Bônus: Inteiro

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-Amor, pelo amor de Deus, a gente não pode atrasar - Alec chamou, enquanto descia as escadas de casa. Da casa deles. A mesma casa para onde Alec havia se mudado depois de dois anos e meio de namoro, depois de muita conversa e planejamento. E tudo estava dando tão certo que haviam decidido dar mais aquele passo, e era isso que estava deixando Alec tão ansioso.

-Calma, meu bem. Ainda temos quase uma hora e meia antes de precisarmos estar lá - Pegou a mão do noivo, acariciando de leve, tentando acalmá-lo um pouco. Sempre funcionava e Alec sempre relaxava com seu toque. Era bom ver que isso não havia mudado nem um pouco com o tempo. - Vai dar tudo certo dessa vez. Vamos trazer nosso bebê para casa.

Alec acenou, virando de frente para ele, mas os olhos continuavam arregalados e o rosto pálido. Suspirou, um pouco abalado e acariciou o rosto de Alec. Ele sempre foi tão lindo, Magnus sempre foi tão apaixonado por esse homem que seria capaz de enfrentar o mundo inteiro por ele.

-Escute, meu amor - Magnus falou baixinho e de forma tranquilizadora - Não vão negar nosso pedido novamente. Não vamos deixar que pessoas preconceituosas se coloquem entre nós e o nosso filho. Max já é nosso filho. Não vou deixar nada mudar isso. Tudo bem? confia em mim?

Alec acenou e o abraçou, segurando-se a ele como se fosse sua tábua de salvação. Era a terceira vez que recorriam à justiça porque sempre tinha alguém preconceituoso naquele tribunal - mais precisamente, a advogada Zara Dearborn - que sempre alegava que dois homens não eram aptos para cuidar de uma criança. Haviam provado que aquela advogada estava errada. Haviam ganhado. Sò precisava ir buscar seu bebê. Seu e de Alec.

Afagou as costas do homem que tanto amava, sentindo o amor por ele comprimindo seu peito. Agora teriam mais alguém para amar, mas era como multiplicar esse amor, e não dividi-lo entre o noivo e o filho e isso era mais maravilhoso do que ele poderia imaginar.

Alec estava mais relaxado, mas mesmo tentando demonstrar ser forte, ele também estava com medo. Não sabia como Alec ficaria se aquela mulher, Zara, desse um jeito de impedi-los de ver o pequeno Max como já havia feito antes.

Ter filhos não tinha sido um plano urgente ou imediato. Haviam começado a morar juntos a poucos meses e ainda estavam se adaptando àquela vida de casal, porque por mais que ainda não tivessem oficializado o casamento, já considerava Alec seu marido. Ele ainda lamentava não estar com o marido na situação que os levou a Max e todas as situações difíceis pelas quais ele tinha passado, mas fazia sempre o possível para apoiar seu amor sempre que ele precisasse. E Alec era capaz de se virar sozinho, mesmo que ele quisesse estar sempre por perto. Alec não era fraco. Era o homem mais forte que ele conhecia.

Quando viram Max pela primeira vez, Alexander tinha saído do trabalho para comprar um café na cafeteria ao lado do prédio onde havia começado seu próprio negócio em parceria com Maia, Clary e Diana. Segundo o que o próprio Alec tinha dito, era que havia uma mulher caída em um beco, gemendo de dor. Estava suja, maltrapilha e ferida. Sangrava, oscilando entre consciência e inconsciência. E grávida. Alec, como sempre com seu coração enorme, havia feito mais do que uma pessoa comum teria feito. Havia chamado uma ambulância, e preocupado, havia acompanhado a mulher até o hospital, e tinha ficado ao lado dela até que tudo se resolvesse. Lá havia descoberto que a mulher, ao que tudo indicava, era uma moradora de rua que havia sido agredida. Havia sido feito um parto de emergência muito complicado, o bebê era prematuro... e a mãe não havia resistido.

Ainda lembrava de quando Alec o ligou, apavorado, pedindo que fosse buscá-lo. E quando chegou lá, havia visto uma das imagens mais impactantes da sua vida. Alec chorava, olhando através do vidro que o separava do berçário, onde observava o menininho que tinha os cabelos tão negros quanto os de Alec, mas ondulados e ainda ralinhos. Quando Alec o contou a história, ele também havia se emocionado. Seu noivo já olhava para aquela criança com amor. Haviam decidido que, na impossibilidade de encontrar um familiar apto para cuidar da criança, fariam o possível e o impossível para cuidar do bebezinho.

Let You Go - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora