THE PAST ( O PASSADO ) / CATRADORA

#6 - Você cuidou da minha garotinha?

*SONHO DE ADORA*

— Adora? — Acordo num lugar totalmente diferente da floresta, parece o lugar da primeira vez que a moça se comunicou comigo. — Você está bem?

Quem está falando comigo? Me sento olhando ao redor, mas não há nada, tudo está preto e só tem eu e uma voz que não consigo saber de onde vem.

— Imagino que você deve estar assustada, me perdoa por ter feito isso, mas era a única forma da gente conversar. — Procuro pelos lados, mas ela não está aqui, é como se essa moça estivesse na minha mente.

— Por que eu não consigo te ver?

— Você mesma respondeu sua pergunta. — Ela está na minha mente, mas como? É esquisito, parece a mesma coisa que o Prime fez comigo, mas nessa eu não estou com medo.

— Como posso te ajudar e quem é você?

— Antes, Você cuidou da minha garotinha? — Fico em choque, não pode ser. Antes de eu falar algo, acordo do sonho.

*SONHO OFF*

— Ângela? — Levanto da cama no susto, não consigo nem processar direito. Catra se assusta comigo, mas me puxa pra um abraço.

— Adora, que susto que você me deu. — Ela me aperta mais forte chorando, fico paralisada tentando entender como vim parar aqui e se estou certa de quem é a moça. — Adora?

— Eu... não sei o que dizer. — Me sento na cama novamente tentando respirar, eu não sei se é a Ângela, como?

— O que aconteceu, a moça se comunicou com você de novo?

— Catra, nós precisamos voltar para Lua Clara, agora. — Falo me levantando, mas ela me para.

— Mas por que? O que tá acontecendo? Você desmaia assim e acorda como se nada tivesse acontecido. — Tento sair dos braços dela, mas sem sucesso. — Só para, calma.

— Catra, não me para, não agora. — A olho e ela me da passagem pra arrumar as coisas. Pego as roupas colocando dentro da mala, ela também está pegando suas coisas, odeio que fiquemos assim, mas preciso urgente voltar.

Saímos do quarto em silêncio, não ousei puxar assunto e nem ela. Ao final do corredor, estavam Scorpia e Perfuma sentadas, assim que nos veem, se levantam indo em nossa direção.

— Adora, meu Deus, você está bem? — Perfuma se aproxima de mim preocupada, nem imagino o que causei nelas, mas não tenho tempo pra isso.

— Estou sim, só passei um pouco mal. — Não sei se devo contar sobre tudo agora, prefiro esperar. — Sei que é chato sair assim, mas preciso voltar para Lua Clara.

— Aconteceu algo pra vocês saírem assim, me perdoem se fiz algo errado. — Scorpia fala, me sinto mais culpada ainda por sair assim.

— Vocês não fizeram nada, foi bom demais estar com vocês mesmo esse pouco tempo, mas eu preciso muito voltar, fico devendo um jantar pra vocês. — Tento tranquilizar as duas, mas acho que sem sucesso. — Prometo que conto o que aconteceu, me perdoem.

— Fiquem bem, assim que puder falo com vocês duas. — Catra fala e se despede das duas, faço o mesmo e seguimos para a nave, nem tive tempo de processar tudo o que aconteceu, só estou seguindo.

O silêncio reinou desde que entramos na nave, eu ainda tô tentando entender tudo e Catra não quer me incomodar, odeio que ela se sinta assim, pelo contrário, ela me tranquiliza mais do que imagina.

— Catra? — Ela está sentada olhando para a janela, mas me olha quando a chamo. — Me perdoa, sei que estava animada com o jantar e...

— Hey, está tudo bem, imagino que há algo muito importante para falar com Glimmer. — Ela se aproxima de mim sentando do meu lado, deito minha cabeça em seu ombro.

— Desculpa não te falar o que aconteceu, mas a moça se comunicou de novo comigo, através de um sonho. — Levanto minha cabeça do seu ombro a olhando, ela fica em silêncio esperando eu continuar. — Acho que sei quem é ela, mas tenho medo de estar errada.

— Você gritou um nome assim que acordou, é ela?

— Você se lembra da rainha Ângela? — Catra assente com a cabeça. — Eu tenho quase certeza que é ela, quando o Hordak e você tentaram abrir aquele portal, alguém tinha que fechá-lo, mas quem ousasse fazer isso ficaria preso lá para sempre, eu achei que ela estava morta, mas não.

— Me desculpa por isso. — A abraço, a culpa não foi dela, todos estavam querendo poder e se levaram por isso.

— Passado, ok? Não se machuque por isso, você está aqui comigo agora e isso importa. — Beijo seu ombro tentando mostrar que isso já passou.

— Ela falou o nome dela para você?

— Não falou, mas ela me perguntou se eu cuidei da garotinha dela, essa garotinha é a Glimmer. Quando ela foi pegar a espada para fechar o portal, ela pediu pra eu cuidar da Glimmer.

— Há grandes chances de ser ela, mas se conseguir um novo contato para ter certeza, seria bom. — Catra está certa, no fundo eu quero muito que seja a Ângela.

— Não sei como contar isso para a Glimmer e o Micah.

— Calma, eu vou estar lá com você, tá bom? — Sorrio pra ela, nem sei o que seria de mim sem o apoio de Catra.

— Obrigada por isso. — Selo nossos lábios.— Mas me fala, como me achou?

— Instinto, dorinha. — Reviro os olhos, convencida demais.

— Amor também, cat.

— Não vou negar. — Sorrio do comentário, é bom descontrair um pouco. já já vou ter que pensar numa maneira de falar com Glimmer e Micah, só não sei como.

Eu não posso simplesmente chegar e jogar na cara deles o que ouvi, vão me chamar de louca.

"Então, Glimmer e Micah, sabe a Ângela? Ela mesmo, acho que ela se comunicou comigo 2 vezes" Definitivamente assim não, muito frio e errado, certeza que ela vai surtar porquê  não contei antes, o sermão vai ser gigante.

"Sua esposa, Micah. Sua mãe, Glimmer. Eu a ouvi duas vezes, ela está viva." Acho que sou péssima para dar notícias, não posso afirmar nada sem ouvir da boca da moça que o nome dela é Ângela. Vou escrever uma carta e enviar, mais fácil.

— Adora, chegamos a Lua Clara. — A nave nos comunica, passou tão rápido a viagem que nem tive tempo de pensar da forma que vou falar, pensando seriamente em chegar de She-ra, vai que ela me ajuda.

— Não se esqueça, eu vou estar do seu lado. — Catra segura minha mão e eu a beijo, a nave pousa, respiro fundo e saio, é agora ou nunca.