da cama em um pulo. O pequeno amava ir ao campo.

Ivana se diverte arrumando seu irmão.
— Você parece um mini adulto! — Ivana diz e sorri após terminar de vesti-lo.

Logo eles vão até a avó e Said que os esperam com um belo sorriso no rosto.

— Vamos? O Sol está querendo sair e o dia está ótimo para isso. — Diz dona Valéria logo após trancar a casa.

Eles caminham vagarosamente comentando sobre coisas aleátorias até Ivana decidir perguntar algo.
— E o que tão de importante a Senhora quer me dizer vó?— Ela aproveita que seu irmão está à alguns metros a frente com Ivis.

— Hm... — Dona Valéria parece pensar no que vai dizer. — Seu Pai era experiente em caças, lembra?— Ivana afirma. — Certa vez ele fez uma aposta com o dono da fazenda perto da casa onde vocês moravam.
Ganharia um terço das vacas do adversário o que acertasse  um tiro  certeiro no alvo.

— Sr.Campbell.—Diz Ivana lembrando do Senhor que fazia várias apostas, na maioria delas envolvendo terras.

— Sim, este mesmo! — Dona Valéria afirma com um tom de indgnação pelo  tal homem. — Seu pai venceu a aposta mas Campbell ficou irritado e pediu  revanche. Apostaram então nos cavalos da corrida anual, mas desta vez haviam concordado que como recompensa as dividas do vencedor seriam quitadas pelo adverssário.
Seu pai venceu a corrida e agora Campbell deveria pegar as contas.
Mas o que me intriga até hoje Ivana, depois de exatamente cinco anos, é a casa ter sido incendiada antes mesmo de chegar o dia de Campbell pagar as dividas de seu pai, e até hoje não acharam quem incendiou a casa, muito menos vestigios de que seus pais estavam lá.— Ivana franze o cenho sem entender o porque de sua avó estar contando isso.

— Todos sabiam dessa aposta vó? — Ivana pergunta extremamente curiosa.

— Não, nem seus irmãos sabem disso.

— Porque não nos disse vó?

— Pois sei que você puxou sua mãe! — Dona Valéria diz com os olhos completamente inundados, sua filha  fazia falta. — Ser um dos Jones te faz uma teimosa Ivana, te faz confiante e esperta. Certamenta curiosa e sábia. Bom, seus irmãos são cabeças duras e sei que você pode descobrir isso. Eu sou velha já, não pego nem na panela direito quem dirá  andar a cavalo. Ivana, ou seus pais estão vivos ou eu sou completamente louca. Convenhamos, eu tenho cara de louca?
— Ivana faz uma cada de quem acha que sua vó era realmente louca. — Não me responda! — Diz dona Valéria e ri.
— Pense Ivana, peça Sabedoria. Sei que fará o Certo.

Dona Valéria levanta e vai até os irmãos de Ivana arrumar o lençol para o pequenique.

— Me ajude! — Ela sussurra para os céus  a procura de uma resposta do Senhor, e de repente ela sente o mesmo arrepio que sentira no sonho da tarde anterior.

Em seu coração
o homem planeja o seu caminho,
mas o Senhor determina
os seus passos.
Provérbios 16:9  — Ivana ouve como um sussurro. — Certamente saberá.....

Ivana não tinha idéia de como, mas sabia que deveria buscar respostas.

        

     971 palavras.

Por Muitos Vales [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora