09. Invadindo um casamento por bons motivos

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Após a saída do táxi, a dupla se aproximou do local. Era um local alugado para receber o casamento e a cerimônia estava prestes a ser realizada na tenda prevista para tal. Não foi difícil obter as informações, pois ambos eram da Polícia e aqui estavam.

Após um rápido aceno de cabeça, Ohm e Fluke foram para a área exclusiva para as pessoas que trabalhariam na cerimônia e antes mesmo de tentarem pensar em um plano para interromper o casamento, o destino decidiu ajudá-los.

"Vocês dois!", disse um homem, aproximando-se deles com uma prancheta em mãos, "vocês estão atrasados, mas finalmente chegaram! Não temos tempo, então vocês vão com esse tecido barato nojento de qualquer maneira! Peguem uma bandeja e vão! ", apontou para uma mesa ao lado da porta da cozinha na qual os garçons estavam pegando as bandejas e saindo com elas para servir os convidados antes do início da cerimônia.

"Que tecido barato?! Isso é assinado por um designer, você--", Fluke não conseguiu continuar seu discurso porque Ohm o abraçou por trás, cobrindo sua boca com uma de suas mãos enormes e a ação o fez congelar no local e interromper sua raiva. Uma novidade para os dois, aliás.

"Obrigado, senhor! Eu e meu colega estamos a caminho agora!", Ohm disse e saiu com Fluke ainda furioso atrás dele.

"Sinto muito por isso, mas serve ao nosso propósito! Agora vamos nos separar e encontrar o noivo e a noiva!", Ohm disse e já ia sair quando Fluke segurou seu braço. "E agora?"

"Eu pareço mesmo vestido para servir mesas e não andar na passarela?", seus olhos brilhavam seriamente com as lágrimas não derramadas. Era uma loucura que seu maior problema no momento era não se sentir apreciado o suficiente, mas Ohm estava pronto para entregar-se à sua vaidade.

"Você é o rosto mais bonito que eu já vi e está vestido como se você pudesse me matar e depois me levar para o inferno -- o que provavelmente está correto! Mas agora nós realmente precisamos ir, Fluke!"

O elogio deixou o demônio sem fala por alguns segundos, mas ele logo recuperou seus sentidos e se moveu na direção que Ohm estava apontando.

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Ohm estava vagando pelos corredores tentando encontrar uma pista de onde o noivo poderia estar naquele momento enquanto sua mente vagava com pensamentos. Sim, ele era um homem gentil, mas invadir o casamento de um estranho assim estava além de qualquer ato de gentileza, mesmo para seu padrão.

No entanto, no momento em que ouviu o homem saindo do escritório do CEO com aquela frase perguntando por que seu próprio pai não podia deixá-lo ficar com quem ele amava, isso tocou algo dentro dele. Muito distraído com aquele sentimento desconhecido, ele mal viu quando um homem esbarrou nele.

"Oh, você! Entre agora nesta sala e sirva uma bebida para o noivo! O homem precisa desesperadamente!", o cara, provavelmente o padrinho, apontou o caminho e saiu resmungando para si mesmo sobre encontrar algo para acalmar os próprios nervos.

Era como se o destino estivesse literalmente apontando com uma grande seta a direção que ele deveria seguir e ele simplesmente a seguiu.

O noivo, Ohm reconheceu o homem de manhã cedo, estava encostado em uma janela com vista lateral para a tenda onde a cerimônia estava prestes a acontecer. Seria um casamento aconchegante e elegante à noite e as lindas luzes espalhadas pelo jardim faziam com que parecesse um cenário de sonho. O homem suspirou audivelmente e Ohm interpretou isso como sua deixa.

"Queres mesmo casar agora ou prefere fazer o que realmente deseja?", perguntou num tom monótono que deixou o homem um pouco assustado, mas atraído por ele.

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Ohm estava a ponto de mandar uma mensagem para Fluke dizendo que estava esperando por ele, mas até agora, nem mesmo uma visão do demônio. A banda começou a tocar a música dando a dica para a noiva entrar na tenda para iniciar a cerimônia de casamento e quando a moça estava ao lado do altar, o noivo agarrou o microfone da mão da oficiante e iniciou um discurso emocionado.

Meu parceiro é um demônioOnde histórias criam vida. Descubra agora