Ana Steele
Mais um dia que me encontro sem forças e no completo escuro. Eu estou esgotada, muito cansada de ficar tentando encontrar uma luz no fim do túnel e de me esforçar para abrir meus olhos. Quero voltar! Preciso voltar!
Não posso me dar por vencida, dá esse gosto para a morte de ir assim. As pessoas que estão comigo e me amam sofreriam com a minha ausência, Christian morreria e viveria um inferno pessoal. Era a hora de voltar! Ficar para sempre ao lado deles!
- Ana – escuto uma voz masculina. Esse não é o Christian! – Querida.
Me vejo em um lugar todo iluminado e branco, só de olhar dá náuseas, a minha frente se encontra um homem robusto e de aparência jovial. Ele tem os cabelos castanhos iguais aos meus, os olhos de um azul intenso e o rosto redondo. Me dou conta que é.... meu pai. Meu verdadeiro pai!
- Pai? – pergunto e ele sorri, me estendendo a mão. Pego-a, entrelaçando nossos dedos e as lágrimas escorrem.
- Você é uma mulher linda e sensacional, filha – diz ele – Perdi toda a sua vida, os primeiros passos, as primeiras palavras e todo caminho até o dia do seu namoro. Mas você ainda vai viver muito, tem que voltar para o Christian e todos que te amam.
- Só vejo você em fotos, papai. Mas é tão parecido comigo – digo com a voz embaçada
- Eu vou olhar por você sempre, Ana – diz ele – Agora é hora de voltar. Abra seus olhos. Eu te amo, filha.
Uma força descomunal me puxa e meu pai desaparece. De repente me vejo voltando, minha alma finalmente em paz e desperto rapidamente. O Bip acelerado, tento respirar e começo a tossir.
- Senhorita Steele – chama o doutor – Se acalme. Você está retornando do coma.
Gemo e aponto para a porta, fecho os olhos e tento respirar. O aparelho está na minha boca, o médico pressiona meu peito e me acalma. Com a ajuda da enfermeira, vai retirando todo o tudo da minha boca e os fios ligados pelo meu corpo.
- Bem vinda de volta, senhorita Steele – diz o doutor.
- O que houve? – pergunto com a voz fraca
- Você levou um tiro, passou por uma cirurgia delicada e entrou em coma – responde o doutor.
- Quanto tempo fiquei em coma? – pergunto novamente.
- Há dez dias – responde ele e me espanto.
Dez dias que estou presa a uma cama e com fios me ajudando a sobreviver. Não via ninguém, nem ouvia muito o que me diziam, não via a luz do lado de fora e nem o... Christian.
- Christian.... – chamo em lágrimas.
- O senhor Grey não saia daqui do hospital e nem da porta do seu quarto – diz o doutor sorrindo e o acompanho – Agora preciso que me responda algumas perguntas.
- Sim – confirmo.
- Qual é seu nome completo? – pergunta ele.
- Anastasia Rose Steele – respondo e vai anotando na prancheta.
- Data do seu aniversário? – pergunta ele.
- 10 de Setembro – digo.
- Como foi que levou o tiro? – pergunta ele e suspiro pesadamente.
- Entrei na frente do meu namorado e a bala pegou em mim – respondo e o doutor termina de anotar.
- Certo. Não houve danos cerebrais – diz ele e pega uma mini lanterna do bolso – Acompanhe com os olhos a luz.
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Deve ter sido o acaso
RomansaAnastasia Steele se forma na faculdade de Literatura e passa a trabalhar como assistente de Jack Hyde na SIP (Seattle Independent Publishing). Aos 22 anos, independente e sem filhos, curte a vida depois de um relacionamento conturbado com seu namora...