Rude Lollipop - Lee Donghyuck

⤑ (4) Sweet night

Haechan abriu a porta e viu a garota debaixo das cobertas mexendo no celular. Ele não pensou duas vezes e se juntou ao seu lado na cama.

— Eu deixei? - Stephanie olhava com cara feia.

— Eu estou cansado. Relaxa. - Haechan se virou para o outro lado da cama e se ajeitou. - Só quero deitar.

Calmamente ele começou a analisar o quarto de Stephanie. Havia pôsteres de bandas e seus cantores favoritos espalhados pelas quatro paredes. Havia led ao redor de todo o quarto mas eles estavam desligados. O garoto não pode deixar de imaginar como seria estar com ela ali debaixo das luzes vermelhas...

Stephanie viu que ele não estava mentindo e que realmente queria descansar, então se mexeu para dar mais espaço para ele na cama.

— Você pode tirar sua jaqueta se quiser...

O garoto se levantou e retirou sua jaqueta preta. O cheiro de pêssegos de Haechan se espalhou pelo quarto deixando sua marca registrada no ar do ambiente.

Ele se deitou com os braços atrás da cabeça e ficou olhando para o teto enquanto suspirava pesado. Stephanie ficou preocupada, será que ele estava tão cansado assim?

— Você está bem? - ela o indagou.

— Eu ainda pareço bem? - Haechan suspirou novamente e fechou os olhos. - Eu estou cansado... Cansado dessa vida...

A garota ficou em choque ouvindo aquilo. Ela poderia dizer com total certeza que aquele não era o Haechan que estava há alguns minutos atrás jantando e se divertindo. Bom, nem sempre as pessoas expressam o que sentem, e por isso Stephanie iria tentar o seu melhor para que Haechan se sentisse confortável e bem ao seu lado para desabafar caso ele precisasse.

— Você pode desabafar... Se quiser...

— A vida não faz sentido... - ele iniciou. - Qual o sentido em estar aqui me esforçando para sobreviver se algum dia eu vou morrer e nada do que eu fiz vai valer para algo?

— Todo ser humano tem um propósito na Terra-

Stephanie foi interrompida por ele.

— Não comece com esse papo de "pessoas são importantes", "todo ato gera algo no mundo" ou "viver já é um privilégio". Eu já desisti faz tempo. Nada disso faz sentido pra mim.

— Sabe, a vida realmente não tem sentido, mas você não acha que enquanto está vivo você deveria ao menos ser feliz e cuidar de você?

— Minha felicidade morreu. - ele foi curto e grosso.

— Então você precisa ressuscitar ela.

Haechan riu sozinho. Ele não esperava ouvir isso e no fim achou icônico.

— Então, como eu faço pra ressuscitar ela? - ele se virou para encarar Stephanie enquanto ela pensava seriamente na resposta.

— Você precisa experimentar a felicidade de novo. Precisa fazer as coisas que você gosta... O que você gosta de fazer?

O garoto ficou em silêncio pensando. Não haviam muitas coisas que ele gostava naquele mundo, tudo havia perdido a graça.

— Não sei... Acho que não gosto de fazer nada.

— Ah, deve ter alguma coisinha. - Stephanie se aproximou um pouco mais dele até que pudesse ver seu rosto com exatidão.

— Hm... Eu gosto de tocar guitarra e violão e de jogar vídeo game. Acho que só.

— Então se divirta fazendo isso e tente ser feliz pelo menos por alguns minutos.

— Você fala como se fosse a coisa mais fácil do mundo. - ele sorriu e ajeitou os cabelos de Stephanie para trás da orelha. - E o que você gosta de fazer?

— Eu gosto de cozinhar, desenhar e cantar. - Haechan se empolgou e imediatamente pediu para que Stephanie cantasse pra ele.

— Cante uma música pra mim.

— Nunca! - ela riu envergonhada.

— Por favor... - ele fez uma carinha triste e fez Stephanie revirar os olhos.

— Só vou cantar quando você tocar violão pra mim. - a garota tocou seu peitoral enquanto pronunciava "você".

— Combinado então. - Haechan segurou sua mão - Prometo. - ele ergueu seu dedo mindinho para que pudessem selar ali uma promessa meio boba.

Stephanie selou a promessa com ele juntando seu mindinho ao dele. Sua mão estava quente e a garota sentiu um conforto enorme por estar tão próxima dele, tanto no sentido de intimidade quanto de corpo a corpo. Entretanto, ela se questionava se ele iria agir assim com ela amanhã ou apenas essa noite?

Stephanie era caso de uma noite para ele? Mais uma em sua vida? Eram tantas perguntas, mas ela não o faria nenhuma.

Mesmo depois da promessa eles continuaram com os dedos juntos. Haechan abriu sua mão e entrelaçou seus dedos por completo aos dedos de Stephanie. Eles estavam deitados frente a frente um para o outro como dois amantes se entreolhando e se conectando aos poucos.

Stephanie não queria saber de mais nada. Ela iria se render e, ao menos naquela noite, ela seria dele. Mesmo sabendo que teria seus sentimentos feridos, ela não iria fugir, não agora, não hoje, não nas noites em que estivesse com ele.

Ela se aproximou até encostar sua cabeça em seu peito e ouvir as batidas de seu coração. Haechan a envolveu em um abraço e fez carinho em seus curtos fios castanhos.

Stephanie rapidamente se levantou para puxar o cobertor que estava no final da cama para que pudessem se cobrir. Assim, eles ficaram quentinhos e juntos como se eles se conhecessem há anos e tivessem a melhor relação de todas.

Haechan adormeceu primeiro como se aquele ambiente já lhe fosse familiar. Stephanie demorou um pouco para pegar no sono, pois nem podia acreditar no que estava acontecendo naquela noite. Sentir o perfume de Haechan de perto, estar em seus braços, estar na mesma cama que ele e ainda poder lhe dar carinho e atenção, tudo isso tinha sido rápido demais e era inacreditável e questionável para a garota.

Sua mãe chegou no quarto para chamar ambos para comerem os brownies e acabou se deparando com a cena deles dormindo feito anjos abraçados. Ela sorriu, balançou a cabeça e fechou a porta.

Ela realmente adorou Lee Haechan.

Enquanto Stephanie dormia naquela tarde, o garoto chegou e ajudou sua mãe a preparar o jantar, ele também arrumou a mesa e foi comprar alguns ingredientes que faltavam. Ele era um amor de pessoa com a senhorita Park, além de divertido e carismático. Ela infelizmente não pôde deixar de imaginar ele como seu genro.

☀️

Um novo dia nascia em Seoul. O Sol de domingo invadia as janelas dos quartos. O som do vento e o barulho dos carros eram uma bela orquestra. A brisa era fresca e a temperatura era adorável. Talvez fosse o dia mais quente naquele inverno. Maldito aquecimento global.

Stephanie e Haechan ainda estavam dormindo juntos abraçados. Cabelos bagunçados, marcas pelo corpo que registram uma ótima noite de sono, cobertor quase caindo da cama. E assim foi a primeira noite deles.

A senhora Park já estava acordada preparando o café da manhã, quando de repente a campainha tocou. Era Lucy que viera para ver como Stephanie estava.

Sua mãe avisou que ela ainda estava dormindo, mas Lucy não viu problema nisso, pois elas eram amigas e não faria mal acordar ela, certo?

— Não! - a senhora Park gritou assustando Lucy que ficou estática. - Ela está muito cansada e não quer ser incomodada e...

— E...?

— Ela está com alguém lá. - ela falou em baixo tom como se fosse um segredo.

— Quem? - Lucy não podia esconder sua curiosidade.

— Haechan. Você conhece?