𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝒕𝒓𝒆𝒛𝒆

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𝙈𝙖𝙮𝙖 𝘽𝙤𝙪𝙧𝙣𝙚

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𝙈𝙖𝙮𝙖 𝘽𝙤𝙪𝙧𝙣𝙚

Rafe entrou no banho já faz alguns minutos. Saio do quarto e caminho em direção a varanda, pego a chave e tranco a porta novamente. Vou até a área de serviço e pego uma vassoura. Os saltos nos meus pés estão começando a incomodar, mas preciso limpar o quarto antes de tirá-los. 

Subo para o quarto e ouço o barulho do chuveiro se desligando. Começo a varrer o quarto para tirar todos os cacos de vidros espalhados. 

Depois de empilhar todos os cacos que achei no quanto no quarto, tiro meus saltos e os deixo no canto perto da cama. 

A porta do banheiro se abrindo chama a minha atenção, me viro e vejo Rafe apenas com a toalha enrolada na cintura. Olho para seu corpo rapidamente e me viro de costas. 

Ouço as portas do guarda-roupa se abrindo e começo a arrumar a cama. O silêncio no quarto começa a me preocupar. Olho para Rafe e ele já está vestido com uma camisa de manga comprida e uma calça. Ele está de cabeça baixa passando as mãos nos olhos. Caminho lentamente até ele e pego em suas mãos.

― Vamos nos deitar? ― ele concorda e eu o puxo para a cama. 

Rafe sobe na cama lentamente e eu puxo as cobertas para cima. Me sento na beirada da cama e nós ficamos em silêncio por um tempo.

― Você estava indo para onde? ― Rafe pergunta sussurrando.

― Isso não importa mais. 

Rafe acabou de me lembrar do jantar, provavelmente Tommy já deve ter surtado por faltas de notícias, mas isso não me importa agora. 

Apenas Rafe me importa. 

― Quer me contar o que aconteceu? ― olho para Rafe. 

― Eu tento ser bom… mas nada é o suficiente. ― ele encosta a cabeça na cabeceira da cama. ― Eu sempre faço o meu melhor, mas não é o suficiente. ― sua voz começa a ficar fraca e seus olhos enchem de lágrimas. ― É sempre ela. Não importa o que eu faça. 

― Ela quem? ― ele me olha.

― A Sarah. ― ele volta a olhar para a parede. ― Eu sempre faço tudo do jeito dele, mas não é o suficiente. Eu sempre faço o meu melhor, mas também não é o suficiente… não é o suficiente para ninguém. 

 ― É o suficiente para mim, por isso estou aqui. ― me sento mais perto dele e pego em sua mão. 

― Mas não foi o suficiente antes. ― ele olha para as nossas mãos.

― Como assim? ― começo a ficar confusa.

― Nada. ― ele balança a cabeça negativamente e com a outra mão limpa algumas lágrimas que escorreram pelo seu rosto. 

Decido não pressionar ele para me falar nada por conta do seu estado. Ele ter me falado essas pequenas coisas já é um avanço enorme. 

― Quem sabe se você dormir um pouco não ajude? ― forço um sorriso para ele.

― Você vai ficar? ― sua voz frágil parte meu coração.

Prefiro mil vezes o Rafe arrogante e seguro de si, do que vê-lo nessa forma.

― Vou. ― ele respira fundo e concorda.

― Você pode pegar uma das minhas camisetas para dormir, se quiser, claro. Acho que é mais confortável. 

Sorrio e concordo. Me levanto da cama e caminho para o guarda-roupa. Cada movimento meu sinto que está sendo observado por Rafe. Pego uma de suas camisetas e entro no banheiro.

Fecho a porta do banheiro e abro meu vestido. Meu corpo agradece por tirar a pressão que estava com o vestido apertado. Coloco a camiseta e começo a desamarrar o meu cabelo. Eu ainda preciso ligar para Tommy e dar uma satisfação, mais uma noite com o Rafe? Ele vai enlouquecer. 

Pego meu vestido de cima da privada e abro a porta do banheiro, Rafe ainda está na mesma posição de antes. Ele apenas me olha e sorri levemente. Dobro meu vestido desajeitadamente e coloco em cima de uma cadeira. 

Rafe se afasta um pouco quando chego perto da cama, puxo as cobertas e me deito ao seu lado. Ficamos um tempo em silêncio até Rafe se movimentar e deitar sua cabeça no meu peito. Apesar de ficar surpresa com sua ação, passo meu braço por volta do seu corpo e apoio minha cabeça na sua. 

― Você vai estar aqui quando eu acordar amanhã? 

― Sim, não se preocupe. ― coloco minha mão no seu cabelo e começo a fazer um carinho. 

Ele aperta seu braço na minha cintura e suspira. 
Fico uns dez minutos dessa maneira até perceber que Rafe pegou no sono. Pego meu celular que está em cima do criado-mudo e desbloqueio. Há muitas mensagens e chamadas perdidas de Tommy. 

Largo o telefone e começo a tirar o corpo de Rafe de perto do meu. Faço isso o mais lentamente possível para não acordá-lo. Após conseguir fazer isso com sucesso, pego meu telefone novamente e ligo para Tommy.

― Meu Deus, aonde diabos você se meteu?” ― Tommy fala atendendo o telefone. 

“― Aconteceu um problema de última hora, e eu não consegui ir, me desculpa.”

“― Ficamos todos te esperando, todos. Por mais de meia hora.” ― a irritação em sua voz é muito visível. 

“― Eu prometo que vou recompensar isso, só me desculpa”

Começo a andar pelo quarto juntando algumas coisas que estão pelo chão do quarto. 

“― Certo. Me desculpa por estourar.” ― ele suspira do outro lado da linha. “― Eu nem sei o que aconteceu e estou te julgando.” 

Você vai me julgar da mesma forma… 

“― O Rafe…”

“― Claro, o Rafe.” ― ele fala como se fosse óbvio. 

“― Me deixe falar.” ― ele fica em silêncio. “― Rafe teve um ataque de… ansiedade e precisou de ajuda.”

“― E estava tão ocupada que não conseguiu nem falar com o seu namorado?” 

Me abaixo perto da escrivaninha e acho um saquinho pequeno. Pego ele na mão e ele tem um pó branco dentro…

O Rafe está se drogando?

“― Maya, está me ouvindo?” 

“― Sim, estou…” ― olho para o saquinho novamente. “― Amanhã eu te encontro na saída da empresa do seu pai e conversamos. Boa noite.”

Ouço Tommy chamar meu nome, mas desligo o telefone. 

O Rafe está realmente se drogando? Isso explica suas ações. 

Olho para Rafe que está dormindo pacificamente, não consigo acreditar que ele realmente está fazendo isso. 

 ⇨ 𝐹𝑟𝑖𝑒𝑛𝑑𝑠 • 𝑅𝑎𝑓𝑒 𝐶𝑎𝑚𝑒𝑟𝑜𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora