˖𖦆˓ ⛓ 𝓝a qual April é uma psicóloga para criminosos.
Certo dia ela se depara com uma consulta um
pouco assustadora. O paciente era dono da
maior gangue do mundo e o criminoso mais procurado do continente. Vinnie Hacker.
Será que depois de conh...
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𝓔u sorri para Vinnie quando ele se sentou na cadeira, seguido pela saída de Aaron como de costume. Peguei minhas chaves e destranquei as algemas dele como ontem, deixando-as de lado.
─ April ── ele deu um aceno com a cabeça.
─ Eu já te disse antes, é Dra. Hartford.
─ Seus machucados não estão tão escuros hoje ── ressaltou ele, ignorando minha declaração anterior.
─ Eu tentei encobri-los com um pouco de maquiagem.
─ Você já falou com o cara que te atacou? ── Eu balancei a cabeça.
─ Não, eu me encontro com ele amanhã ── eu disse, sem saber por que ele se invocou tanto com isso.
─ Primeiro encontro completamente sem algemas, sentindo-se feliz? ─ Perguntei a Vinnie.
─ O mais feliz possível dentro das circunstâncias ──respondeu ele.
Eu assenti com a cabeça.
─ Isso é bom. Acho que sua felicidade é o fator mais importante nisso. Você disse ontem que na maioria das vezes quando mata, é devido à raiva, correto?
─ Sim... ── Vinnie concordou, quase cautelosamente.
─ Eu quero consertar isso. Quero que você encontre um lugar feliz, por mais brega que pareça ── continuei, fazendo Vinnie zombar.
── Você realmente acha que é tão fácil me acalmar?
─ Não, mas acho que poderia ajudar ── respondi. Eu li minhas anotações de ontem antes de falar novamente.
─ O que é algo que te faz feliz? Uma certa memória, um lugar real, um lugar falso... uma coisa... uma pessoa... ── Eu fui sugeri, dando ideias. Vinnie grunhiu.
─ Eu não sei! Matando pessoas? ── Ele brincou, sabendo que não foi isso que eu quis dizer.
Acabei de levantar uma sobrancelha e esperei. Ele suspirou, inclinando-se para trás com os braços pendurados em ambos os lados da cadeira.
─ Não tenho certeza.
─ Que tal isso. Pense em algo que te faça feliz, ou pelo menos não com raiva, e pense nisso por alguns minutos. Você não precisa me dizer ou mesmo dizer nada, apenas pensar sobre isso ── expliquei, esperando que ele pelo menos tentasse.
Vinnie suspirou.
─ Ok, tudo bem ── ele cedeu.
Eu sorri, tirando um cronômetro.
─ Vou ligar o cronômetro e ajudá-lo a começar ── ─ pressionei iniciar no cronômetro. ── Ok, fique confortável na cadeira primeiro, depois feche os olhos ── eu instruí.
Vinnie se deslocou em seu assento, inclinando-se mais para trás com a cabeça inclinada para cima. Seus olhos se fecham lentamente.
─ Ok, e agora? ── Perguntou.
─ Respire fundo e mantenha a calma. Não fale, apenas pense ── eu disse.
Vinnie fez o que eu pedi, respirando devagar e profundamente. Eu olhei para ele, sorrindo um pouco. Na verdade, ele parecia calmo e em paz, em vez de agressivo e irritado. Foi legal.
(N/a: a autora não especificou o que ele pensou, mas eu imaginei igual os pensamentos de James no inicio de The End of the Fucking Word, mas ai você imagina o que quiser).
─ Ok... agora pense na sua coisa feliz. Basta imaginá-lo em sua cabeça e se concentrar em como isso faz você se sentir por dentro. Confuso, feliz, como se um peso tivesse sido levantado... apenas concentre-se nessa única coisa ── eu disse suavemente.
Vinnie continuou sentando, sem mover um músculo , e eu não tinha certeza se ele estava fazendo o que eu disse a ele, já que não conseguia ler sua mente ou nada, mas vi um pequeno sorriso no rosto dele. Nem um sorriso ou um sorriso zombeteiro, apenas um sorriso.
Olhei para o meu cronômetro e percebi que tínhamos passado pelo tempo que eu havia planejado.
─ Ok, agora abra lentamente os olhos e sente-se ── eu disse a ele. Vinnie fez o que foi dito, sentado e olhando para mim. ─ Você encontrou sua coisa feliz? ── Perguntei a ele.
Ele olha para o lado.
─ Não ── murmurou.
Eu amoleci agora, um pouco desapontada.
─ Oh. Você não conseguia pensar em nada? Não é a sua casa, ou uma boa lembrança? ── Vinnie suspirou.
─ Tudo o que poderia ser feliz na minha vida é ultrapassado por algo ruim. Especialmente memórias.
Eu franquei a testa, me sentindo mal, Vinnie se sentiu assim. Eu realmente pensei que ele encontrou algo bom para pensar, e o fato de ele só poder se concentrar em coisas ruins era triste.
─ Sinto muito em ouvir isso. Sério. Todos deveriam ter alguma felicidade em que possam pelo menos pensar.
─ Todos menos eu. Eu te disse que essas coisas não funcionam comigo ── os olhos dele se moveram para encontrar os meus.
─ Talvez você só precise de uma nova abordagem... ── Tentei o incentivar mas ele me interrompeu.
─ Não! Você não entende? Nada que você faça, ou diga, não importa o quanto você tente, pode me ajudar!
Quando olhei para ele, não era raiva que ele estava expressando, mas tristeza.
O burburinho tocou na sala silenciosa quando a porta se abriu por Aaron. Vinnie e eu ainda estávamos em silêncio, eu observava Vinnie enquanto ele olhava para os dedos. Peguei as algemas e as entreguei a Grizz, que levou Vinnie.
Dia seguinte
Entrei no trabalho, Nai me olhando com os olhos arregalados assim que abri a porta.
─ Oh meu Deus, já era hora de você chegar aqui!─ Ela exclamou. Eu franzi minhas sobrancelhas.
── Do que você está falando? Eu ento ao mesmo horário todos os dias.
─ Sim, mas tentei entrar em contato com você a manhã toda! Um de seus pacientes está ferido!
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