Deve ter sido o acaso

Capítulo 22

Ana Steele

Fiquei surpresa quando Christian resolveu contar sobre toda a sua vida, pois sentia que ele não tinha com quem dividir tudo o que sentia dentro de si e comigo teve uma confiança sem medo.

Suzannah não voltou a nos procurar e nem José me atormentava mais, o que era um alívio e tanto para mim. Mas por outro lado isso nos preocupava muito, porque não sabíamos o que está havendo por trás desse silêncio repentino deles dois e passava noites sem dormir direito por causa dessa preocupação.

- Ana. O que está acontecendo? Se sente mal? – perguntou Kate

- Você está pálida, cunhadinha – disse Elliot e tocou minha testa.

- Não estou doente, apenas me sinto cansada. Só isso – disse rude e eles se assustaram – Me desculpem. Não quis ser grossa.

- Nos conte, Ana. Dorme mal a noite, levanta de manhã calada e pensativa – disse Kate.

- José e Suzannah estão andando em puro silêncio. De um certo modo isso alivia Christian e eu, porém nos atormenta por não saber o que há por trás disso tudo – digo e as lágrimas correm. Minha cabeça explode de uma imensa dor que até esfrego a têmpora.

- Ana, tudo tem um motivo. Eu também acredito que Suzannah não está nesse silêncio a toa e esteja planejando algo para atacar – diz Elliot e lhe dou total razão.

- O mais estranho é que ela não deu mais notícias depois do envenenamento do Christian e a Cindy me falou que quando vai a empresa ajudar ele, nota uma expressão estranha em Andrea – diz Kate e esse fato me apavora.

Naquele dia, fiquei conversando por horas com Christian e quem trouxe o copo de água foi a própria Andrea, depois que ele começou a passar mal e gritei por socorro, a assistente empalideceu na hora e nem o telefone conseguia pegar para chamar a ambulância. Somente quando Christian desmaiou que Andrea começou a se desesperar, se retirando do escritório correndo e me deixando ali sozinha com ele inconsciente nos meus braços.

Cindy não simpatiza nem um pouco com Andrea desde aquele dia, conhecendo o jeito desconfiado dela, tenho certeza que encostou a loira estúpida na parede depois.

- Terra chamando Anastasia – diz Elliot e volto a realidade.

- Você é um bobo, cunhadinho – digo e rimos – Se importam se eu sair?

- Claro que não. Estamos precisando de um pouco de privacidade – diz Elliot e Kate bate em sua nuca.

- Quanta sutileza – diz ela e revira os olhos. Dou risada e pego minha bolsa no sofá, saindo do apartamento.

Dou de cara com Cindy saindo do elevador e ela sorri ao me ver.

- Aninha – diz ela com esse apelido tosco de criança e me abraça.

- Ana. Santo Deus – digo e ela ergue a sobrancelha.

- Se te incomoda, te mando a merda já – diz ela com esse jeito doido dela – Estava mesmo vindo aqui te chamar pra sair. Coincidência.

- Sim. Estou indo até a empresa ver o Christian, verificar se está tudo bem por lá – digo e ela sorri.

- Então vamos juntas – diz e aceito de bom grado a sua companhia.

Durante o caminho fomos combinando de fazer um programa entre casal com Christian e Blade. Cindy contava muitas coisas como: a relação dela com os pais, a decisão de seguir uma carreira e do noivado com o Blade. Ela se expressava tão romântica e confiante quando falava do noivo que me inspirava em querer sempre estar com Christian.