#07- Testes.

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Já estávamos há dois dias de Tatooine, então voltar ao planeta não era uma opção, e se entrássemos em hyperspace eles provavelmente nos encontrariam em pouco tempo, já que me acharam em Tatooine, eles poderiam nos ver em qualquer lugar que fossemos.


Não queria que Mando e a criança sofressem as consequências de me terem por perto, por mais que Grogu também estivesse sendo procurado, provavelmente seria mais difícil de acha-los. Então me virei para mando sorrindo e comecei:


- Mando... eu tenho um plano, e não irei aceitar você tentando me impedir.


-O que você está pensando em fazer?


-Olha, sei que se eu continuar com vocês, irão correr grande risco Mando... E não quero que isso aconteça, sei que também querem a criança, mas se me tiverem primeiro-Mando logo a cortou:


-Você não vai se entregar, Kaya. Não vou deixar eles terem você novamente. Sei o quanto você sofreu nas mão de Gideon... não vai acontecer de novo.


Eu já sabia que não iria mudar de ideia, então com lágrimas nos olhos, triste por deixá-los, eu me aproximou de mando:


-Nós nos veremos de novo mando, eu te garanto isso... Nem que eu tenha que viajar por todas as galáxias do universo, eu irei achar vocês. Enquanto esse momento não chega, deixe Grogu levitar coisas e meditar, isso é bom para manter o equilíbrio dentro dele.


-Kaya, não faça isso... por favor.


Sua voz saiu trêmula, quase como se quisesse chorar, sorri para ele e fiz o que pareceu algo automático, me aproximei mais, até estar a milímetros de seu corpo, levantei o capacete até deixar a mostra apenas seus lábios, ele não protestou contra o ato em nenhum momento, levei isso como uma resposta positiva a minha ação, então apenas o beijei por alguns segundos e depois me afastei e sorri. Após fazer isso, ele mesmo arrumou seu capacete, então eu o aconselhei:


-Quando eu sair... entre de imediato em hyperspace, eles estarão distraídos comigo, então é sua chance de fugir com Grogu... Vá o mais longe que puder... E se cuide por mim, por favor.


-Kaya, eu...


-Mando, por favor não insista, já tomei a minha decisão...Até breve.


Ele ficou parado me olhando, parecia tentar entender o porquê de eu estar fazendo aquilo, pra mim era bem óbvio, mas para ele era complexo de entender, o afeto, talvez nunca sentiu isso antes, talvez fosse tão fechado a ponto de nunca ter conversado com alguém como ele conversa comigo. Então fui para a parte inferior da nave, e ele veio atrás, olhei para Grogu e pensei, "Não desista da força pequeno, ela sempre estará aí para te ajudar", ele pareceu ter recebido a mensagem e assentiu sorrindo para mim, tentei ao máximo não chorar na frente deles. Escutei mando murmurando algo, mas não entendi o que ele disse, então apenas fiquei olhando.


Abri a rampa da nave, dei uma última olhada para eles... Minha família. E pulei para fora, não demorou muito para eu ser puxada para o interior de uma das dezenas de naves imperiais que haviam ali e, para minha felicidade, vi Moff Gideon parado na minha frente, sorrindo sarcástico:


-Foi uma escolha muito sábia, se entregar Skywalker.


-Já disse para não me chamar assim.... Eu não sou Skywalker.


-Me diga Kaya, o que você sentiu perto de Anakin pela primeira vez, você sentiu com outros Jedi?


Já estava ficando irritada com o que ele estava dizendo, estava provavelmente mentindo para me deixar vulnerável e me levar para o lado negro:


-Não... Mas provavelmente foi pelo fato dele ser muito poderoso.


Eu não sabia mais o que estava falando, só queria criar uma desculpa para negar o fato de ser irmã de Ani, era impossível... Eu não podia ser irmã de um Lord Sith.


-Ora por favor Kaya, não se faça de idiota, na época que você conheceu Anakin, Kenobi tinha a maior influência na força. Se fosse realmente por conta disso, teria sentido a mesma conexão com ele.


Fiquei em silêncio, não sabia o que falar. Ele estava certo, se realmente fosse a força eu teria sentido isso com Obi, Windu, Yoda... Mas senti apenas com Anakin. E aquele dia quando o vi matando os younglings, ele não me matou, poderia ter, mas não fez. Porque isso só está vindo à tona agora? Não importa, nesse momento não posso fraquejar, senão será muito fácil de me levar a escuridão.


Gideon começou a andar e me puxou junto dele pelo braço, me levou para a mesma sala que fiquei da última vez, apenas aceitei minha derrota, ele praticamente me jogou para dentro e riu, trancou a porta e saiu. Logo após senti a nave entrando em hyperspace. Fiquei horas trancada naquela cela, sem comer ou beber, pelo menos tirei um tempo para pensar em tudo o que tinha acontecido, Mando, os ataques, meu pai, Ani... E o que mais dominava minha mente naquele momento, o beijo. Foi um sentimento tão familiar, parecia que eu tinha encontrado meu lar nele, mas logo o deixei... Não queria o deixar, mas pelo bem maior eu fui embora, foi necessário. O jeito de mando falar, sua voz, ele lembrava tanto Din, eu até pensei na possibilidade de ser ele, mas se fosse ele teria me dito... Será?


Meus pensamentos foram interrompidos quando Moff entrou na sala, mais dois troopers o acompanhavam, eles me puxaram para fora da sala, eu já sabia o que iria acontecer, estava com medo, confesso, dessa vez seria pior que as outras com certeza.


-Isso não é empolgante, Skywalker? Você está de volta, finalmente vou terminar meus testes, e ai, vou ter o prazer de te matar com minhas próprias mãos. Mas isso vai demorar um tanto... Não vejo a hora!


Ele queria me matar... É, por essa eu não esperava, enfim chegamos ao inferno... O laboratório de testes.


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