DOIS

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KLAUS

Acordei com o toque do meu celular. Era Damon. E já passava das dez. Merda! Eu havia dormido além da conta. Atendi e tomei um esporro amigável por conta do meu atraso, mas tratei de tranquiliza-lo dizendo que em menos de meia hora eu estaria pronto.

Fiz tudo em tempo recorde, inclusive café para minha mãe, que ainda estava dormindo. Mandei mensagem para ela avisando para que não me esperasse para o almoço e nem para o jantar.

Peguei meu carro e dirigi em direção à casa de Damon. Abri os vidros e, pela primeira vez, senti o vento da manhã invadir os meus pulmões. Optei por não ligar o rádio, deixando o som do caminho ser as movimentadas ruas de Los Angeles. Quando cheguei, buzinei duas vezes e a porta se abriu, revelando Damon, Elena e Caroline saindo. Meu coração deu cambalhotas, mas eu não podia demonstrar. Consegui esconder o meu sorriso virando a cabeça para o outro lado, mas algo me dizia que ficaria estampado pelo resto do caminho.

- Dormiu mais do que a cama, foi? – Damon me deu um soco no braço

- Fuso horário. – foi minha resposta

- Foi mal te mandar vir até aqui, mas se eu ficasse na casa da Len, Caroline não ia conseguir ir com a gente.

- Está tranquilo. – não era problema para mim

Elena e Caroline me deram "bom dia", que eu respondi com o mesmo entusiasmo. Caroline se sentou atrás do meu banco, onde pude observá-la pelo retrovisor. Seus olhos ficavam cada vez maior quando passávamos por lugares que ela não parecia frequentar no dia a dia.

- Amanhã você ainda tem aula? – Elena perguntou a Caroline

- Minha última semana. – respondeu com certa ansiedade – Eu estava sonhando com o final do período.

- Sabe que pode usar a minha casa como escapatória, não é? Minha mãe com certeza pode dizer que você vai passar uns dias lá e podemos sair. – Elena, sem saber, estava me ajudando

- Obrigada, mas eu acho que não posso. – mirou a barra de sua blusa – Meu pai comeria meu fígado.

- Podemos dar um jeito. – Damon olhou para ela – Klaus também pode ajudar.

- Eu?! – ri debochado – Só se for para piorar as coisas.

Ela me olhou pelo retrovisor e nossos olhares se encontraram. Ao invés de voltar meus olhos para a estrada, eu continuei a encará-la. Sem graça, ela voltou a abaixar a cabeça e começou um assunto com Elena.

Chegamos ao Griffith Observatory em pouco mais de vinte minutos. O local estava um pouco cheio, mas não era nada que atrapalhasse o nosso passeio. Teríamos uma senhora aula de astronomia, íamos conseguir observar alguns astros e ver um museu dedicado ao espaço, além de uma vista incrível de Los Angeles e do letreiro de Hollywood.

Damon e Elena andavam de mãos dadas e nos deixaram para trás. Com certeza não foi por querer, até porque era difícil para eles me imaginarem com Caroline. Ela estava deslumbrada com tudo, então deduzi que ela nunca havia estado lá. Ela sacou o celular do bolso, o qual Damon comprou em Auckland especialmente para ela, e começou a tirar algumas fotos. Como não era minha primeira vez lá, sabia que ainda viriam muitos flashes pelo caminho.

- Não gaste bateria e memória tão rápido. – caminhávamos no mesmo ritmo – Ainda não viu nada.

- Acho que estou vendo mais do que já vi em toda a minha vida. – disse maravilhada – Já esteve aqui?

- Algumas vezes. – foram três ou quatro, não consigo me lembrar

- Acho que já percebeu que eu nunca estive.

It Was Always You [Klaroline] - 1° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora