CAPÍTULO NOVE

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CAROLINE

Dois dias haviam se passado e a situação de Damon continuava a mesma. Ele não respondia aos estímulos, não ameaçava acordar e ainda respirava com a ajuda de aparelhos. Quando me deixaram entrar para vê-lo, quis sair de imediato. Aquele na cama não poderia ser o meu irmão, o cara alegre que sempre esteve do meu lado em todas as situações. Eu precisava encarar a realidade, que ele não iria falar sobre qualquer coisa que eu desabafasse.

- Seja forte. – comecei – Você vai passar por isso e não vai ter sequelas. Não sei se você pode me escutar, mas vou falar de qualquer jeito. Obrigada por tudo. As vezes a gente esquece que um dia a pessoa está ali ao nosso lado e no outro ela pode não estar. Esse não vai ser o seu caso. Daqui a pouco você vai acordar e tudo vai ser melhor do que era antes. – as lágrimas atrapalharam o meu discurso – Eu te amo tanto! Seja forte por mim, pela mamãe e pela Elena. Até mesmo pelo papai. – enxuguei as lágrimas com as mangas do casaco – Saiba que vamos estar aqui até quando você acordar dessa porcaria. – passei minha mão sobre a dele – Não se entregue. Eu te amo muito!

Não consegui ficar mais tempo olhando meu irmão todo quebrado e cheio de pontos estirado numa cama. Aquilo era demais para mim.

- Eu não posso lidar com isso. – saí do quarto com falta de ar – Eu simplesmente não posso. Dois dias já se passaram e ele não reage. – fiquei nos braços de minha mãe

- Você ouviu o que o médico disse. Pode demorar dias, meses ou anos.

- Preciso que seja agora.

- Não podemos controlar as coisas, querida.

- Eu só quero tomar um banho e voltar pra cá.

- Não deveria conversar com Klaus?

- Não.

- Não?

- Ele está distante. Não devia ter feito o que fez. Meu pai nem fala mais comigo. – tentei não chorar mais – Está tudo muito confuso e não tenho cabeça para nada.

- Ele falou comigo ontem. – ela começou a falar como se quisesse chegar em algum lugar – Ele está se sentindo culpado pelo que aconteceu. Se não tivesse ido lá em casa, nada disso teria acontecido. Mas a gente não tem como saber o que vai acontecer. Nunca o vi assim. Nem mesmo quando Mikael faleceu.

- Cada um luta suas batalhas, mãe. Ele não é culpado. – neguei – Isso é coisa da cabeça dele.

- Mesmo assim, você deveria falar com ele. Estamos passando pela mesma coisa.

- Outra hora.

KLAUS

Passei os dois dias trancado no quarto. Consegui ter uma conversa de mais de cinco minutos com Liz, a única capaz de me fazer falar. Minha mãe respeitou meu tempo sozinho, mas sabia que ela estava preocupada.

Fiquei dividido entre ir e não ir ao hospital. Falei com Liz sobre isso. Como solução, ela disse que ia me avisar quando não tivesse ninguém lá para que eu visitasse Damon. Eu estaria magoando Caroline? Talvez. Não havia melhor alternativa para o que estava acontecendo. O que foi decidido não amenizava a minha culpa. Eu não querer ir, além de ser por conta de Caroline, era por conta de eu ser o culpado. Ninguém colocaria o contrário na minha cabeça.

Parei para pensar também sobre Auckland. Não podia abandonar Damon nesse estado aqui, mas também não poderia voltar. Caso ele acordasse, voltar seria a melhor opção. Dolorosa, mas a melhor. Não queria pensar em Caroline, mas tudo voltava a isso.

It Was Always You [Klaroline] - 1° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora