To Go Anywhere

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O céu estava escuro como breu. Harry não conseguia ver nada além da neve branca caindo ao seu redor, acumulando-se nas árvores altas e fazendo com que seus galhos caíssem e afundassem tristemente no silêncio. A casa que ele e Tom compartilhavam era uma sombra à distância, mas mesmo quando Harry se aproximou, ele entendeu que Tom teria partido. Ele estaria aparatando em todo o país, incapaz de resistir a perseguir Harry, não importa o quão fúteis suas tentativas possam ser.

As luzes estavam acesas em sua casa grande e retangular, mas apenas devido aos incêndios que ardiam continuamente em várias lareiras, iluminando três das nove janelas visíveis na frente de sua casa. Harry podia ver muitos passos novos dos mesmos sapatos nos degraus que levavam à porta da frente. Isso o fez se sentir momentaneamente culpado; Tom evidentemente aparatou em casa entre suas buscas, esperando que ele estivesse aqui. Ele sabia que Harry voltaria em um ponto ou outro, mas a possibilidade de não fazê-lo deixava Tom inquieto, incapaz de ficar parado e esperar.

Demorou pouco mais de cinco minutos de espera antes que Tom aparecesse. Harry o ouviu aparatar e se virou. Assim que Tom o viu, seu ritmo começou a acelerar. Sua expressão estava entre indignação e confusão. Ele olhou para a silhueta de Harry, seu próprio rosto visível enquanto ele se aproximava com uma varinha acesa.

"Onde você esteve?" Tom exigiu o momento em que pudesse ser ouvido. Seus olhos pareciam queimar vermelhos. "Eu persegui você - Eu procurei por você em todos os lugares que pude!"

"Eu não queria ser encontrado", disse Harry calmamente. Ele sabia que Tom estava com raiva principalmente porque ele não entendeu o que tinha acontecido.

"Por que?" Tom perguntou, ainda enfurecido. "Eu não fiz nada para você! Eu tentei ajudá-lo, mas mesmo assim você sentiu a necessidade de me punir por um crime que eu nunca cometi em primeiro lugar!"

"Sinto muito", disse Harry calmamente. Não era mentira. "Eu não queria incomodar você."

"Por que você fugiu? Por que você me tratou assim?"

Seu tom fez Harry se sentir ainda mais culpado. "Eu não pude evitar."

O rosto de Tom se contraiu, mas isso o roubou de todas as alegações para descrever como Harry o tratou de forma ultrajante.

Harry então acrescentou, "Dumbledore me assustou."

Se Tom estivera perto de se acalmar antes, não havia sinal disso agora. "Dumbledore," ele sibilou por entre os dentes, "não deveria ser nenhum exemplo de um homem que entende as suposições que ele expressa com tanta ansiedade. Você sabe disso, Harry!"

"Eu sei," Harry concordou, "mas ele sabe como assustar as pessoas."

Tom queria ficar com raiva dele - isso ficou claro pelo jeito que ele olhou com indignação e fúria - mas ele entendeu que Harry não era a pessoa culpada. Ele parecia tentado a se virar enquanto permanecia em silêncio, lutando.

"Vamos entrar", disse Harry, esperando distrair Tom de sua ira. Ele próprio se sentia estranhamente calmo. "Está ficando frio e eu quero falar sobre o que Dumbledore disse. Me desculpe por não ter feito isso em primeiro lugar."

O olhar de raiva de Tom diminuiu, exceto em seus olhos, que queimavam de ódio por Dumbledore e de frustração pelos eventos da noite como um todo. Harry pegou sua mão. No momento em que seus dedos se tocaram, Tom o observou com mais atenção, ainda lutando. Harry deu alguns passos à frente e o puxou para um abraço. Eles ficaram juntos na neve em silêncio, entendendo-se melhor sem palavras.

Their Verdict of Vagaries • TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora