OITO

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CAROLINE

Damon foi me buscar na casa de Klaus junto com Elena, que mesmo com o desânimo estampado em seu rosto, nos abraçou e desejou que fôssemos felizes independente de qualquer coisa.

- Qualquer coisa me ligue. – Klaus pediu – Eu chego lá em um pulo.

- Obrigada. – sorri e ganhei um beijo – Agradeça a sua mãe.

Ele fez que sim e me deixou ir.

Fui o caminho todo escutando o silêncio mortal que havia se instalado dentro do carro e pensando no que falar quando botasse os pés dentro de casa. Boa coisa não nos aguardava, isso era muito óbvio. Não sabia o que minha mãe havia falado para Damon no dia anterior, mas com certeza ela deve ter dito que meu pai nos esperaria com sangue nos olhos e soltando fogo pelas orelhas. O que mais me preocupava era o que Damon ia fazer. Nunca havia visto tanta raiva em seus olhos.

- Desçam. – ele ordenou assim que parou o carro em frente à nossa casa

Mal descemos e mamãe já abriu a porta com uma expressão nada boa. Ela teve que escutar tudo que meu pai devia ter falado, calada. Não há coisa pior do que isso.

- Finalmente resolveram aparecer. – ele cruzou os braços – Como ousa passar por cima da minha autoridade? – fuzilou Damon com o olhar – E ainda por cima tirar a sua irmã do castigo.

- É o seguinte. – Damon também cruzou os braços – Você não tem mais autoridade sobre mim. Sou maior de idade, tenho meu dinheiro e vou formar minha família. Quanto a minha irmã, assim que ela for de maior, não vai querer ficar aqui para ser tratada como um animal preso em uma jaula. Quanto a você, esperava que fosse mudar essa mente do século passado em relação a sua família. Não vê que tudo que consegue fazer é nos separar cada vez mais? – seus olhos marejaram – Caroline quer ter uma vida e eu quero começar a minha. Queríamos pelo menos o seu apoio e umas palavras de afeto, mas tudo que sai de você é o oposto.

- Você está andando muito com aquele seu amigo. Ele adora dizer que você não é nada,  não é?

- Está falando do Klaus? Se sim, pode chamá-lo pelo nome. Ele não é apenas "aquele amigo". Quem me diz que não sou nada é você, não ele. – seus olhos saltaram – E não tente fugir do assunto.

Dezenas de palavras queriam sair da minha boca enquanto meu pai se referiu a Klaus daquela maneira. Damon conseguiu expressar algumas das quais não saíram de mim, mas ainda podiam sair a qualquer hora.

- Eu já falei tudo que eu tinha para falar. Sou um homem formado, feliz com o que faço e pronto para enfrentar qualquer situação. – abraçou Elena – Ela vai ser minha mulher. Ela vai ser a mãe dos meus futuros filhos e nem você e nem ninguém vai impedir isso.

- Já acabou? – meu pai indagou, zombando – Agora vamos dar voz a quem ainda não falou nada. Caroline?

Todos olharam para mim, na expectativa que eu falasse alguma coisa. Era óbvio que eu tinha muita coisa para falar, mas não queria piorar as coisas.

- Como eu imaginei. – ele voltou a falar, agora com Damon  – Não precisa voltar para casa, se não quiser. Como bem disse, é livre para...

- Vai me escutar? – minha voz finalmente saiu e recebi os olhares novamente – Eu não quero fazer faculdade de administração na CSU. Também não quero mais ser prisioneira nessa casa, quero sair a hora que eu quiser e conhecer gente nova, aproveitar minha vida. – criei coragem e continuei – Quero faltar aulas, poder trazer amigos em casa, dizer que estou namorando e poder compartilhar mais da minha vida com vocês. Só que eu tenho medo. Você botou medo na gente. Você e suas regras idiotas. Temos que fazer o que queremos, não o que você quer que a gente faça. Eu estou cansada disso! – gritei e comecei a chorar – Mãe, diga que está cansada também. – supliquei – Você não é feliz aqui.

It Was Always You [Klaroline] - 1° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora