Dezoito anos se passaram desde a guerra contra Erawan e Maeve; dezessete anos desde a união entre Adarlan e o Reino das Bruxas e, até então, tudo está na mais perfeita estabilidade.
A futura geração de Erilea, os herdeiros, assim como os pais, têm...
Oh, difícil acreditar Está dito e feito Difícil de acreditar Não está morto e acabado Eu quero acreditar Tudo está bem quando acaba bem Mas eu simplesmente não consigo me convencer
– Ghosts
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ELYSIAN
Eu havia aprendido algumas coisas importantes nos últimos três dias.
A primeira foi que illyrianos eram seres machistas e idiotas, o que me fizera rapidamente odiar o tal macho que fora até a casa dos Grão Senhores no dia seguinte à nossa chegada. Mas, felizmente, Rhysand, Azriel e Cassian pareciam boas exceções àquele padrão.
A segunda foi que Nestha Archeron tinha um apego tão grande por aquela casa no topo da montanha que era capaz de amá-la tanto quanto amava Cassian ou suas filhas, Giulianne e Serene.
No primeiro dia, eu havia deixado minhas coisas em cima da cômoda e descido para pedir um pouco de chá, já que não estava com muita vontade de levantar da cama ou de encarar Asterin face a face. Quando voltara com a xícara na mão, dois minutos e meio depois, as roupas não estavam mais sobre a cômoda, e sim devidamente dobradas e com um bilhete ao lado, que dizia "Eu a recebi em minha casa. Isso não significa que possa bagunçá-la". Não ousara deixar mais nada jogado por aí depois daquilo.
A terceira coisa que aprendi foi que, em qualquer que fosse o universo, a relação Lisa-Asterin ainda seria essencial em minha vida, tanto quanto ar ou comida eram. Ficar sem ela, sem seu mau-humor e suas respostas atravessadas estava sendo mais difícil do que imaginara, já que ela fizera o favor de ignorar a minha existência em todas as vezes que nos vimos. No almoço, no jantar, na casa do rio, na sala da Casa dos Ventos, na varanda do segundo andar, nos corredores.
Nesse meio tempo, tive que aprender a lidar com meus problemas sozinha, já que Terrin, por menos radical que fosse, ainda parecia concordar levemente com Asterin a respeito de minhas ações.
Por isso, tratara de pedir permissão para o Grão Senhor e me entoquei na biblioteca de Velaris – a que tinha a passagem pela Casa dos Ventos. Portanto, minha rotina se resumia em acordar e descer os lances de escadas até entrar naquela área com cheiro de poeira e livros antigos, onde as guardiãs – sacerdotisas, descobri – pareciam sempre ignorar minha presença. Dali em diante, eu procurava um livro sobre códigos ou marcas antigas e mergulhava meu olhar neles até que alguém me lembrasse de voltar para o mundo real. Ou até que a história acabasse. Ou até que meus olhos se fechassem sozinhos e alguém, sempre Nyx ou Terrin, fosse me buscar para me levar de volta para meu quarto.
Já havia procurado em cinco livros diferentes.
Nenhum deles nem chegava perto de citar algo ao menos similar a marcas de Wyrd. Só falavam sobre coisas do mundo deles, de Prythian e sei lá o quê mais, mas nunca de fatos universais ou além do universo.