Capítulo 7

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DIREITO DE SABER 

Draco olhou para o pântano sem realmente vê-lo. Às vezes ele desejava poder voltar no tempo e mudar todas as atitudes ruins que teve com Hermione, mas se ele fizesse isso, ela teria sido morta.

Ele se perguntou se o Veela no seu sangue sempre esteve no fundo de sua mente, o atraindo para a bruxa. Isso explicaria muita coisa.

Draco teve ciúmes de seu talento a princípio, mesmo enquanto admirava seu sorriso e sua capacidade de fazer amigos, ele tinha certeza de que nunca teria amigos de verdade, apenas lacaios e conhecidos que pensariam que a aproximação seria vantajosa socialmente ou financeiramente.

A inteligência dela conquistara o respeito dele e ele sempre a achava fascinante; mesmo quando suas tendências de sabe tudo o irritavam.

A reação de seu pai após o primeiro ano de Hogwarts o aterrorizou em um nível profundo e instintivo que ele nunca havia experimentado antes. Pela segunda vez em sua vida, ele se importava mais com outra pessoa do que com sua própria felicidade e segurança. Parecia tão óbvio que a primeira mulher a conquistar sua lealdade o levou à segunda quando ele mais precisava dela.

Draco temeu que, quando Hermione soubesse que rejeitá-lo o amaldiçoaria a morrer lentamente em seu aniversário de dezenove anos, ela o aceitaria por culpa e não por verdadeira afeição. Ele assistiu sua mãe sofrer o fardo de um casamento sem amor por anos e ele não prenderia Hermione em uma jaula.

O pensamento de que ele tinha menos de um dia antes do Veela emergir o assustou tanto quanto Voldemort. Ambos tinham o poder de penetrar em sua mente e controlar suas ações.

Ele teve que agradecer a Potter por matar Olhos de Cobra na próxima vez que eles estivessem na mesma sala.

Draco a ouviu se aproximar e teve que procurar muito para encontrar Hermione sob o charme que ela lançara sobre ela.

"O duo maravilha está te dando nos nervos?" ele perguntou maliciosamente.

Hermione terminou com o feitiço, seu aborrecimento aumentando rapidamente.

"Por que você sempre faz isso?" ela exigiu.

"Fazer o que?"

"Dizer algo insultuoso sem ser provocado?"

Draco voltou o olhar para o pântano, "Anos de treinamento. Se estou sempre na ofensiva, meu oponente não tem tempo para atacar".

Hermione se aproximou na tentativa de ver o rosto dele, "Eu não sou seu oponente. Você fala com seus amigos assim também?"

Draco olhou para ela e por um momento ela viu a dor em sua expressão antes que sua expressão arrogante a cobrisse, "Eu não tenho amigos; eu não preciso deles".

Hermione sabia que ele estava mentindo e ser capaz de reconhecer isso a tranquilizava. Ela avançou para ficar ao lado dele. Ela tentou ignorar as batidas do coração que aumentaram quando ela se aproximou dele.

"Draco, você está falando besteiras."

Ele não conseguia apagar o sorriso que as palavras dela provocaram. Ele sempre admirou como ela era honesta consigo mesma e com os outros.

"Provavelmente."

Hermione se moveu e ficou em pé na frente dele. Ela teve que se concentrar nos olhos dele para não desviar o olhar.

"Quando você ficou tão alto assim?" ela exigiu irritada.

Ele sorriu e, pela primeira vez, foi genuíno: "Nos últimos dois minutos".

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