Ana Steele
Depois de 14 dias hospitalizada, era a hora de ir para casa e agora me preparar para a chegada do meu bebê. A notícia da minha gravidez foi muito surpreendente, aliás, me deu muito medo por saber que durante o coma nós dois corríamos um certo risco de vida. Acho estranho eu não ter sentido nada de diferente durante os dias que se passavam e nem me dei conta se meu corpo mudava.
Com ordens médicas, devo me alimentar e repousar ao menos por uns 3 dias. Fizemos um ultrassom ontem para saber como estava o bebê, graças a Deus nada de anormal e a gestação corria tudo em paz.
- Pronta pra ir? – perguntou Christian entrando no quarto enquanto terminava de amarrar o cabelo com um elástico. Ele me dá um selinho e acaricia minha barriga, empolgado.
- Sim. Preciso respirar o ar de casa novamente – digo e ele me abraça – Dez dias dormindo, sem ver vocês e ouvir, foi um tanto perturbador.
- Nem me fale mais nisso, baby. Ficamos muito preocupados e sua mãe até forçava para engolir o café, chorava todos os dias – diz ele e faço nossas mãos pousarem em minha barriga – E o melhor nisso tudo é receber a notícia que vou ser pai.
- Fiquei aterrorizada com a notícia, porque nós dois corríamos risco de vida – digo – Se eu tivesse descoberto antes, não teria feito aquilo – começo a chorar.
- Ana... Hey – diz ele e me aconchega em seus braços – Fique tranquila. Vocês dois estão bem agora e vão pra casa comigo, sãs e salvos.
- Obrigada, meu amor – agradeço e ele pega minha bolsa.
Logo a enfermeira entra no quarto com a cadeira de rodas para já irmos embora do hospital. Antes, ela verifica a minha pressão e examina meus batimentos. Sinto um pequeno incomodo no peito, mas nada que eu possa suportar e perguntou se eu sentia algum desconforto no ventre ou algo incomum.
Christian assiste tudo atento e contente por eu me sentir bem. Sento na cadeira de rodas com cuidado e a enfermeira empurra, meu noivo entrelaça nossos dedos e caminha no meu ritmo.
Na porta estão Blade e Elliot a nossa espera, já com o carro preparado para nos levar. Me despeço da enfermeira e Christian me ajuda a levantar da cadeira, e Elliot me abraça.
- Graças a Deus, você voltou para o mundo real. Estava cansado de me comunicar por telepatia – disse e todos rimos, com Christian dando um tapa na cabeça dele.
- Obrigada, cunhadinho – agradeço e Blade também me abraça.
- Parabéns pelo baby Grey que vem por ai. Cindy me contou assim que cheguei de viagem – disse ele e sorri simpática
- Blade, muito obrigada por ser um grande amigo e estar com o Christian na... minha "ausência" – digo – E ainda bem que voltei dias antes do casório do ano. Animado?
- É... nervoso – disse ele coçando a nuca e os rapazes riram – Cindy está surtando com os últimos detalhes.
- Normal. Já já chega a minha vez nessa parte – digo e ele ri.
- Bom, vamos levar esse papo furado lá para o Escala – diz Christian e abre a porta traseira do carro – A mãe do meu filho precisa de sossego.
- Ai, que senhor cavalheiro – debocha Elliot e entramos no carro rindo.
Blade se encarregou de dirigir, Elliot no passageiro e Christian e eu no banco traseiro. Deito em seu ombro, aproveitando o silêncio momentâneo da viagem e me vejo caindo no sono repentino.
[...]
Desperto e o quarto só está iluminado por uma luz fraca vindo do abajur. Noto que não estou no meu quarto, e sim em um quarto mais arrumado e elegante. Christian me trouxe para ficar no Escala com ele, mas não conversamos a respeito de morarmos juntos e com toda essa confusão que houve nessas duas semanas, nem tivemos oportunidade de entrar em um acordo sobre o assunto.
Coço os olhos e ele entra no quarto com uma bandeja nas mãos. Sento devagar na cama e encosto na cabeceira, com um travesseiro nas costas.
- Oi – diz ele e coloca a bandeja no criado mudo – Dormiu bem?
- Dormi sim, amor. Apaguei maravilhosamente no caminho pra cá – disse e ele ri. Acaricio seu rosto, ele pega a minha palma e beija – Fez a barba. Eu adoro seu rosto liso.
- Estava precisando "limpar a cara" – diz ele e eu ri – Como me alivia te ouvir rir.
Sorrio e ele me dá um selinho demorado e depois beija minha barriga. Ele se apegou muito depois da notícia da gravidez, até porque Suzannah tirou friamente esse direito dele e quase repetiu o ato quando ameaçou matar Christian.
- Animado, papai Grey? – pergunto bem humorada e ele sorri.
- Ansioso e feliz. E ainda mais privilegiado por saber que meu filho está sendo gerado por uma mulher tão especial como você – diz ele e me emociono – Mamãe Grey, já sensível? Vindo de uma língua afiada como a sua é até estranho.
- Não começa com graça, Grey – digo e limpo as lágrimas.
- Hora do seu lanche, senhorita Steele – ele põe a bandeja na minha frente e já enxergo uma botinha de crochê minúscula no meio da bandeja, embaixo um pequeno cartão.
Pego os objetos em mãos e leio a mensagem.
Obrigado por aceitar ser minha.
Obrigado por me fazer feliz.
Obrigado pelo lindo filho que vai me dar.
Você é o que de melhor aconteceu em toda minha vida.
Eu amo você.
- Obrigada por estar comigo, amor – agradeço e ele cola sua testa na minha – Esse sapatinho é lindo. Até que tem bom gosto para escolher coisas de bebês, senhor Grey.
- E a língua afiada retorna a sua santa boca – diz ele ironicamente e aperto seu queixo – Agora se alimente com o mingau e tome seu suco. É importante que você e o meu bebê estejam bem alimentados e cheio de cuidados.
- Ok. Então ao ataque – digo e com colheradas generosas, aprecio o saboroso mingau de baunilha leve e bem grosso – Isso é uma delícia.
- Obrigado, baby. Resolvi me virar na cozinha e aprendi algumas receitas com a senhora Jones – diz ele e me surpreendo. Christian cozinhando? Essa é boa – Não. Se. Atreva. A. Rir – repreende ele pausadamente e disfarço a gargalhada.
Isso que acontece quando, de repente, somos transportados a uma revira volta.
- Quero só ver a bagunça que vai ser – digo e ele rouba minha porção de mingau – Hey!
Até que caprichei –diz ele e me rouba uma mordida no meu queixo.
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Deve ter sido o acaso
RomanceAnastasia Steele se forma na faculdade de Literatura e passa a trabalhar como assistente de Jack Hyde na SIP (Seattle Independent Publishing). Aos 22 anos, independente e sem filhos, curte a vida depois de um relacionamento conturbado com seu namora...