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-Carlisle? - ela chamou. O vampiro estava sentado à mesa do escritório, lendo uma matéria sobre uma nova medicação quando Cissa apareceu ali.

A chuva leve retumbava contra as janelas, e por mais que não sentisse frio, apertou mais o pijama, querendo o atrair de todas as formas para mais perto do corpo.

-Cissa, olá. - o vampiro sorriu. - Posso ajudar?

-Posso falar com você por um segundo? - perguntou.

-Claro. Entre. - ele disse, abaixando o dispositivo. Clarissa entrou, fechando a porta da sala e se sentando em uma das cadeiras. - O que foi?

-Eu tenho medo. - ela disse baixo. - De que algo possa acontecer a Jasper por minha causa. Ver Bella… sei lá. Ela literalmente pretende morrer para ser uma de vocês, não entende as consequências, não entende que Edward tem suas razões para isso. Isso me fez pensar...

-Se você faria a mesma coisa por Jasper? - Carlisle adivinhou. A garota lentamente afirmou. - Olha, Cissa, pelo pouco que eu conheço você, eu tenho certeza de que você faria até mais que isso por Jasper. Bella, querendo ou não, tem razões egoístas, e você sabe disso. Você é completamente pura quanto a isso. Não conheço pessoa mais justa do que você.

-E se eu não for muito diferente dela? E se eu não estiver apenas sendo egoísta?

-Não está. - ele tranquilizou. - Olha… A vida é muito longa para se viver sem um amor. Não se prive desse sentimento. Você salvou Jasper, Cissa, e não se vangloria por isso. Porque você conhece esse sentimento, conhece a sensação de estar sozinha.

-E se eu não for a pessoa certa, no fim de tudo isso? - ela perguntou. Ouviu a porta sendo aberta lentamente, e viu Carlisle sorrir.

-Você é perfeita, Cissa. Deveria saber disso. Ninguém pode te substituir nessa família, muito menos para ele. - Esme sorriu, se colocando ao lado do marido.

-Obrigada por me ajudarem.

-Você é da família agora. - Carlisle disse. - Sempre ajudamos a família.

*

Quando Clarissa acordou, Jasper não estava no quarto, nem em lugar nenhum da casa. Estava completamente vazia,  e sozinha. Quando chegou na cozinha, viu um bilhete ao lado do café da manhã favorito dela: panquecas de mirtilo com café gelado.

Fomos caçar. Tem uma tempestade amanhã. Voltaremos logo.
-Jas

Ótimo, estava sozinha naquela casa enorme. Era estranho encontrar aquela casa em silêncio, principalmente a essa era hora da manhã. Assim que terminou de comer, lavou a louça suja e subiu para se trocar. Assim que pegou o caderno de desenho, uma página solta caiu. Reconhecia a própria letra mesmo naquela confusão de rabiscos.

Mal se lembrava de ter escrito aquilo, uma semana atrás, quando percebeu que queria gritar para Jasper o que sentia. Talvez. Cissa desceu as escadas, até a sala onde estava o piano. Se lembrava vagamente da melodia que pensava para aquela letra. Ela respirou fundo, e então os dedos estavam deslizando pelo piano. As palavras saiam da boca dela de forma natural, acompanhando o tom da música.

E eu não consigo encontrar as palavras para dizer
Então, eu vou dizer nada, dizer nada
E isso dói quando você está lá
E eu tento, mas eu ainda não digo nada, absolutamente nada
Com medo que tenho que correr, com medo que você não se sente da mesma forma que eu
Se não fosse pelo meu orgulho, eu provavelmente pularia dentro de você
Nadaria em seu oceano

Wolf Girl // J. HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora