-Cadê ele? -pergunta Maya, que entrou como um furacão naquela sala de espera do Grey + Sloan Memorial Hospital, ainda de uniforme, já que estava em horário de trabalho.
Estava tão preocupada com seu filho que nem ao menos notou a presença de seu pai, sentado algumas cadeiras afastado, pois Katherine estava se recusando a ficar mais de 2m de distância dele.
-Ele está bem, filha. -comunica o homem, que se levanta e caminha em direção às duas mulheres.
-O que esse homem está fazendo aqui? -praticamente cospe as palavras sentindo seu rosto ficar vermelho de tanta raiva.
-Ele que nos trouxe aqui. -diz Katherine, antes de explicar para a filha exatamente como ocorreu o encontro com seu pai.
-Não me interessa! Eu quero você fora daqui! Não quero você perto de mim, da minha mãe e nem do meu filho. -diz se aproximando cada vez mais e por poucos centímetros não colocando o dedo na cara do mais velho. -Entendeu, Lane?
-Eu mudei, Maya. -a capitã ri ironicamente. -E vou fazer questão de provar para vocês. -termina de dizer antes de pegar seu casaco e caminhar até a saída.
Depois do encontro com o patriarca, Maya se senta em uma das cadeiras, respirando bem fundo, enquanto esperavam um médico dar alguma notícia sobre seu filho. O que não demorou muito, visto que, alguns minutos depois, o Dr Cormac Hayes vai à procura delas. O médico levou as duas mulheres para ficarem com o menino, avisando que poderiam permanecer com ele e que durante a noite, se nada mudasse, ele receberia alta naquele dia mesmo.
-Muito obrigada, Dr Hayes.
-Só fiz o meu trabalho, capitã. Mas, se quiser mesmo agradecer alguém, deveria agradecer a Dra DeLuca. -informa o homem lhe rendendo um olhar confuso da bombeira, afinal sabia que Carina era obstetra. -Estamos com pouco pessoal hoje e se ela não tivesse prestado o primeiro atendimento ao garoto agora... -se interrompe antes de terminar a frase. Hayes tinha dois filhos e sabia que nenhum pai ou mãe gostaria de pensar na ideia de seus filhos morrerem. -Enfim, ela salvou a vida dele.
Maya fica pensativa. Fazia um bom tempo que não falava com Carina, só a via esporadicamente quando tinha que deixar algum paciente no Grey Sloan, ou quando se esbarravam no bar do Joe. Ponderou se deveria agradecer à italiana pessoalmente, porém, não queria que ficasse uma situação constrangedora já que não se falavam mais e ela provavelmente estava em um relacionamento com a outra médica.
Quando se deu conta, seus pés a estavam levando para fora daquele quarto, como tivessem criado vida própria. Pergunta para uma enfermeira, que estava na recepção, qual era a sala da Dra DeLuca - informação essa que foi negada pela moça - obrigando Maya a inventar um problema ginecológico qualquer para falar com a italiana. A enfermeira, a muito contragosto, acaba indicando onde ficava o departamento de obstetrícia e ginecologia, juntamente com o número da sala da doutora.
Como o lugar era enorme e nunca havia estado ali, a bombeira gastou uns bons minutos antes de achar o que estava procurando. Parou na frente da porta que continha os dizeres:"Dra Carina DeLuca. Chefe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Grey + Sloan Memorial Hospital". Respirou fundo antes de bater, com uma pequena parte dela torcendo para que a italiana não estivesse ali e pudesse ir embora, fingindo que nunca nem ao menos pensou naquela ideia ridícula.
-Pode entrar. -treme ao escutar a voz vindo de dentro da sala.
-Maya? -pergunta Carina extremamente surpresa quando a capitã abre a porta revelando sua figura do lado de fora.
-Fiquei sabendo o que você fez hoje. -diz rapidamente ainda encostada no batente da porta. -Obrigada, Carina, por ter salvado a vida do meu filho.
-Só fiz o que qualquer outro médico no meu lugar faria. -diz simplesmente, mas sabia que não era verdade. Se fosse qualquer outra criança ela teria simplesmente escutado o enfermeiro e dito aos familiares para esperarem pelo Dr Hayes ou pela Dra Robbins. Mas aquele menino era filho da mulher que ela amava. Sim, agora conseguia admitir para si mesma que estava apaixonada por Maya e uma parte sua morria por dentro pelo fato da outra não sentir o mesmo.
-Muito obrigada. -ainda ficam mais alguns segundos ali não sabendo mais o que dizer uma à outra, mas ao mesmo tempo, não queriam que aquele momento acabasse.
Maya toma a iniciativa e sai, voltando para o quarto de Noah.
[...]
Alguns dias se passaram e os bombeiros da Station 19 estavam retornando ao batalhão depois de um incêndio de nível 5 em uma fábrica que durou quase a noite toda. Maya diz algumas palavras de incentivo à seu time e os parabeniza por mais um bom trabalho antes de ir para sua sala tomar um bom e relaxante banho. Uma das vantagens de ser capitã era que tinha um chuveiro só para ela.
Assim que não estava mais cheirando a fumaça e devidamente vestida, pega suas chaves e parte em direção ao Grey Sloan, na esperança de encontrar Carina. Foi uma decisão completamente impulsiva, pois não se falaram mais depois que Noah estava hospitalizado e nem sabia se a italiana estaria trabalhando naquele dia.
Passou o caminho todo batendo os dedos no volante nervosamente antes de parar no estacionamento. Não pôde acreditar na sua sorte quando viu a bela mulher ali na entrada do hospital em uma conversa animada com a Dra Teddy Altman.
-Carina. -se aproxima das duas mulheres que param a conversa na mesma hora.
-Bom, tenho alguns pacientes que preciso ver. -se despede Teddy, deixando-as sozinhas.
-Aconteceu alguma coisa? -começa Carina, quando Maya simplesmente não conseguiu falar nada.
Mesmo tendo muita experiência em relacionamentos, a capitã não conseguia evitar de se sentir como uma virgem quando se tratava da bela italiana parada na sua frente.
-Quer tomar um café comigo?
As duas mulheres caminham lado a lado - em um silêncio um pouco constrangedor no começo - até um carrinho de café que ficava parado ali na frente do hospital. Era um dos favoritos de Carina. Pegam seus pedidos e sentam-se em um banco ali do lado de fora mesmo, aproveitando aquele dia ensolarado bem atípico de Seattle.
-Eu queria...
-Não precisa me agradecer de novo, Maya. -interrompe como se tivesse lido a mente da capitã. -Se era só isso...
-Espera... -diz Maya segurando sua mão assim que a doutora se levantou. Mas antes que pudesse organizar seus pensamentos e dizer alguma coisa, Carina recebe uma mensagem, sendo chamada de volta ao trabalho. -Eu te acompanho. -a italiana apenas assente e vão juntas até a entrada da emergência do hospital. -Chegamos. -anuncia. -Acho que sua namorada já está esperando. -comenta ao ver Gabriella acenando para Carina.
-O que? -pergunta confusa virando o rosto para encontrar Gabriella. -Gabriella? -Maya assente. -Nós não temos nada.
-É que eu vi vocês se beijando há algum tempo... -diz coçando a cabeça e Carina finalmente entende do que se tratava.
Sem saber o que responder e com uma saudade que não cabia mais dentro de si, apenas segura o rosto da bombeira delicadamente e une seus lábios em um beijo profundo e demorado.
N/A: E agora, hein? Será que essas duas vão se acertar? Enfim, teremos que aguardar as cenas dos próximos capítulos. 🤭😏
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Love Again - Marina Fanfic
RomanceUm restaurante em chamas. Um prédio desmoronando. Era apenas para ser mais um dia de trabalho, porém para Maya Bishop, aquele foi o dia em que perdeu o grande amor de sua vida e pai de seu filho, o tenente Jack Gibson. Após a tragédia, a capitã da S...