⤑ (6) Don't go anywhere

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Já se passava da uma da madrugada e Lucy insistia para que Stephanie fosse embora com ela, mas ela fazia birra como uma criança.

— Unnie, amanhã você tem aula. - Lucy insistia mais uma vez.

Stephanie virou mais um copo de Soju e abraçou a amiga.

— Eu não posso ter aula amanhã. - ela dizia com a voz perdida como uma bêbada.

— Ah e por que não?

— Porque eu vou morar aqui.

— Você já está quase dormindo. Vamos, eu vou chamar um táxi.

Lucy puxou a amiga para fora do ambiente lotado e segurando Stephanie ao seu lado ela chamou um táxi que levaria ambas para a casa de Lucy naquela noite.

Stephanie estava perdida. Nada além de beber fazia sentido. Ela estava cambaleando e rodopiando com seus pensamentos, apenas se sentindo forçada a se livrar de qualquer sentimento.

A cada dia que se passava, Stephanie descobria um pouco mais sobre Haechan.

A cada dia que se passava, Stephanie queria odiá-lo com convicção.

Era difícil ter sentimentos por um estranho de espírito livre. Entretanto, Stephanie ainda tinha esperanças de se livrar de todos esses sentimentos, pois era apenas o começo. De fato, foi isso que ela fez essa noite na balada após ver todas aquelas cenas de Haechan se doando inteiro para outra garota que não fosse ela.

Aquilo doeu, mas apenas lhe deu a certeza de desistir.

Chegando na casa de Lucy, Stephanie apenas se jogou no sofá e adormeceu com o rosto vermelho devido ao álcool. Lucy a ajeitou, tirou seus sapatos e a cobriu com um cobertor quentinho.

Lucy com certeza era a melhor companhia que Stephanie poderia ter.

— Não é fácil se apaixonar... - Lucy falava sozinha enquanto se preparava para tomar um longo banho. ‐ Eu estou percebendo...

Por todos os lugares da sua casa haviam rastros de Jungwoo. Sim, aquele garoto que ela conheceu no seu curso de artes e acabou criando um laço com ele após o último trabalho que fizeram juntos.

Era engraçado como as coisas iam acontecendo rápido demais na vida das duas garotas, mas Lucy não podia negar que Kim Jungwoo era mais fácil de se lidar do que Haechan.

Jungwoo era sincero com seus sentimentos, simples, se expressava ao extremo sem medo do amanhã, sem medo de ser esquecido, pois sabia que era marcante na vida de todos que o conheciam. Um verdadeiro artista de coração inocente.

Lucy não esperava por isso, mas acabou se tornando a tinta amarela na vida de Jungwoo. Assim como Van Gogh pintava seus girassóis amarelos, Kim Jungwoon preenchia seu amor com a tinta amarela que era Lucy.

Naquele dia após o trabalho da faculdade Lucy convidou Jungwoo para sua casa e foi ali que tudo se transformou em amor.

Dois artistas, duas obras incompreendidas, dois amores. Eles eram como Da Vinci e Monalisa. Possíveis amantes, indecifráveis, enigmáticos, atraentes e feitos um para o outro.

Naquela tarde, eles aproveitaram como se fossem a última tarde de suas vidas. Não houve hesitação. Eles se renderam por completo para o outro e no final tiveram certeza que era para ser tudo exatamente como foi até agora.

Eles dormiram juntos e Lucy acordou com Jungwoo ao seu lado desenhando o seu rosto em alguns papéis que encontrou pela casa. Lucy nunca se sentiu tão completa quanto naquele momento. Os olhos de Jungwoo brilhavam e lhe diziam que estava tudo bem em estar ali com ele, pois ele também queria estar ali com ela.

Agora que Jungwoo foi embora, apenas restaram algumas coisas pela casa, como o seu relógio, seu anel com uma pedra azul, seu lápis 6B que usou para desenhá-la, seu cardigã marrom (que convenhamos, ele deixou ali de propósito para poder voltar) e o seu aroma suave de morango pairando no ar.

Pelo visto, não seria fácil esquecer ou se livrar de Jungwoo. Lucy apenas precisava aceitar o momento e abrir seu coração.

Enquanto isso, Stephanie se encontrava deitada dormindo feito um anjo no sofá da sala. Lucy não podia acreditar que a amiga já estava com problemas amorosos a ponto de descontar sua frustração nas bebidas, mas não importa o que aconteça, Lucy sempre estará ali para ajudar Stephanie e espera que ela faça o mesmo como gratidão.

☀️

Na manhã seguinte as garotas acordaram em pânico.

— Quem toma banho primeiro?! - Lucy gritava enquanto procurava uma roupa para vestir em seu guarda-roupa.

— Eu ainda preciso comer senão eu vou morrer. Só tem álcool no meu estômago! - Stephanie gritava da cozinha enquanto preparava torradas para comer.

A manhã foi uma completa bagunça. Elas estavam bêbadas, com o rosto borrado pela maquiagem, o estômago vazio e precisavam correr para não perderem mais uma aula na faculdade. Sim, àquela altura elas já haviam perdido a primeira aula do dia.

Elas corriam pra lá e pra cá pela casa e conforme os ponteiros do relógio iam girando elas iam ficando prontas. Assim, com dor de cabeça e sono profundo, elas se despediram e foram cada uma para sua respectiva faculdade.

Para Stephanie a situação estava pior. Além de estar de ressaca definitiva, ela ainda iria lidar com os assuntos que deveria ter estudado no fim de semana e não estudou. Era uma péssima segunda-feira como as pessoas costumam dizer.

Assim que Stephanie chegou na universidade ela já quis fugir ou quem sabe se tornar invisível por algumas horas.

Lee Haechan estava sentado na grama com seu violão em mãos enquanto tocava e garotas sentadas ao seu redor o apreciavam. Conforme Stephanie foi passando, uma das garotas colocou as mãos no ombro de Haechan sobre seu suéter roxo. Stephanie viu aquilo e fingiu não captar a vista.

Haechan era popular entre as garotas, era doce, era atraente e era trágico. Stephanie queria ir lá, expulsar todas as garotas, segurar sua mão e lhe mostrar que ele deveria pertencer à ela... Mas isso era demais, era loucura.

Ela simplesmente continuou seu caminho para seu prédio. Afinal... Qual curso Haechan fazia? Nem isso Stephanie sabia. Ela não sabia nada sobre ele. Haechan era um misterioso delicioso de se aventurar.

Chegando na sala de aula, Stephanie logo foi abordada pela sua colega de curso Lalisa Manoban. Ela era tailandesa, talentosa e super carismática. Bom, podemos dizer que Stephanie se dá bem com estrangeiros.

— Stephanie por que você não apareceu na primeira aula? - ela indagou assim que Stephanie sentou ao seu lado.

— Já sofreu de ressaca por gostar de alguém? Pois é...

— Não acredito. - Lisa arregalou os olhos. - Você já está começando o curso assim. - ela sorriu.

— Tudo culpa daquele insolente... - Stephanie murmurou, mas Lisa conseguiu ouvir.

— Quem é o insolente?

— Haechan... Lee Haechan.

Lisa balançou a cabeça rindo.

— Não creio! Minha amiga de história que estuda aqui há 1 ano disse que ele é o garoto mais difícil desse lugar. Ele não quer compromisso com nenhuma garota porque odeia o amor e dizem que ele entrou em depressão severa e tentou suicídio quando sua mãe morreu.

Stephanie estava em choque e brava ao mesmo tempo. Como alguém sabia mais sobre ele do que ela? Eles dormiram juntos, se amaram por alguns minutos, compartilharam a mesma mesa de jantar e café da manhã. Por que ela não sabia nada sobre ele como o fato de sua mãe ser falecida?

— Falam que ele se perdeu na vida quando ficou sozinho... - Lisa continuou. - Mas eu não acho. Ele está fazendo faculdade e trabalhando. Talvez ele esteja melhorando, não é?

— Sim... - Stephanie respondeu pensativa.

Ela se lembrou da noite em que estava com ele em sua cama. Ele disse que não aguentava mais essa vida e que nada mais fazia sentido, agora Stephanie entendia o porquê. A garota só queria voltar no tempo, dar um abraço em Haechan e pedir para ele chorar em seus braços sem medo de ser julgado.

Ele tem cara de durão, mas talvez ele não seja assim. Ele apenas não suporta mais estar vivo e está gritando em silêncio implorando por alguém que salve seu coração.

Stephanie estava disposta a fazer isso ao menos hoje após descobrir um pouquinho sobre sua vida, acontece que parecia que Haechan estava evitando ela.

Na hora do almoço Stephanie ficou no refeitório e apenas viu Haechan saindo em direção ao banco no jardim. Na troca de aulas e prédios eles passaram lado a lado, Haechan estava de fones e ignorava o mundo ao redor. Na saída eles trocaram olhares, mas Haechan se dirigiu a um grupo de garotos para outro lado. Sempre rodeado de garotas, sempre com um pirulito entre os lábios, sempre ouvindo música, sempre sendo tão ele.

Stephanie não sabia mais como controlar sua angústia, mas decidiu lidar com isso quando chegasse em casa, então apenas foi embora como se nada de errado estivesse acontecendo em seu mundo.

Chegando em casa ela decidiu ligar para Lucy para contar as loucuras que havia descoberto naquele dia, mas Lucy não atendia suas ligações. Talvez ela estivesse ocupada com as tarefas da faculdade, então Stephanie decidiu fazer o mesmo e ocupar sua mente e seu tempo com os assuntos que precisava estudar.

Ela tomou um banho quente, colocou seu pijama favorito e se ajeitou de frente para sua escrivaninha, determinada a estudar a noite toda.

Stephanie era muito dedicada aos estudos e estava profundamente decepcionada com seu desempenho logo nos primeiros dias do curso. Nada estava saindo como ela havia planejado ou imaginado. Tudo estava fora dos eixos e ela apenas queria poder voltar no tempo e recomeçar tudo de novo. Infelizmente, isso não é possível, então ela apenas focou em seus estudos naquele momento.

Entretanto, foi impossível não desviar seus pensamentos para Haechan algumas vezes enquanto tentava entender o esquema de cores nas paletas, mas com muito custo Stephanie conseguiu focar e terminou os assuntos do dia.

Pronta para dormir, ela ligou novamente para Lucy e novamente teve sua chamada na caixa postal. Stephanie ficou preocupada, mas estava cansada o suficiente que acabou pegando no sono com o celular em mãos assim que encerrou a chamada e bloqueou a tela.

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Capítulo curtinho e rápido apenas para ajudar na história. Tadinho do Haechan :((

Rude Lollipop - Lee DonghyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora