Liberdade.

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Capítulo 12.

Era noite e o toque de recolher tinha acabado de soar, anunciando o retiramento dos lúpus de espaços abertos e confinando-os em seus dormitórios.

Porém, diferente dos Ômegas, os Alfas não foram dormir depois que o segurança do prédio. Ao redor da cama do Alfa 412, outros oito lúpus se reuniam, sentando juntos dos companheiros nas próprias camas para ouvi-lo; assim como fora combinado mais cedo.

— Sei que a maioria de vocês, provavelmente nenhum, viu como é a vida fora desses muros — Mew começou, sussurrando, recebendo acenos de concordância de todos.

Alfas lúpus eram os mais difíceis de capturar, pois tendiam a se camuflar com os outros Alfas, tendo os mesmos instintos de liderança e aura forte, mantendo-se fora do radar. Diferente dos Ômegas lúpus, que eram os mais divergentes dentre os Ômegas comuns justamente pela força que emanavam e por não se encaixarem nos "padrões".

— Há mais coisas lá fora do que nos dizem aqui — Mew continuou — Nós somos seres humanos, não somos obrigados a fazer somente aquilo que nos é imposto. Não precisamos lutar as guerras deles apenas por nossos genes.

— O que há de diferente lá fora que não temos aqui? — Um dos rapazes perguntou, ele aparentava ser mais jovem que Gulf.

— Nós vimos vídeos do que fazem lá — Outro disse — A crueldade, a constante pressão que sofrem.

— Pensando bem, lá não parece muito diferente daqui — Disse uma das poucas mulheres Alfas ali.

— Lá não lhe queimam como um pedaço de ferro por não estuprar um Ômega — Mew rosnou, tentando não perder a paciência com os outros — Você já comeu alguma coisa além das rações que nos dão? Já provou um suco feito de laranja de verdade? Ou uma fatia de bolo? — Todos ficaram em silêncio; alguns ali nem sabiam o que era um bolo — Por mais cruel que as coisas sejam lá, existe suas belezas. Existe uma praia tranquila na qual podemos nos banhar sem estar em um campo de batalha. Existem pessoas amorosas que estendem a mão para lhe ajudar nos piores momentos sem esperar algo em troca — Ele lembrou dos outros garotos da fraternidade e não pôde deixar de se perguntar como estavam — Tudo o que vemos aqui é maldade e não recebemos nada em troca.

Mew suspirou e olhou ao redor. Todos prestavam atenção nele, percebeu que tinham mais pessoas do que antes o escutando; na verdade, todos do dormitório pareciam ter levantado para escutá-lo.

Era isso que Mew queria.

Ele precisava de apoio dos soldados mais fortes do país para que pudessem fugir. E, se tudo desse certo, sairiam juntos.

— Eu pretendo fugir daqui. Quero ter de volta o que foi tirado de mim e estou oferecendo a vocês o que nunca tiveram — Sorriu — Liberdade.

Percebeu os olhares esperançosos da maioria, mesmo que alguns ainda parecessem um pouco receosos e duvidosos.

— E o que garante que seu plano, seja ele qual for, vai dar certo? — A mulher perguntou novamente — Você não é o primeiro que pensa em fugir daqui.

— Porque eu posso fazer algo que ninguém aqui pode — Os olhos de Mew brilharam no seu amarelo solar e ele sorriu — Eu posso sair daqui e eu vou sair daqui. Quero apenas que venham comigo.

Suppasit já tinha observado o suficiente daquela base para saber para onde ir. Durante todo aquele mês, esteve observando os arredores e desbravando os laboratórios - mesmo que fosse punido por isso depois. Graças aos seus sentidos aguçados, sabia que a base tinha mata ao redor, poderia chutar até uma floreta. Não havia tantas florestas assim na Tailândia. E, mesmo que estivessem numa ilha, teriam chegado ali de alguma forma, então era só roubar o que os levou até ali.

Entre o coração e a razão. (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora