10. Outro tipo de fome

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Sem nenhuma atividade suspeita que pudesse ser creditada a demônios, Fluke estava de volta à escola ajudando crianças a atravessar a rua e Ohm estava fazendo sua investigação regular sobre questões mundanas. Isso também significava que eles não precisavam ir à Delegacia de Polícia tão cedo, mas o detetive estava há muito tempo acordado, preguiçosamente deitado em sua cama e aproveitando a brisa leve que vinha da janela aberta.

No entanto, Ohm estava mantendo os olhos fechados com firmeza. Ele estava fazendo isso por alguns motivos e um deles era capaz de fazê-lo se beliscar para verificar se ele estava acordado de fato e não sonhando. Tudo isso porque Fluke, em sua forma mundana -- não como um gato --, estava aninhado bem ao seu lado.

Depois daquela noite no casamento do filho do CEO, eles se deram bem, o que significava que mudaram muito de sua dinâmica e quando normalmente brigavam por problemas idiotas, agora eles se beijavam. Na verdade, com motivos ou não, eles decidiram jogar tudo para o alto e apenas se beijar.

Ohm, um cara criado em um orfanato, estava acostumado a trabalhar duro desde jovem porque, como não foi adotado pelas várias famílias que o visitavam, ele precisava sobreviver por conta própria. Agora que pela primeira vez sentia que tinha de alguém em quem confiar, estava literalmente flutuando em uma bolha rosa de felicidade. Eles haviam criado uma nova rotina, doce ou tanto quanto poderia ser, o que o levava a mais um de seus problemas.

"Ei, Ohm…", Fluke choramingou ao finalmente acordar. "Já está acordado? Por que não me chamou?", perguntou o demônio, movendo-se para abraçar o detetive, envolvendo as pernas delgadas em torno das de Ohm.

"Hmm… estou acordado…", Ohm suspirou sabendo o que estava para acontecer.

"Ótimo! Agora que tal a gente se divertir, garotão? Hein? O que você me diz? Estou faminto, sabe?", ele propôs exatamente como tinha feito nos últimos dias.

Assim como Fluke disse anteriormente, todos os pecados se manifestavam intensamente nele e, aparentemente, após seu beijo apaixonado na festa de casamento, sua luxúria foi despertada. Em suma, o mais baixo usava toda e qualquer oportunidade para tentar fazer sexo com Ohm e mesmo se eles fossem namorados agora -- pelo menos o mundano gostava de pensar que eles estavam naquele estágio --, o mais alto não se sentia pronto ainda para dar o próximo passo. A propósito, agora ele realmente entendia o que Kao queria dizer ao perguntar se o demônio tinha dado em cima ele, porque se ele fosse seguir o exemplo de Fluke, eles se tornariam coelhos fazendo sexo pela cidade como se não houvesse amanhã.

Ele não estava evitando Fluke porque não pensava nele dessa forma, ele pensou consigo mesmo enquanto o objeto de sua afeição estava salpicando seu rosto com beijos leves tentando convencê-lo a ceder.

"Vamos, querido! Seria um pecado ter esse pau lindo que o próprio Deus deu para você e não usá-lo para fazer o bem às pessoas!", Fluke apontou como muitas vezes antes. O demônio não tinha vergonha de falar sobre sexo assim como sobre qualquer outro assunto, deixando o detetive nervoso.

"Em primeiro lugar, tenho certeza de que dizer isso é uma espécie de blasfêmia.", Ohm comentou e Fluke deu muito pouca atenção a isso. "Em segundo lugar, eu não vou fazer isso!"

"Oh meu Deus! Acho que sei o motivo pelo qual você está me recusando. Oh, amor! Não seja tímido! Eu já vi você nu e você é perfeitamente lindo! Nada para se preocupar!", Fluke piscou para seu próprio comentário.

Ohm estava internamente orgulhoso disso, mas ainda não cedeu naquela manhã. "Não é isso, Fluke!", disse ele, levantando-se da cama e vestindo uma calça jeans que deixou descansar na cadeira na noite anterior. Por um segundo, a cena deixou o demônio sem fala. A maneira como a luz do sol entrava no quarto pelas cortinas tornava a pele dourada de Ohm ainda mais bonita para os olhos, como se ele brilhasse só para ele. Ainda assim, ele tinha um propósito e não estava pronto para abandoná-lo tão cedo e mudando seu tom para um mais provocativo, ele se atreveu a dizer:

Meu parceiro é um demônioOnde histórias criam vida. Descubra agora