Catra à obra

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— Ok, não deve ser tão complicado. – Catra amarrou um lenço nos cabelos e adentrou o banheiro de seus inquilinos. Tudo estava bem organizado e cheirava a limpeza. Ela sabia que Rogelio tinha um sério problema com limpeza e devia ser por isso que o apartamento deles parecia impecável na limpeza e organização apesar do cheiro de cigarros.

Ela encarou o chuveiro e girou o registro. Além do choque que ela tomou ao encostar, quando a água começou a cair quase como um conta gotas, ela também saiu com partes do cano que Catra tinha certeza que não deveriam sair. Certo, um problema identificado.

Ela olhou a torneira da banheira, pequena e antiga — que sua avó lhe havia dito que era de estilo vitoriano — enrolada com fita Silver tape. Ela começou a desenrolar com certo esforço aquela amarração e se arrependeu no segundo seguinte em que retirou toda a fita a parte de cima da torneira foi jogada ao alto com um jato de água forte e a água começou a vazar como se fosse um cano quebrado. O jato também atingiu o rosto de Catra e encharcou a frente da blusa que ela usava.

De maneira desesperada ela tentava parar o esguicho de água, o que só servia para espirrar mais água e molhá-la ainda mais. Dois minutos inúteis depois tentando reencaixar a parte de cima da torneira, sem sucesso algum, ela lembrou do registro geral do banheiro e o fechou. Pelo menos aquilo funcionava... ainda.

Pronto agora ela tinha mais um problema! O banheiro estava todo molhado. O Tapete no chão encharcado e a toalha no gancho perto do chuveiro também.

— Ok, sem pânico! Tudo ainda está sob controle, não é nada que um rodo não possa resolver depois. – Catra falava com seu reflexo no espelho. – Vamos lá, você é Catra D'rilutt, você pode resolver isso.

Rapidamente, ela abriu a minúscula caixa de ferramentas que pegou com Scorpia mais cedo naquele dia. Primeiro ela achou que Entrapta seria mais útil, mas a mulher garantiu que se fosse a TV ou o computador ela ou o marido Hordak podiam resolver, mas problemas com encanamentos ou outros afazeres domésticos não eram o forte deles. Então Catra teria que se virar com o que tinha: um limitado número de ferramentas das quais ela não sabia como usar metade.

— Vamos lá! – Ela se encarou novamente no espelho, seus olhos de cores diferentes refletindo de volta toda a desconfiança que ela mesma tinha em resolver essa situação.

Duas horas depois tudo estava pior do que quando Catra havia começado, muito pior. Ela estava sentada dentro da banheira que tinha pelo menos uns dez centímetros de água já que ela havia conseguido derrubar um parafuso que ela não sabe nem de onde havia saído e agora fazendo uma pequena lista, ela tinha:

Uma banheira entupida com um parafuso;

Uma torneira quebrada que ela não conseguiu colocar nenhuma parte no lugar;

Um chuveiro todo desmontado que ela não tinha ideia de como remontar e, principalmente, como religar o equipamento de gás;

Ótimo!

Fora que ela ainda havia dito que iria consertar a luz da cozinha que não acendia e Kyle havia dito que não era culpa de uma lâmpada queimada.

Catra bufou e espirrou água como uma criança fazendo birra. Ela encarou o teto.

Talvez fosse a hora de desistir não é mesmo? É muito adulto saber a hora de parar, certo?

— Uau! – Catra foi tirada de seus devaneios de subir em uma bola de demolição e por tudo abaixo assim como Miley Cirus em Wrecking Ball. – Realmente você fez um bom trabalho aqui.

Lonnie, uma de seus inquilinos, estava olhando para dentro do banheiro com olhos assustados e a boca meio aberta.

— Gostou do resultado? Acho que já posso entrar para o ramo, você não acha? – Catra ergueu o alicate e apontou para a torneira completamente destruída em sua frente.

Marida de aluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora