01. Salvo por um estranho gostoso

177 10 0
                                    


Ohm estava correndo no meio do tráfego, deixando buzinas e xingamentos atrás de si. Como detetive da Polícia de Bangkok, ele sabia que era errado fazer isso, mas uma de suas funções também era perseguir os bandidos e, atualmente, o bastardo doente estava exatamente tentando se esconder dele na massa caótica de veículos.

Era para ser um dia quente comum como qualquer outro na cidade. Ohm havia deixado seu apartamento bagunçado por volta das 10 da manhã e foi tomar um café na barraca da esquina da rua, mas quando ele estava prestes a tomar um gole, alguém esbarrou nele, derramando a bebida em sua camisa e fugindo sem um único pedido de desculpas. Ele estava prestes a ignorar o fato, mas então uma senhora veio atrás dele gritando que o cara era um ladrão que havia roubado sua bolsa e que tinha escapado impune.

"Bem, vamos fazer isso!", Ohm disse passando o café para a senhora segurá-lo um pouco. "Eu já volto, por favor, espere aqui, chame a Polícia e diga a eles que o detetive Ohm Thitiwat precisa de reforços!"

Então o detetive começou sua corrida. O ladrão safado era esguio e esperto, escondendo-se entre os carros e quase escapando do seu campo de visão. Mas Ohm era bastante experiente e rápido, tornando difícil para o bandido o confundir.

O homem entrou em uma rua que Ohm sabia ser um beco sem saída, e isso deu ao detetive uma pequena pausa para recuperar o fôlego. Apoiou as mãos nos joelhos ofegando com força e lembrou que quando se candidatou para ser detetive um dos motivos foi tentar evitar esse tipo de atividade que era mais provável de acontecer com os policiais. Ao mesmo tempo, ele nunca poderia, em sã consciência, ver alguém como vítima de um crime e não fazer nada para ajudá-lo só porque esse não era mais seu trabalho.

Quando sua respiração voltou ao normal, Ohm entrou no beco estreito caminhando com cautela e logo cobriu o nariz e a boca com a mão. O cheiro do lugar era nauseante e atingiu seu estômago vazio com força. Ele viu o homem no beco sem saída da rua como um rato desesperado para se livrar do gato perto o suficiente para atacá-lo. No entanto, sua reação não foi o tipo que Ohm estava acostumado a ver de um criminoso prestes a ser preso. O homem estava em completo estado de desespero: suando muito e arregalando os olhos desfocados. Ele tinha muito treinamento e experiência nesta área, todas as evidências apontavam para outra coisa.

"Talvez ele tenha problemas psicológicos...", Ohm pensou consigo mesmo tentando se aproximar do homem sem assustá-lo ainda mais. O ladrão estava errado e estava prestes a pagar por seu crime, mas não era necessário colocá-lo em um perigo desnecessário se ele realmente fosse incapaz de medir a consequência dos seus próprios atos. Como homem da lei, também era seu dever protegê-los. É geralmente culpa do governo e da sociedade que esse tipo de pessoa não receba o tratamento correto e acabe criando problemas não só para o restante dos cidadãos, mas também para si mesmas.

"NÃO SE APROXIMA!", o homem gritou para Ohm enquanto segurava a bolsa da mulher perto de seu peito.

"Ei, ei! Calma, senhor!", Ohm mostrou ao outro as mãos vazias em oferta de paz, mas sua arma estava pronta para ser usada por baixo do casaco se algo mais falhasse.

"N-NÃO CHEGUE M-MAIS PERTO!", O cara repetia gaguejando e mexendo o pescoço em posições estranhas, quase como se estivesse desossado.

"Por favor, senhor! Preciso pedir que pare de se mover assim ou isso pode causar o seu próprio mal! Prometo que você será levado a um profissional de assistência para tratamento se for necessário.", Ohm tentou acalmar o cara com seu tom de voz firme, mas gentil.

"Então você sabe da voz também?", o homem coçou uma cicatriz feia no lado esquerdo do rosto. "Você sabe que não estou sozinho, certo?", ele arregalou os olhos, antecipando a resposta do detetive.

Meu parceiro é um demônioOnde histórias criam vida. Descubra agora