Let You Go - Malec

Bônus: Lar

Magnus se jogou contra a cama, aliviado, sentindo os músculos cansados começarem a relaxar. As pernas estavam bambas e dormentes e suas costas doíam, mas cada segundo valia a pena. Não se arrependia de nada em sua vida até o momento. E acreditava que nunca se arrependeria. Era o fruto de seus planos de criar uma família com Alexander. Mesmo estando tão exausto, tinha a vida que sempre quis, ao lado do homem que amava e com o filho que tinham juntos.

Seus olhos fecharam automaticamente, pesados por duas semanas de sono acumulado. Duas semanas desde que Alexander tinha viajado para participar de um congresso internacional. Sempre soube o quanto ele era esforçado, mas Alexander realmente estava estudando e se especializando para fazer seu estúdio de design crescer. E ele o apoiaria em tudo o que fosse necessário. Estaria lá com ele se não tivesse que ficar para cuidar de Max. Sua pequenina bolotinha de olhos azuis que não o deixava dormir sentindo falta do papai.

Seu bebê acordava todas as noites, a noite inteira, em busca de Alexander, mas só encontrava o desajeitado mas dedicado Magnus Bane, que o embalava, murmurando baixinho até o menininho soluçante pegasse no sono novamente.

Era tão gratificante ver Max dormindo. Seu coração derretia sempre que via os bracinhos cheios de dobrinhas esticados aleatoriamente durante o sono; ou a agitação incontrolável durante todas as manhãs. Se não tivesse tirado uma folga estaria ainda pior, porque teria que trabalhar de casa enquanto cuidava do pestinha, ou teria que contratar uma babá durante o dia.

Graças aos céus ele tinha pegado no sono cedo depois de engatinhar pela casa inteira tentando se apoiar nos móveis para levantar. Imaginava que aquela era a pior fase. Nem podia impedi-lo de se desenvolver, caindo e se machucando até que aprendesse a manter o equilíbrio, nem podia - nem queria - apressar aquela fase tão trabalhosa, mas tão linda de se ver. Era uma vitória cada vez que ele conseguia se manter de pé por mais de 15 segundos. Gritava, balbuciando, e agitava as mãozinhas como se dissesse "olha papai, eu consegui" antes de perder o equilíbrio novamente. Sempre ria e o pegava nos braços, fazendo festa e o jogava para o ar, fazendo-o rir.

Seu bebê era a coisa mais fofa que já tinha visto.

Tentou esperar um pouco mais de tempo acordado porque sabia que Alec estava chegando. Queria recepcioná-lo com beijos e abraços para tentar um pouco daquela saudade que apertava seu coração, mas o corpo foi ficando leve, sua cama era tão confortável... Se Alexander estivesse lá ficaria perfeito. Já sentia-se lentamente deslizando para a inconsciência.

A primeira gota de chuva atingiu sua bochecha e deslizou devagar até a linha do cabelo. Estava fresca, não gelada, e resfriava um pouco o calor da pele. Sentia o cheiro quente e agradável e familiar de seu lar, um cheiro que se assemelhava a grama molhada, menta e ar puro, e sorriu automaticamente, deixando-se molhar mais, aproveitando o máximo que podia. Estendeu os braços e ergueu o rosto para que mais gotas escorressem por ele. Sentia-se tão bem que era quase como se não tivesse mais preocupações na vida. Estivesse leve, leve como se seu corpo não pesasse nada. Era bom. Imaginava que seria a mesma sensação de voar. Talvez estivesse voando.

E então foi aos poucos começando a sentir novamente. Os braços continuavam estendidos, mas algo fazia cócegas em seu pescoço, e a sensação morna e aconchegante continuava. Os olhos abriram em uma brecha de forma semiconsciente e ele viu o que era que levava aquele cheiro fresco ao seu nariz.

-Alexander - Murmurou, levantando os braços para abraçá-lo pelo pescoço, ao mesmo tempo matando a saudade e impedindo que ele se afastasse.

Alec pairava sobre seu corpo com as pernas ao redor de seu quadril e os braços na altura de seus ombros. O cabelo úmido, provavelmente do banho, encostava em seu pescoço e em seu rosto a cada vez que Alec se inclinava para beijar sua clavícula e ia subindo os beijos leves quase até o lóbulo da orelha. Arrepiou-se automaticamente, mas ainda estava sonolento demais para tomar uma atitude.