{Chapter.16}

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{28 de Setembro de 2021}
London, UK
Manchester, UK
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O peso do seu braço em cima da minha barriga fez-me acordar mais cedo e observar o seu rosto durante alguns minutos.
O turbilhão de sentimentos que se passava dentro de mim era inexplicável. Como em um espaço de tão poucos meses este garoto foi capaz de conquistar o meu coração por completo. E eu agradeço-lhe todos os dias, mentalmente, por me ter colocado na sua vida.

- Eu sei que me estás a observar. - comentou algum tempo depois.
- Claro que não. - desviei o olhar.
- Eu devo estar horrível a esta hora da manhã. - esfregou os olhos e, lentamente, começou a levantar-se.
- Tu estás sempre lindo. - depositei um beijo nos seus lábios e ambos ficámos paralisados a olhar um para o outro.
Era como se tudo parasse à nossa volta e apenas nós tivéssemos a chance de viver aquele momento.
- Tens mesmo de ir para Manchester? - agarrou-me num abraço aconchegante.
- Sim. Já tenho as coisas combinadas. - tinha-me comprometido com o Jadon e com uma amiga de Manchester, de que lá estaria até quinta.
- Mas eu não quero que me deixes aqui sozinho. Eu vou sentir muito a tua falta. - fez beicinho.
- São apenas dois dias e estarei logo de volta. Nem vais dar pela minha ausência. - respondi, beijando a sua testa.
- Claro que vou. Como é que eu sobrevivo sem ti? - questionou.
- Sobrevivendo. - brinquei e o garoto não gostou nada da ideia. - És um bobo.
- Um bobo por ti. - ele era simplesmente a criatura mais fofa da Terra.

O Mason levou-me até à estação de comboios e em algumas horas, já estava na minha antiga cidade.
Andei algumas horas pelas ruas de Manchester com Catherine Smith, a única sobrevivente depois da minha mudança para a capital.
Fomos a todos os sítios de que eu mais sentia saudades.
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- Estás diferente! - examinei o garoto com o olhar, na brincadeira.
- Estou mais velho. - respondeu, rindo.
- Mas isso não é nenhuma novidade. - provoquei.
- Já tinha saudades desse sarcasmo. - envolveu-me num sentido abraço.
- Tinhas assim tantas saudades? - perguntei quando nos afastámos.
- Só de vez em quando. - respondeu.
- Podes admitir que não sabes viver sem mim. - ele não sabia bem como reagir, mas riu em resposta.

Eu tinha conhecido o garoto há cerca de dois anos, quando comecei a frequentar os treinos da seleção inglesa. Ele foi o único que chegou perto de mim sem quaisquer segundas intenções e isso significou muito para mim.
Começámos a trocar algumas mensagens e depois de tanto tempo, mantemos uma amizade muito forte. Ele é como um segundo irmão.

Hoje ele iria me apresentar para uma possível namorada. Na verdade eu nem sabia o que ela era para ele, mas com certeza é alguém especial.
Ele apenas me pediu para que viesse e a conhecesse. Talvez esteja prestes a dar o verdadeiro passo na relação de ambos.

- Eva, esta é a Daisy! - apontou para a garota morena. - Daisy, esta é a Eva.
Nos olhámos por alguns segundos e sorrimos de imediato. A sua energia era boa e não escondi o agrado na escolha do garoto.
- Vejo que acertaste, pela primeira vez! - não fui capaz de evitar provocar um pouco o garoto, em relação ao antigos relacionamentos duvidosos.
- Engraçadinha. - olhou-me de lado.
Ela não era uma garota de muitas palavras, muito pelo contrário. Conversámos muito pouco antes de irmos até a um restaurante próximo.
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- Acho que a torcida inglesa é das mais complicadas do futebol. - o assunto do momento era o futebol internacional. E para minha surpresa, a morena também sabia bem do assunto.
- Os franceses são piores. - Jadon comentou.
- Eu já tive a minha dose de torcedores ingleses para saber que eles sabem muito bem provocar estragos, no geral. - dentro das poucas partidas de futebol a que pude assistir, a presença dos torcedores ingleses nunca deixava de ser notada.
- Eles são incompreendidos. - sendo ele inglês, era óbvio que iria defender o próprio povo.
- Daisy, tu não és inglesa, pois não? - questionei.
- Não sou. Eu nasci na Suíça, mas tenho origens espanholas. - respondeu.
- Grande mistura. - ri. - Nunca conheci alguém tão original.
- Não se nota na minha pronúncia? - talvez um pouco, mas nunca tive contacto com uma pessoa Suíça.
- Não muito. Falas quase como uma nativa. - comentei.
- Sem querer ofender, mas notasse imenso que és alemã. - sorriu.
- Porque dizes isso?
- A maneira como falas e o facto de beberes tanto quanto um alemão. Dá para descobrir de longe que és alemã. - ela impressionou-me com tanto facto observado.
- Eu não sei disfarçar. - ri. - Mas eu não bebo assim tanto.
- Está iludida. - Sancho lançou a farpa e eu respondi com um chute na sua perna. - Os alemães sabem ser agressivos. - provocou.
- Não imaginas o quanto. - semicerrei os olhos. - O que viste nesta criatura? - dirigi-me à Catherine.
- O Jadon foi muito simpático e gentil comigo quando me conheceu. Acho que me apaixonei pela sua maneira de viver vida, sempre com um sorriso no rosto. - as suas palavras quase me fizeram derreter.
- Nem parece que falamos da mesma pessoa. - Eu não perdia uma oportunidade lançar provocações ao garoto.
- Mas é verdade. - ficaram a olhar-se por escassos segundos, até eu interromper.
- Do que estás à espera, Jadon? - arqueei uma sobrancelha na sua direção, desafiando.
- Para quê? - questionou, confuso.
- Para a pedires em namoro? - eu não tinha filtros depois de alguns copos de álcool e aquele era o resultado. Não estava bêbada, mas a parte de conseguir filtrar o que dizia, já se tinha ido embora.
- Nós estamos a ir com calma. - respondeu.
- Concordas com o que ele disse? - olhei para a morena.
- Claro. Nós combinámos que só daríamos esse passo no momento certo. - respondeu.
- De qualquer das formas, eu vou ser a madrinha do vosso casamento. - todos se riram.
A conversa continuou noite a dentro e só acabou quando o Jadon se lembrou que há treino amanhã.
E eu não poderia, igualmente ficar por muito mais tempo, pois os meus planos estavam bem delineados para o dia seguinte.
Afinal, eu só teria mais um dia completo na cidade e as papeladas ainda estavam por resolver.
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Jadon and Catherine

My Yellow | MASON MOUNT🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora