Epílogo

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Algumas coisas não podem ser controladas nem pelo próprio dono do Inferno. Ele não gosta de pensar a respeito disso, afinal gosta de ter tudo sob seu controle. No entanto, havia uma certa quantidade de coisas que fugia de suas mãos sem que ele pudesse evitar.

E deveria estar tudo bem, mas para alguém controlador como ele, tudo parece um verdadeiro castigo. Ele não gosta de perder o seu poder, em nenhum aspecto que seja. Isso é o mesmo que tirar todo o resquício de paciência que poderia habitá-lo — algo que, ironicamente, já é bem pequeno.

— Eu preciso sair do Inferno — a voz de Jungkook surge repentinamente perto de onde Jimin se encontra.

O Diabo está sentado em uma enorme poltrona de ouro, quase como um trono, vendo a Inveja rastejar aos seus pés como bem merece. Atrás dela, todos os outros pecados estão presentes, todos com feições assustadas no rosto. Eles sabem que o castigo que os aguarda não será pequeno e fácil ou indolor. Sabem que vão pagar muito caro por seus erros.

E é aterrorizador, mesmo para demônios.

— Pode ir — diz o mais velho, encarando seis dos seus pecados de joelhos para si — tenho seis pecados para punir.

— Por que ele pode sair quando bem entende e nós não? — a Ira é a responsável pela pergunta.

O Diabo ri debochado, chamando Jungkook com o dedo para perto de si e o vendo aproximar-se com um sorriso de canto. Quando estão próximos o suficiente, Jimin puxa o maior pela nuca para um beijo lascivo, libidinoso, com as línguas se encontrando dentro e fora da boca e as mãos percorrendo o corpo um do outro.

Ao olhar novamente para os pecados, todos se encontram de olhos arregalados. Jimin sorri, gostando de vê-los de tal forma.

— É porque eu sou o dono do Inferno e, portanto, faço todas as regras aqui dentro — garante, confiante como sempre — você pode ir fazer o que precisa, querido. Preciso ensinar uma lição a certos demônios inúteis.

Jungkook concorda, se afastando após plantar mais um selar sobre os lábios carnudos. Jimin permanece com a pose séria, mas não conseguiria explicar a força que precisara fazer para evitar um largo sorriso.

Ele não consegue se adaptar ao que Jungkook o causa, porque é novo, é diferente e é um sentimento extremamente gostoso. Não esperava apegar-se ao que Jungkook o proporciona, mas havia o feito de qualquer forma. E aquelas três últimas semanas sem Jinwoo também tinham feito com que ele ficasse mais dengoso e sentindo-se solitário.

De um jeito que nunca sentiu.

Mesmo antes de Tinhoso parar no Inferno.

— Eu deveria exterminar vocês — comenta ao se recuperar, voltando a sentar e cruzando uma perna sobre a outra — são inúteis em obedecer, desviaram do caminho que criei e ainda têm a coragem de ir contra mim. O que esperam que eu faça agora, uh?

— Por que a Luxúria não será punida? — a pergunta não esbanja deboche nem nada do tipo, parece apenas que a Gula se sente curiosa a respeito.

— Porque a Luxúria não fez bagunça como vocês — dá de ombros, forçando um suspiro — e eu não devo satisfações, mas... não tenho ânimo de punir vocês, no fim das contas. Se eu os exterminar, precisarei perder meu precioso tempo tornando pecados outros demônios, depois terei que doutriná-los e toda essa chatice. Portanto, o castigo de vocês é simples.

Levanta-se de novo, parando agora de frente para todos eles, vendo-os de cima e sabendo que somente sua pose já é o bastante para amedrontá-los.

— Vocês só poderão deixar o Inferno sob meu comando. Nada mais de caçar almas que pertencem ao mundo bom, nada mais de bagunçar a vida de pessoas que não são destinadas ao submundo.

Seven | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora