My Yellow | MASON MOUNT🦋

{Chapter.17}

{29 de Setembro de 2021}
Manchester, UK
Old Trafford, Manchester United Stadium
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Estar de volta a Manchester em tão curto espaço de tempo, não estava de todo nas minhas expectativas.
Mas esta deslocação ia muito além de um pedido por parte do Jadon. Eu tinha outros assuntos para tratar na minha antiga cidade.
Ela nunca deixou de ter o seu brilho neste pouco tempo que estive fora.
E logo de manhã pude observar toda a sua beleza, enquanto toda a população acordava e começava a correria do dia a dia.
Via pessoas atarefadas a entrarem na estação de metro, com pastas e bebidas nas mãos. De entre tudo aquilo, a cidade não deixava o seu charme passar despercebido.

Caminhei durante longos minutos até chegar ao meu destino, onde tratei de várias burocracias acerca da mudança.
Sai do local mais cedo do que esperava, com uma sensação de alívio.
Toda a papelada vinha-me perseguindo nos últimos dias e, agora, pude solucionar tudo.
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Leon Goretzka tinha a incrível capacidade de me interromper nos piores momentos. E desta vez, a meio da minha leitura.
- Estás aborrecido? - perguntei assim que atendi.
- Já não se pode ligar para saber se está tudo bem? - questionou, visivelmente surpreso.
- Depende. - respondi. - O que queres?
- Queria saber como vai a minha irmã favorita. - falou.
- Leon, tu só tens uma irmã! - dei de ombros. - E ela está muito bem.
- Manchester deve fazer milagres. - Eu já não falava com o garoto há alguns dias, apenas por mensagens. Pelo que a viagem até à cidade tinha sido anunciada apenas pelo instagram.
- Talvez. - dei de ombros.
- Não tinhas intenção de me contar que ias até aí? - questionou.
- Porquê? Ía fazer alguma diferença? - para Leon, vir a Manchester era sinónimo de problemas, por todo o histórico.
- Sabes que odeio quando voltas aí. - comentou. - Não preciso de explicar o porquê.
- E eu não preciso de dizer que nada vai acontecer. Não precisas de te preocupar. - tentei esclarecer.
- Como tens tanta certeza? Vocês podem se encontrar a qualquer momento, na rua. - fez referência a Phil Foden.
- E se isso acontecer? Simplesmente acontece e ponto. Eu não vou deixar de viver a minha vida com receio de o reencontrar. - fiz uma pausa. - Ele continua a fazer parte da minha vida.
- Eva, tem cuidado. - ele sempre teve o medo de ver a antiga Eva de volta, a que bebia e acabava por chegar a casa toda destruída. E culpa Foden por grande parte desses. acontecimentos. Pelo que o garoto tem tudo, menos admiração pelo inglês.
- A antiga Eva já está no passado. Ela não vai voltar. - reconfortei o alemão.
- De qualquer das formas, não fiques aí muitos dias. - acabou por sugerir.
- Eu vou-me embora amanhã. Tenho treinos na sexta de manhã. - finalizei.
- Tudo bem! Falamos mais logo. Te amo!- despediu-se e desligou a chamada.
Eu entendia a sua preocupação, mas o meu motivo para estar ali não tinham em nada haver com Phil Foden.
Para além de que o garoto teve jogo no dia de ontem em Paris, no mínimo chegaria a Manchester esta tarde. Então a probabilidade de o reencontrar era muito pequena, quase nula.
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Um dia mais calmo do que o habitual antecedeu aquele que seria o grande acontecimento dos últimos dias.
Nunca antes entrei em Old Trafford, mas o ambiente era bem familiar.
Rostos conhecidos adentraram o meu campo de visão mal adentrei o recinto e pude ver o grande placar da entrada.
Ri ao reparar na cara de Jadon, como uma maneira típica de brincar com ele.

O estádio já estava particularmente cheio quando eu e a Catherine o adentrámos.
Sancho tinha pedido para que eu acompanhasse a garota na sua primeira vez num estádio e eu não consegui dizer que não. Para além de que gostei da jovem, não via motivos para negar o pedido.
Um mar vermelho estendeu-se no horizonte e arrepiei-me, como em todas as vezes que vejo um estádio tão bonito.

Não há muito que dizer acerca do jogo. Apenas que sofri na maior parte do tempo, principalmente depois do primeiro golo do jogo, o do Villareal.
Foi um autêntico desespero nas bancadas e principalmente para mim. Mal me mantive quieta com tanta adrenalina e desespero.
Acalmei aos 60 minutos, com a nota artística de Alex Telles, que não me deixou indiferente. O brasileiro lançou uma autêntica bomba para o fundo das redes da equipa espanhola.
E as bancadas rebentaram de felicidade, como se toda a angústia tivesse sido deitada cá para fora.
O pior foi aguentar o resto do tempo, no desespero de tentar virar o jogo que parecia tender para o empate.

- Eu vou ter um colapso. - exagerei, falando com a "namorada" do meu amigo.
- Isto está mesmo complicado. - comentou.
- Nem me digas nada. Parece que desaprenderam a marcar golos. - é que oportunidades não faltavam em relação a chegar perto da baliza, mas marcar golos parecia algo realmente complicado para a equipa dos Red Devils.

Foi num momento de quase desistência por parte de todos que o milagre aconteceu. E mais uma vez, me curvei ao ver o melhor do mundo marcar um fantástico golo. Quem duvidava do poder decisivo de Cristiano Ronaldo, engoliu as próprias palavras naquele minuto, mesmo no fim do tempo de compensação.
Era o colapso de todo o estádio, com o ecxtase a invadir os pulmões de todos.

Talvez dos jogos mais agonizantes a que alguma vez tive de assistir.
Mas fui recompensada com a camisola do jogador inglês. Jadon tinha mencionado que se ganhasse iria ter comigo, mas apenas acreditei quando o vi correr na minha direção e atirar a peça de roupa para mim.
- Deve ser para ti! - falei para a Catherine.
- Eu já tenho uma. Essa é para ti.
Era algo especial para mim, ter a T-shirt dele.
Não é a sua primeira T-shirt que eu ganho. Da última vez que estive num dérbi alemão, a assistir ao Dortmund X Bayern, o garoto tinha repetido o mesmo feito.
Mas é sempre um momento especial, puder ficar com uma lembrança.
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