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Gotas de chuva ainda pingavam das árvores altas; a grama seca não estava escorregadia, mas uma lama grossa e alta se formava. O céu ainda estava cinza, mesmo para aquela hora do dia.

Ah, que merda, Leah bufou, vendo as patas mergulhadas na lama.

Pelo menos está quase sólida, Seth disse, positivo.

Vai ficar tudo bem. Tudo bem. Jared se acalmava e Cissa ficou surpresa ao ver que ele estava nervoso.

A mão de Cissa estava perfeitamente encaixada na de Jasper, fria contra quente. Ela não usava muita roupa: primeiro porque não sentia muito frio, mesmo que estivesse dez graus; segundo, porque talvez pudesse precisar se transformar. Ela estava respirando fundo quando sentiu um focinho molhado cutucando o braço dela. Seth se aproximou e Cissa acariciou o espaço entre as orelhas dele.

-Obrigada por estar aqui. - ela disse.

Sempre.

Rosalie se aproximou por trás e Cissa olhou por cima do ombro. Não eram muitos. Dezessete, no total. Quinze pessoas que se dispuseram a sacrificar as vidas por Jasper e Cissa. Aquilo significava família.

Vamos conseguir, Embry ressoou dentro da mente dela, percebendo a expressão da irmã.

-Eu sei que vamos. - ela falou de volta.

-Consigo ouvi-los. - Esme disse.

-AI! - Tanya reclamou. Kate havia dado uma descarga elétrica na irmã.

-Estou nervosa, desculpe. - Kate pediu

Cissa já ouvia os passos rápidos.

-Não deixem que eles passem os braços por vocês. - Jasper lembrou. - Vale para você também.

-Claro que vale. - Cissa sorriu.

Uma multidão se formou na outra extremidade da clareira, não mais do que trinta e cinco pessoas. Não parecia tão ruim assim, mas Cissa precisou se lembrar de que eram recém-criados, então talvez pudesse ser complicado. Muitos olhos vermelhos. Um caminho se abriu, como no próprio mar vermelho, e então ela viu.

Cissa podia entender porque Jasper se apaixonou por Maria. Ela era linda. A loba se sentiu oprimida por aquela beleza. O cabelo escuro, o rosto perfeito, até os olhos vermelhos eram lindos. E então ele, ao lado dela, parado como um cachorrinho.

-Percebo que ainda gosta de ser tratada como um brinquedinho descartável. - Simon disse, sentindo o gosto das palavras. Embry rosnou.

-Vejo que ainda tem uma queda por loiros. - Jasper murmurou. Maria fez uma careta e Cissa teve a leve impressão de ver Charlotte e Peter se segurando.

-Não há ninguém como você, meu amor. - Maria disse, a voz parecendo veludo. - É por isso que o quero de volta.

-Vai precisar passar por cima de mim, sua vadia desgraçada. - Clarissa vociferou. Jared sentiu a mesma garra de Sam, talvez até mais

-Hum. Certo. - Maria fez um gesto.

O segundo seguinte foi uma confusão. Tudo começou a se agitar, tudo acontecendo ao redor dos quatro, como se estivessem em uma bolha. Ouvia rugidos de lobos, o som seco de membros quebrando, alguns vampiros gritando com o som de eletricidade, mas nada os afetava.

-Vamos brincar, pequenininha. - Simon sorriu e com uma risada da mulher, ele e Maria se separaram, cada um em uma extremidade da floresta.

Cissa e Jasper se encararam. Claro que esse era o plano deles. A loba puxou o loiro para um beijo de boa sorte e foi atrás da vampira. Jasper observou a morena atravessar a multidão, arrancando uma cabeça no processo e usando Leah como trampolim.

Wolf Girl // J. HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora