CAPÍTULO 20

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NOTA: Estou amando compartilhar essa história com vocês, e amando ainda mais os comentários de que estão gostando dela. Obrigada pelo carinho.❤❤  Só lembrando que a playlist de músicas, são dos anos 90, até pensei em atualizar 🤭😅😅 mas decidi manter, são os grupos que eu gostava e gosto muito. Se alguém se identificar, escreve nos comentários. 😍😍😅😅😅
Jennie saiu do quarto e decidiu curtir a festa, o que há espera?! Como será esse momento?





Voltou ao closet, em busca de um novo biquíni. Ela abriu a caixa, entre as dobras do papel de seda, havia um biquíni marrom com detalhes em ouro, e uma saída de praia longa (tule animal print). Completava o traje, um chapéu marrom de abas largas e flexíveis.
   O biquíni tinha um corte que fazia suas pernas parecerem mais longas. A parte de cima era sem alças. Olhando-se no espelho, Jennie admitiu que estava deslumbrante, ajeitou o chapéu sobre os cabelos que caiam em ondas suaves pelas costas.
   Colocou a saída de praia, óculos de sol, calçou as sandálias rasteiras e desceu.

   Na varanda, parou e observou ao redor: no espaço aberto e gramado até a
piscina - em torno de 20 pessoas estavam espalhadas, entre as mesas e cadeiras colocadas próximas à churrasqueira ou nas espreguiçadeiras próximas à piscina. Outro grupo jogava futebol e outro, vôlei. Um tablado de madeira montado entre a área da churrasqueira e a piscina, servia de pista de dança.
   Localizou Ana mexendo no aparelho de som, e caminhou em sua direção, linda e plena.
   Estava no meio do caminho, quando foi descoberta.
   - Ei, é a Jennifer!
   - A Jennifer está aqui.
   - Ei, Jennie!
   E, foi impossível avançar um passo sem ser abraçada, e beijada por alguém. Sorriu, cumprimentou, conversou. Quando procurou Ana, a amiga já estava abraçada ao namorado, e Jennie não quis atrapalhar.
   Caminhou até uma espreguiçadeira, tirou a saída de praia e deitou-se, fechando os olhos. Mas, podia ouvir os comentários de longe.
   Desde “a pobre coitada foi deixada por Eliézer”, “Ela está espetacular” até “Como ele pode trocá-la por Beatriz?”, eram as mais frequentes. Variava, se era homem ou mulher, quem fazia o comentário. 
   Respirou fundo e procurou relaxar, se acomodou melhor e desligou a mente. Estava quase cochilando, quando sentiu algo gelado encostar na pele quente do seu rosto.
   - Mas o quê…? - Abriu os olhos assustada e viu Jefferson, um dos amigos de Eliézer, sentado junto a ela com uma garrafa de cerveja na mão.
   - Oi. Desculpe, não resisti… - disse ele, sorrindo - Quer beber alguma coisa?
   - Ahn. Uma marguerita? - pediu ela meio encabulada.
   - Claro. Já trago para você.
   Ele voltou logo com uma linda taça decorada.
   - Aqui está.
   - Obrigada, Jefferson.
   - É um prazer. - ele deu outro sorriso.
   Jennie bebericou a mistura de rum, licor, tequila e suco de limão, a borda salgada da taça, acentuando o sabor.
   - E então? - quis saber ele.
   - Está ótimo, obrigada.
   - Hum, certo. Pelo visto, terei que ser mais direto… Você e Eliézer, não estão mais juntos? De verdade? Sem volta? - disse ele, encarando-a.
   Jennifer encarou-o em silêncio.
   - Sinto muito. Não quis ser rude. - disse ele, sem jeito.
   - Está tudo bem. Acho que todos estão se perguntando a mesma coisa. - respondeu Jennie, tornando a dar um gole no drink - Sim. Nós terminamos a algum tempo… de verdade e sem volta! - acrescentou com firmeza.
   - Eliézer é meu amigo, mas eu sempre digo que ele é um idiota.
   Jennifer sorriu.
   - Bom, o que posso dizer é que estamos seguindo em frente, cada um à sua maneira. Afinal, a vida continua!
   Foi a vez dele ficar em silêncio, encarando-a.
   - Sério?! - perguntou depois de uns minutos, meio duvidoso.
   - Sim. Por que? Acha que devo ficar me lamentando, deprimida e chorando pelos cantos?! - provocou irônica.
   - Não, claro que não. Eu acho que nenhuma mulher deveria chorar por homem algum! 
   - É mesmo?
   - Ao menos você, não deveria chorar por homem algum, mas é válido para todas as mulheres. - Jefferson tocou-lhe o rosto com as pontas dos dedos - Você é tão bonita! - acrescentou com um suspiro.
   - Eu… hum… obrigada.
   A conversa estava tomando um rumo íntimo e inesperado. Claro que Jefferson era um homem bonito e charmoso, mas era amigo de Eliézer e tudo o que não precisava era de mais confusão.
   Levantou-se, colocando a taça sobre uma mesa próxima… tirou o chapéu e o óculos, rapidamente.
   - Acho que vou dar um mergulho… ainda estou sonolenta… - Jennie nem lembrou que seu biquíni não era muito apropriado para um mergulho, tudo o que queria era se afastar dali.
   E, sem esperar uma resposta de Jefferson, ela virou-se e mergulhou nas águas transparentes da enorme piscina.
   Deu algumas braçadas antes de emergir do outro lado da borda azulejada. Tirou a água do rosto e apoiou-se na borda. Sem querer, olhou para o lugar onde deixou Jefferson, e encontrou-o no mesmo lugar, olhando para ela.
   Jennie arfou levemente, quando ele sorriu e ergueu a cerveja num brinde a ela. Que afundou lentamente na água.
   “Oh, droga.” Jefferson era um gato e, ao que parecia, interessado nela. “Mil vezes droga”, pensou. Decidida, ajeitou a parte de cima do biquíni e saiu da piscina, ele estava com uma toalha seca estendida para ela.
   - Obrigada. - agradeceu, aceitando a toalha.
   - Ei, Jeff… pare de manipular a atenção da Jennie. Agora, que ela se livrou das garras do Eliézer, eu tenho uma chance! - disse Douglas, se aproximando e abraçando-a espalhafatosamente - Como vai, princesa?
   - Bem, e vou ficar ainda melhor senão fazer essas piadas! - repreendeu com leveza.
   - Ora, não é piada. É a verdade. O que diria se eu dissesse que passei todo esse tempo perseguido pela visão de seu belo rosto?! - replicou Douglas.
   - Eu não acreditaria em nenhuma de suas palavras. - retrucou Jennie, divertida - Conheço vocês dois a algum tempo, para saber que são dois paqueradores.
   - Nunca fui tão magoado em toda a minha vida! - Douglas levou a mão ao peito.
   - Jamais brincaria com seus sentimentos, Jennie! - disse Jefferson com seriedade.
   Jennie deu uma risada incrédula.
   - Sei. Se eu disser que aceito a corte de vocês… os dois… - apontou os dois - Saíram correndo, com toda a certeza.
   - Quer dizer que aceita? - perguntou Jeff, esperançoso.
   - Não. Mas aceito dançar…- disse, vestindo a saída de praia.
   - Só se for agora. - topou Jeff.
   Douglas acompanhou-os de perto. A pista de dança não tinha muitas pessoas, e era axé que estava tocando - músicas do grupo ‘É o Tchan’ - Jennie sorriu não era seu tipo de música, mas eram animadas e de duplo sentido. Ajudava a extravasar a energia.
   Entregando-se ao ritmo dançante e animado… sem pensar muito, ela se juntou aos outros. E, logo dançavam em sincronia a coreografia animada. Foi alegre, animado e divertido. Exatamente do que ela precisava, sorriu.
   Três músicas depois, ela saiu do tablado até perceber que alguns olhavam fixamente para ela, entre eles.. Jefferson e Douglas.
   - Ei, tudo bem? Aconteceu alguma coisa? - quis saber ela.
   - Eu… - começou Jeff.
   - Gata! Você dança muito. - elogiou Douglas, boquiaberto. - Sem palavras.
   - Dança mesmo. Uau! - Concordou Jefferson - Estou impressionado.
   Ela apenas sorriu e assentiu. Por mais que estivesse gostando da atenção e dos elogios que recebia e que estavam fazendo um bem danado a sua abalada auto-estima, Jennie decidiu que era hora de dar um basta naquela disputa.
   - Agradeço os elogios, rapazes, e a companhia… mas prefiro não segurá-los ao meu lado. As outras moças também ficaram felizes com suas companhias! - dispensou-os.
   - Mas…
   Deu um beijo no rosto de cada um , e afastou-se com passos firmes.
   Procurou Ana e encontrou-a ao lado de Anderson.
   - Ei, sumida.- disse Anderson, a guisa de um cumprimento.
   Jennifer riu.
   - Ana, onde estão os CD’s novos?
   - Ao lado do aparelho de som, por que?
   - Nada. Quero ouvir algo diferente… mais pop… O que acha? Mudar a trilha sonora…
   - Teremos outro show sexy? - provocou Anderson - Porque se for, minha namorada, não sai daqui.
   - Ora, seu bobo machista. - Jennie socou-lhe o ombro de leve.
   Ana deu uma risadinha.
   - Anderson tem razão, querida. Foi um verdadeiro show. Eu adorei.
   - Quer saber, vou aceitar como um elogio.
   - É claro que é um elogio. - disse Ana - Querido, eu te amo. Mas preciso gastar energia…
   - Eu conheço excelentes maneiras de gastar energias, calorias… o que você precisar! - sussurrou Anderson, brincalhão.
   - Pode parar! Cheio de graça você, hein, sr. Spencer.
   - Ninguém pode dizer que eu não tentei! - ele deu de ombros.
   Ana deu-lhe um beijinho e caminhou com Jennie para o aparelho de som.
   Trocaram o CD e o som com sua batida animada de ‘Wannabe’, das Spice Girls, saiu pelo alto falante.
   ‘Ha ha ha ha… I’ll tell you what I want, what I really, really want…’
   ‘Ha ha ha ha… Eu vou dizer o que quero, o que realmente quero…’ Era um dos trechos da música.
   Foi divertido e gratificante ouvir os aplausos no final. Não era isso que queria, mas era bom. Sorriu.  

   Eliézer ouviu a risada de Jennie, e olhou em direção a ela.
   Tentou não se incomodar ao vê-la rodeada pelos seus amigos e rindo com eles. 
   Beatriz tinha razão. “Jennifer, gosta de atenção, não importa de quem. Você não merece isso!” Dissera constantemente nos últimos meses.
   Bufou ele ao constatar que era verdade.
   Ela estava linda, chamativa, impossível não notá-la. E, pelo que ouvira nas conversas… havia afirmado que não estavam mais juntos e que era definitivo. Abriu e fechou as mãos, indignado. Agora, ela dava um outro espetáculo, dançando com aquele biquíni minúsculo e aquela saída de praia que não cobria nada, deixava era tudo mais em evidência.
   Só podia ser para provocá-lo, mas ele não daria atenção, não cederia à tentação… se Jeff e Douglas, eram idiotas ao ponto de acreditarem no ‘canto da sereia’, não seria ele a impedi-los.
   ‘Sereia’, era isso que Jennie parecia, com os cabelos balançando pelas costas, e o lindo sorriso no rosto, enquanto movia o corpo sedutor ao sabor da música.
   Fechou os olhos e respirou fundo. Não precisava ver aquilo, decidiu se afastar.

   Jennie e Ana se viram rodeadas por várias garotas, que falavam todas juntas.
   -Puxa! Foi incrível!
   - Faz algum tipo de academia de dança? 
   - Com quem aprenderam a dançar? Em qual escola de dança? - quis saber Gabriela - Faço aulas desde de criança e não consigo realizar alguns movimentos que fizeram.
   Elas se entreolharam e riram.
   - Ora. Eu nunca frequentei uma escola de dança, apesar de adorar dançar, seja qual ritmo for. - respondeu Jennie e Ana concordou.
   - Então como consegue? - quis saber Val.
   - Curiosidade. Ensaio. Sinceramente, não sei.
   - Conhecemos e participamos de alguns ensaios de bandas… isso pode ajudar também… mas como Jennie disse, é tudo prática.- revelou Ana sorrindo.
   - Sério?! O que acham de ensaiar com a gente e dar algumas dicas? - Pediu Gabi.
   - É mesmo. Iremos participar de uma ‘batalha’ de grupos de dança no próximo sábado na danceteria ‘Vagão’. Precisamos de ajuda, não é mesmo, meninas?! - disse Bel.
   - Por favor! - pediram em coro.
   - Por mim, tudo bem. - disse Ana.
   - Certo. Eu concordo. Mas, agora eu preciso descansar um pouco… - riu - E onde seria os encontros para ensaiar?
   - No meu estúdio de dança, às 7 hs. Ana sabe o endereço. - disse Gabriela prontamente. Ela era a mais interessada.
   - Combinado, nos vemos mais tarde.
   - Até mais, Jennie

   Jennifer entrou na cozinha, abriu a geladeira e examinou seu interior - Uma jarra de suco e várias guloseimas que Rose sempre deixava prontas.
   Serviu-se de um belo pedaço de pudim de leite condensado e um copo de suco, preparou-se para subir para seu quarto.
   - Você parece feliz! - soou uma voz familiar atrás dela.
   Jennie virou-se com um sorriso nos lábios e colocou seu prato e o copo sobre a ilha central.
   - Eu estou feliz! - respondeu ela.
   - Que bom. Fico mais tranquilo em saber que está seguindo em frente.
   - Eu disse que ficaria bem, Eliézer. - disse Jennie com serenidade.
   - É, você disse. - confirmou ele pensativo - E, pela quantidade de admiradores ao seu redor, está refazendo sua vida.
   - É, parece que sim. Agora se me der licença.
   - Certo. Ahn, Jen.. irá ao escritório amanhã?
   - Sim. Vou participar da reunião geral. Não se preocupe, eu cuidei da campanha para o “Dia dos Namorados”, tudo já está em andamento e correndo bem.
   - Ah, que ótimo. Nos vemos amanhã, então.
   Jennie acenou e foi para seu quarto. Deixou a sobremesa sobre a escrivaninha e caminhou até sua varanda.
   Como as coisas haviam mudado. Há um ano atrás, estava tão feliz e se sentindo amada… agora, estava ali… sozinha. Pensou, suspirando.
   Estava a uma semana da data mais romântica do calendário, cuidando para que outros tivessem romance e ela, carecendo de amor e romance. Reconheceu com tristeza.  

(Para Jennie foi uma surpresa receber os elogios de Jeff e Douglas, mas ela os dispensou sabendo o quanto era perigoso ter essa atenção. Eliézer, mais uma vez deixou-se levar por uma intriga de Beatriz... mas ao mesmo tempo não quer ficar longe de Jennie. Com isso, mais um "Dia dos Namorados" se aproxima, como lidaram com essa data que foi tão especial para ambos?)

Dia dos Namorados (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora