Enquanto estavam na estrada, Amanda respondeu a mensagem de Shay desejando um ótimo final de semana. A loira finalizou a mensagem com uma foto dela, Casey, Gabby, Severide, Cruz e Otis na mesa do quartel, os dois últimos fazendo caretas junto com Shay.
Um largo sorriso brotou nos lábios de Amanda, se permitindo ficar alguns segundos apenas admirando a imagem.
— Tá olhando alguma foto minha? — a pergunta despertou Amanda, que o olhou confusa — para estar com esse sorriso, só pode ser uma foto minha. — Deu um sorriso de canto, como se fosse um garoto de dez anos.
— Quando ficou tão convencido? — ele apenas deu de ombros e apoiou a destra na coxa da morena — a Shay que mandou uma foto do pessoal. — Virou a tela para ele, que a olhou rapidamente e voltou a atenção à estrada.
— Aquela camiseta, você lembrou porque estava usando ou o que era? — ele perguntou depois de alguns segundos de silêncio.
Amanda tinha esquecido completamente daquela camiseta. Agora que lembrava, fazia todo sentido estar usando a peça quando chegou ali.
— Não... — a resposta fez sua garganta secar um pouco, então deu de ombros e tentou disfarçar — talvez eu seja muito fã dos bombeiros de Chicago.
Os dois riram e Amanda afastou o desconforto ao ouvir o som da risada de Antônio. Então colocou a mão sobre a dele em sua coxa e entrelaçaram os dedos, a garota iniciou um leve carinho no local.
Deixaram o som do rádio preencher o carro e apenas aproveitaram a companhia agradável um do outro. Vez ou outra faziam algum comentário sobre algo que viam na estrada e riam. Um clima leve, ambos decididos em não pensarem nos problemas da vida ou no trabalho. Era daquele jeito que passariam o final de semana.
•••
Amanda arrumava as almofadas no chão, perto da lareira, quando Antônio entrou no chalé carregando a lenha.
— Quer ajuda aí? — Ela perguntou ao se levantar e antes que ele respondesse, pegou duas toras que estavam prestes a cair dos braços dele.
— Se precisarmos de mais depois, terei que cortar, essas eram as últimas lá fora. — Antônio comentou ao jogar a lenha na lareira, antes de pegar as que Amanda segurou e fazer o mesmo.
— O Kelly não vem muito pra cá, não sei porquê.
— Eu acharia deprimente ficar aqui sozinho. — Deu de ombros ao se abaixar para arrumar a lenha e acender o fogo.
— É, faz sentido — assentiu e foi até a cozinha, pegar o vinho e as taças, voltando alguns minutos depois.
Ela tomou um lugar nas almofadas e Antônio fez o mesmo, assim que conseguiu acender a lareira. Os dois encostaram no sofá e o homem passou o braço sobre os ombros de Amanda. Ela serviu as duas taças de vinho e se aconchegou no abraço dele, recebendo um beijo na têmpora que a fez sorrir.
Os dois ficaram por alguns minutos em silêncio, olhando para o fogo que os aquecia e dando alguns goles no vinho. Então Amanda se lembrou de algo e decidiu quebrar o silêncio:
— Eu lembrei de algumas coisas recentemente... — Antônio a olhou ao ouvi-la e esperou que continuasse — no dia da explosão no 51, lembrei que sou paramédica, ou era. Por isso, eu soube exatamente o que fazer para ajudar a Connie.
— E você sabe onde trabalha, algum nome de hospital...? — Amanda negou com um meneio e olhou para a taça.
Sabia que contar sobre as memórias gerariam perguntas que ela não tinha as respostas. Ou perguntas que ela não poderia responder. Talvez por aquele motivo, não tenha contado antes, era tudo tão bagunçado e complicado. Tão ruim não poder dividir com ele, cada detalhe do que estava realmente acontecendo.
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Uma Nova Vida Real [One Chicago] - Livro 1
Fiksi Penggemar"- Não há registros de uma Amanda Rodrigues, em nenhum lugar do mundo... É como se ela não existisse". Amanda acordou no hospital depois de sofrer um acidente. Mas muitos detalhes sobre si mesma ela não se lembra, como de onde é e o porque de estar...