CAPÍTULO 5

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ANALU

- Oi amor da minha vida - Gustavo disse me dando um selinho

- Oi amor, como foi hoje? - falei o observando enquanto ele tirava o tênis

- Você não vai acreditar quem é a engenheira da obra - falou negando com a cabeça

- Quem é? - perguntei curiosa

- Lembra da Mafe?

- Aquela Mafe da escola?

- Essa mesmo, é ela a engenheira da obra

- Você só pode estar de brincadeira

- Não to amor, e você não sabe o pior, o pai dela é o dono da empresa responsável por essa obra - falou sentando ao meu lado

- Você vai pagar todos os seus pecados tendo que trabalhar com ela

- Nem me fale, fiquei só uma hora perto dela e já deu pra perceber que ela não mudou nada

- Se ela der em cima de você pode me avisar que eu vou lá quebrar a cara dela - falei e ele riu

- Pode deixar meu amor - falou me dando um selinho - Vou pro banho e já volto

- Vou terminar o jantar enquanto isso - falei indo em direção a cozinha. Aqui em casa era dividido assim, um dia eu fazia o jantar e o Gustavo lavava a louça, e no dia seguinte as funções trocavam, assim não ficaria cansativo pra ninguém.

- Porra que cheiro bom - falou entrando na cozinha e me abraçando - O que você tá fazendo?

- Parmegiana, estava com vontade

- Vou preparando o suco enquanto isso, hoje você quer do que?

- Laranja, to morrendo de vontade

- Hoje você tá cheia das vontades né, será que não tem um mini Gustavo vindo aí não?

- Não mesmo, aqui tá tudo normal - falei me concentrando nas panelas. Falar sobre gravidez ainda é algo que me machuca muito, e pra ser sincera eu não sei se quero engravidar novamente, não quero passar por todo aquele sofrimento novamente. Eu fiz inúmeros exames depois de perder meu bebê e nunca constaram nada, não tinha nada que pudesse atrapalhar minha gravidez, nada que pudesse atrapalhar meu bebê, ele só deixou de viver de um dia para o outro, sem aviso, apenas me deixou.

- Ei, não fica com essa carinha amor, não falei pra te magoar, só brinquei com suas vontades, a gente vai ter quando for o momento certo pra você

- E se eu não quiser tentar? E se eu não quiser mais ter filho?

- Ana isso não é algo que você possa decidir sozinha, somos um casal, estamos prestes a nos casar e ter filhos é uma coisa que deve ser discutida entre o casal, um não pode decidir isso sem o outro e você mais do que ninguém sabe o quanto eu quero ser pai, o quanto eu quero dar amor ao meu filho, o amor que infelizmente eu nunca tive porque meu pai faleceu

- Mas eu não sei se eu quero ter filhos, eu não vou passar por tudo novamente, e você sabe o quanto a chance de perder outro bebê é grande, ninguém sabe o que aconteceu, o porquê aconteceu, então não tem como evitar que isso aconteça novamente

- Eu sei amor, mas a gente pode ir tentando, a gente pode pesquisar tratamentos, qualquer coisa, mas você não pode desistir da nossa família

- Minha família é você Gustavo, você lembra como foi horrível ter que se desfazer de todas as coisas dele? Meu filho nem chegou a usar nada das coisas que compramos, porque ele morreu do dia pra noite, sem explicação nenhuma

- Eu entendo Ana, mas não podemos desistir

- Eu já desisti Gustavo, e eu não quero mais tocar nesse assunto - falei colocando a comida na mesa e então me servindo.

Jantamos em silêncio e quando eu terminei fui fazer minhas higienes e deitar, uns vinte minutos depois Gustavo deitou ao meu lado e me abraçou.

- Você é minha vida Ana, e eu não me vejo sem você, eu te amo mais que tudo

- Eu também te amo - falei me aconchegando nos seus braços e não demorou muito pra eu pegar no sono.

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