Cap 1 - Desejos Antigos

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(Alguns dias depois que eles foram engolidos pelo portal, já estão juntos na caverna. Jeb está aprendendo a controlar os novos poderes.)
Morfeu's POV.

Estamos no estúdio-estufa de Jebediah, que ele recriou como o estúdio no reino humano, onde ficou trabalhando para uma certa Ivy Raven. Ficou praticamente igual, tirando que está tudo em um terrível tom de marrom, porque a única coisa que encontramos aqui que pudesse ser usada como tinta foi barro.
Ele poderia ter pensado em pintar comida, um alojamento descente ou qualquer coisa útil, mas preferiu pintar algo que importasse apenas para ele e que apenas ele, tirasse algum proveito. Depois eu que sou egoísta.
É só mais uma das milhões de discussões que já tivemos desde que viemos parar aqui. Sem Alyssa para intervir, nós só não nos matamos ainda por necessidade pura de sobreviver.
E pela necessidade de vê-la de novo.
Alyssa. Maldita Alyssa.
Se não fosse por ela, eu já o teria decapitado há anos.
Me pergunto aonde ela está, que não veio me buscar ainda.

Ele me agarrou pela gola da camisa, num movimento tão brusco que perdi o equilíbrio. Num passo, ele me empurrou contra a mesa, onde precisei me apoiar com ambas as mãos.
Ao encará-lo, senti algo que não sinto com frequência; medo. Jebediah é maior que eu, tanto em altura, quanto em força física, e agora, ele tem uma vantagem que antes eu tinha. Seus olhos verdes brilhavam num escarlate cor de fogo, mas não era magia. Era puro ódio.

- Só assim consegue me enfrentar, Pseudoelfo? Agora que Alyssa não está mais por perto, você não pode se esconder na barra da saia dela, então, esperou até eu não ter magia. Muito esperto.

- É ruim, não é? Quando te maltratam e você sabe que não pode revidar. Finalmente eu posso revidar, seu desgraçado. Finalmente eu sou mais forte que você - ele disse entre dentes, o rosto tão perto do meu que pude sentir seu hálito quente.

- O destino não é engraçado? Você sempre desprezou a mim e a minha espécie, e agora é igual a nós. Que ironia cruel. Você deve estar bem chateado agora.

- Chateado? - Ele deu uma gargalhada - Se engana, Mariposa. Eu nunca desprezei sua espécie, Alyssa é metade intraterrena. E quanto à magia... agora que tenho, acho ótima - ele tinha um sorriso predador.

- Ah, mas eu não falava disso - o que me resta a fazer, se não jogar seu jogo? - Você pensa como nós, Jebediah. Toda essa raiva, ódio e sede por vingança são típicas características intraterrenas. E você cede aos seus instintos, ao seu lado cruel e maluco muito mais fácil que Alyssa, admiro isso.

- O Todo-Poderoso Morfeu está me elogiando?

- Não fique todo convencido. Você tem parte de mim em você, agora. É como se estivesse elogiando a mim mesmo.

Sem dizer mais nada, ele forçou seus lábios contra os meus.
Tamanho o meu choque, não fechei os olhos nem retribuí. Fiquei vários segundos atordoado com o absurdo da situação, até que comecei a me debater, tentando afastá-lo, em vão.
Comecei a esmurrar seu peito, até que enfim, ele afastou sua boca da minha, sem soltar minha camisa.

- O que pensa que está fazendo, Jebediah? Ficou louco? - Gritei, tentando recuperar o fôlego. - Solte-me!

- Como quiser, Vossa Majestade. Mas não finja que não me quer, depois de todos os seus flertes "inocentes".

Ele largou minha camisa, virou as costas e começou a caminhar pela sala.

- Pelo amor de Fennine! A essa altura você já devia saber que eu flerto com qualquer ser que respire!

- De novo, não finja, Mariposa - ele voltou a se aproximar, em passos lentos, imponente... poderoso.

Estava mais calmo, mas os olhos ainda estavam com o mesmo brilho assassino e o sorriso, era ameaçador e sedutor.

- Você quer que as coisas estejam sempre sob seu controle - ele disse, pousando as mãos nos lados de meu rosto. - Mas eu não sou Alyssa, Morfeu. Não vai funcionar comigo. Não sou um virgenzinho tímido de ensino médio. Não vou te dar beijinhos apaixonados na bochecha. Vou te machucar, mas sei que você gosta. Você é sádico, e agora, eu também sou.

Eu nunca o vi falando assim de Alyssa. Ele a idolatra. Aliás, nunca o vi falando assim sobre nada.
Algo mudou no Pseudoelfo e não foi só a recém-adquirida magia. Ele sempre foi perturbado, eu sei, mas está muito mais sombrio.
Ele pensa que Alyssa o traiu e o abandonou para morrer, a pessoa que ele mais ama.

Tive toda essa reflexão em menos de um segundo, que foi o tempo que ele levou até me beijar de novo.
Dessa vez, ele não se forçou contra mim. Me beijou suave e calmamente, pedindo permissão. Está apreensivo, depois que eu o afastei.
Mesmo que Jebediah não esteja sendo ele mesmo ultimamente e tenha se tornado um tanto quanto violento, não é um estuprador.

Fechei os olhos, tentando me convencer de que é real. Jebediah está me beijando.
De todos os seres do mundo que eu conheço, vivos e mortos, humanos e intraterrenos, Jebediah é o último que pensei que um dia, fosse me beijar.

Abrindo um pouco a boca, dei minha permissão. Lhe dei espaço para que me beijasse. Porquê, eu não sei.
Ele me beijou devagar, descobrindo-me, conhecendo-me.
Levou as suas mãos até a minha cintura e se aproximou, colando seu corpo no meu, ainda apoiado na mesa. Agarrei seus cabelos castanho-avermelhados, acariciando os cachos. Me entreguei a ele.

(PARE DE LER AQUI)

O beijo se intensificou de ambos os lados. Ele apertava minhas coxas com força e eu, deslizava as mãos por seus braços e ombros, sentindo os músculos tensos.
Ele pegou minha camisa - a única camisa que eu tenho -, que já estava esfarrapada da viagem e com um puxão, a abriu, arrancando os botões que restavam. Tirou primeiro meus sapatos, se ajoelhando no chão. De pé novamente, tirou meu cinto, abriu minha calça de veludo e o desceu por minhas pernas, assim como minha cueca. Fiz o mesmo com suas roupas, uma regata branca e uma calça jeans.

Ele tocava cada centímetro do meu corpo com urgência, desesperado e autoritário. Lembrei da vez, pouco tempo atrás em que ele estava igualmente selvagem, com Alyssa, e por pouco não a matou. Ele estava sob efeito do suco de Tumtum, claro, mas se uma fruta o transformou em assassino, me pergunto o que fará comigo, agora que tem magia e está abdicando rapidamente de sua humanidade.
Jebediah me fez virar de costas e para minha surpresa, tocou minhas asas com a ponta dos dedos, num gesto carinhoso e cuidadoso que proporcionou ondas de eletricidade por todo o meu corpo.

Ele não disse nada, mas eu pude sentir a sua confusão. Não sei se ele estava pensando em sua namorada-fada ou se estava realizando um desejo antigo. Será que ele sempre quis tocá-las? Sempre quis me tocar?

Ergui minhas asas ao lado do corpo, altas e majestosas, dando acesso total ao meu corpo nu. Precisei me segurar com força na mesa, agora a minha frente, e manter firme os pés no chão, quando ele voltou a selvageria.

Esbravejava palavrões, puxava meu cabelo e espancava minhas pernas, nádegas e costas. Isso era algo totalmente novo para mim. Eu nunca sou passivo e quando escolho o sadomasoquismo, sou eu quem bate. Tampouco era algo comum para Jebediah. Ele não fez sexo com Alyssa, com quem namora a mais de um ano, nem com sua namorada antes dela. E mesmo que tivesse feito, não teria batido nelas. E sei que ele nunca ficou com um homem, antes de mim.

Ah, mas ele tem um ótimo instinto. Sabe como agradar, tocar nos lugares certos. Cada lugar onde ele me tocou dói, mas é uma dor maravilhosa. Cada vez que ele me deu um tapa, gemi alto.

Eu não conseguia mais pensar em nada, não sentia nada que não fosse ele, me penetrando com força. Perdi a consciência de tudo a nossa volta.

Ele me puxou, fazendo minhas costas colarem em seu peito. Passou as mãos para frente do meu corpo, a esquerda me agarrando e a direita, me estimulando.
Bastou um pouco mais de atenção para que eu me desfizesse em um clímax intenso.
Poucos minutos depois, ele me seguiu. Por um momento, fiquei apenas apoiado em seu peito, tentando me situar.

Ele se afastou, sem dizer nada nem me olhar, se abaixou para pegar a calça. Eu saí, sem me vestir e sem me importar com as roupas. Praticamente corri para o meu quarto. Preciso respirar e pensar com alguma clareza. Se é que serei capaz disso.

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DylanHurricane

Vermelho Sangue e Azul Magia - O Lado Mais Sombrio - Morfeu e Jeb (Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora