Capítulo X
Semanas depois, Ebellaine recebeu a visita de seu pai. A jovem foi correndo ao encontro dele, para abraçá-lo.
Estava com muita saudade dele. Desde o seu casamento, que não o vira mais e isso também tornara os seus dias amargos naquele palácio.
-Como tens passado meu pai?
-A casa sem você parece um deserto.
-Como está Alfina?
-Bem... E você como estás?
-Bem... - Respondeu infeliz. Descendo os seus olhos no tecido de seu vestido.
-Disses-me que o Senhor Jordan mudará a decoração do palácio?
-Sim... Ele está aguardando o projeto ficar pronto.
***
Durante o almoço, Allen Jordan se sentou à mesa para partilhar do cardápio com o seu sogro e sua esposa. Ainda em silêncio, ele começou a saborear a sua comida sem dar atenção a sua visita e também a sua esposa. O anfitrião odiava a ideia de ter que partilhar todos os dias à mesa de alimentos com uma mulher que ele nunca desejou para ser a sua consorte.
Ele pensava que aquilo era um castigo.
-Ouço falar muito bem da sua administração na cidade.
Comentou o sogro. Parecendo realmente admirado com a inteligência do marido de sua filha. Ebellaine jamais teria outro esposo tão brilhante e admirado como o senhor Jordan.
-Procuro facilitar as coisas. - Ele articulou, provando o alimento pela quinta vez. A sua cabeça ainda permanecia inclinada.
- Irás ampliar a creche?
Nesse instante, ele ergueu a sua cabeça e olhou até a figura circunspecta de seu sogro. Usando trajes escuros.
- As madres me pediram doações de materiais para a reforma. Então eu decidi ampliá-la, não custa nada... O abrigo está abarrotado de crianças abandonadas. E os cômodos são pequenos para tanta gente.
-Falando em crianças, quando me dareis um neto?
Allen Jordan e Ebellaine se entreolharem, não sabendo o que responderem.
A palavra neto lhes soava como um insulto oculto. Era como se eles jamais pudessem concretizar isso um dia em suas vidas matrimoniais.
-Papai ainda é cedo para se pensar nisso. -Olhou novamente para o seu marido, para saber se ela havia dito à resposta correta, porém, o jovem a ignorou. Preferia que ela tivesse fiado de boca fechada. Assim ele não teria que ouvir aquela voz irritante aos seus ouvidos.
-O vinho está maravilhoso! Não achas? -Disse Senhor Jordan, tentando variar o assunto.
-Sim, está impecável! E peço-lhe desculpas pela pergunta inoportuna, mas não vejo a hora de segurar o meu neto nos braços.
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Casamento arranjado: Parte II (Degustação)
RomanceSEGUNDA PARTE DISPONÍVEL À VENDA NA AMAZON. Parte II Século XIX A maioria dos casamentos, na alta sociedade, eram arranjados, com o intuito de beneficiar ambas as famílias. Não colocando em conta as vítimas dessa imposta união. Os escolhidos eram o...