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Não estava escuro, mas também não estava claro. As janelas e quaisquer possíveis entradas de luz do sol estavam completamente cobertas. O armazém abandonado que ocupavam parecia pequeno demais para aquele tanto de vampiros famintos, descontrolados e nervosos. Ela via aquilo tudo de cima, agarrada às vigas de metal que sustentavam a maior parte do teto de amianto. Deveria estar fazendo um calor dos infernos ali, mas ela não se importava. Estava longe da confusão de lá de baixo, com perigo de cabeças serem arrancadas dos corpos, e aquilo estava ótimo.

Certo, o aperto na garganta ainda incomodava. Era Riley quem conseguia pessoas para ela fincar as presas, não tinha certeza do porquê ele precisava dela. No fundo, pensava que a tinha transformado apenas para dar uma segunda chance melhor do que a vida das ruas. E certamente não tinha chances de aquele ataque aos Cullen ter sucesso, não quando todos estavam desesperados demais em se alimentar. Não sabia como funcionava uma guerra, mas tinha certeza de que os preparativos certamente eram mais organizados.

Olá?

Ela quase se desequilibrou. A voz estava viva, e muito perto. Olhou para baixo, mas ninguém olhava para ela, e não tinha ninguém ao lado dela.

Olá? Tem alguém aí?, ouviu de novo. Então percebeu que não era uma voz próxima. Estava na mente dela. Era uma voz doce e amigável, carinhosa e cativante. Não era nada como a dela.

Quem é você?, ela perguntou em resposta.

Deu certo!, a voz comemorou e se recompôs. Olá, sou Cissa, quem é você?

Eu sou… Bree. Bree Tanner, respondeu. Como entrou na minha mente, Cissa?

Nem eu sei é uma resposta válida?, a pergunta foi acompanhada de um riso. Na verdade, foi você quem invadiu minha mente na primeira vez. Eu senti você com medo.

Como?

Eu não sei. Não achei que realmente conseguiria fazer contato com você, achei que seria uma via de mão única.

Eu nem sabia que tinha alguém na minha mente, ou melhor, que eu estava na mente de alguém, Bree resmungou. Lá embaixo, outra confusão começara.

Você está com medo, não é? Olha, posso te ajudar.

Como?

Vai descobrir. Ela conseguiu imaginar Cissa sorrindo, ou pelo menos um sorriso, já que não tinha ideia de quem diabos era Cissa. Será que era apenas sua consciência? Eu vou encontrar você, logo. Saberei quem é e você saberá quem eu sou.

Vou?

Você faz muitas perguntas, Bree Tanner.

Ei! Não é justo! Preciso de respostas! Realmente pode me ajudar? Não houve resposta. Ei! Volta! De novo, nada. Droga.

*

-Eu fiz contato com ela. - Cissa disse. Jasper, no banco do motorista, dirigia para fora da reserva, em direção a Port Angeles. - Com a garotinha.

-Como fez isso?

-Quando a senti, foi como se tivesse uma linha amarrada em mim. Apenas segui a linha. - Cissa explicou como se fosse simples e fizesse sentido. Ironicamente, tinha sentido. - O nome dela é Bree Tanner. Eu prometi ajuda a ela.

-Claro que prometeu. - Jasper sorriu para ela. - Seu coração é tão grande que nem cabe no peito, Cissa. Isso que é tão especial em você.

-Está sendo muito exagerado, major. - Cissa inclinou a cabeça, olhando para o loiro. Como foi se apaixonar por alguém tão incrível?

Wolf Girl // J. HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora