04. Meu parceiro é um demônio

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Ohm e Fluke encontraram um Kao ansioso esperando por eles na delegacia.

“Graças a Deus você finalmente chegou! Por que demorou tanto? Você está bem? Como ele te tratou? Precisa de mais alguma coisa?”, foram apenas algumas das várias perguntas feitas pelo Delegado quando a dupla demônio/mundano chegou ao seu escritório naquela tarde. Ao contrário do que se possa pensar, nenhuma delas foi dirigida a Ohm, o mundano vivendo em uma situação tão delicada, mas a Fluke, o demônio que o colocou em tal perigo. Kao estava verificando a criatura como se ela fosse feita de vidro e pudesse encontrar uma rachadura ou outro problema como esse. Por sua vez, o detetive foi se acostumando aos poucos com a atenção tendenciosa, mas não sem reclamar disso.

"Ei! Estou bem ao seu lado!", Ohm murmurou ainda chateado com a falta de preocupação com ele. Ele era quem vivia com um demônio maluco, se é que alguém estava levando isso em consideração!

"E é exatamente disso que eu tenho medo, Ohm! A propósito, você está bem? Ele mexeu com você?", Kao de repente soltou o macho menor e se aproximou dele.

"O quê? O que você quer dizer?", Ohm estava encurralado próximo à parede e ficando cada vez mais ansioso com as perguntas estranhas de Kao.

"Hmmm... Parece que não... ainda. Isso é bom porque não temos tempo para lidar com coelhos copulando pela cidade. Temos um caso misterioso para discutir."

"O que você quer dizer com isso?", Fluke mudou de repente sua expressão suave e franziu a testa para Kao.

"Vou explicar tudo para vocês, por favor, sentem-se, pessoal!", ele disse e a dupla obedeceu na hora.

O chefe de polícia então explicou a eles como um ladrão estava fazendo barulho no lado leste da cidade. O suspeito costumava roubar bolsas, mas não levava o dinheiro. Algumas das vítimas relataram que ele lhes perguntou sobre alimentos e, depois de procurar sem encontrá-los, devolvia os pertences aos seus donos.

"Ah, então não é tão ruim!", Ohm ficou aliviado ao saber que o primeiro demônio deles seria fácil de lidar.

"Espere um pouco, mundano. Nunca é tão fácil!", Fluke tinha um sorriso malicioso no rosto enquanto se recostava na cadeira e cruzava as pernas em um movimento sensual que não passou despercebido pelo detetive.

"Exatamente. Recentemente ele tem assassinado gente que não tem comida para dar pra ele.", Kao finalizou seu relato.

"O quê?!"

"Eu avisei!", Fluke disse, cruzando os braços na frente do peito. O sorriso crescente do menor fez Ohm questionar como alguém poderia ser tão frio falando sobre esse tipo de coisa. Mas, não foi a primeira vez naquele dia que ele lembrou a si mesmo que seu parceiro era de fato um demônio.

"Algo de interessante nisso, Fluke? Eu esperava que você pudesse esclarecer as coisas para nós.", Kao concentrou toda a sua atenção no demônio, fazendo Ohm ficar curioso sobre ele também. Ele ainda estava inseguro sobre toda essa coisa de "submundo" e era difícil acreditar que demônios estavam entre eles.

"Na verdade, sim.", Fluke suspirou e cruzou os braços na frente do peito. "Parece que Belphegor, o cara que você foi apresentado ontem -- ele disse olhando para Ohm --, está ficando um pouco excitado.", Ele olhou para a vista da janela, mas seus olhos estavam desfocados, como se pudesse ver uma paisagem diferente lá fora.

"O que você quer dizer?", Ohm falou sem nem perceber que havia aberto a boca.

"Este demônio é famoso por sua fome. Isso significa que se ele não obtiver energia suficiente de sua comida, ele ficará cada vez mais ansioso. Mas na linguagem demoníaca, isso na verdade significa que ele se tornará mais violento e vai machucar mundanos ao redor dele sem pensar duas vezes. ", ele explicou simplesmente.

Meu parceiro é um demônioOnde histórias criam vida. Descubra agora