#08- Mando's POV.

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Já tinham se passado dois Dias desde que eu e Kaya havíamos deixado Tatooine, não via a hora de sair daquele planeta, ficar ali trazia todas as minhas piores memórias. Mas estar lá com Kaya era diferente, mesmo sendo torturante, apenas estando na presença dela me confortava muito, como nos velhos tempos.


Acordei no susto, com um barulho familiar, naves saído do hyperspace... O império já tinha voltado para capturar a criança... e Kaya. Olhei para o banco ao meu lado, ela estava olhando pela janela com uma cara de espanto e preocupação, quando olhei tinham várias naves, paradas, pareciam estar esperando algo. Então ouvi Kaya dizer:


- Mando... eu tenho um plano, e não irei aceitar você tentando me impedir.


Eu congelei, já sabia, de alguma forma, que ela queria se entregar, porém não queria acreditar. Então perguntei, já com medo da resposta que ela me daria, ela explicou seu plano, era loucura. Kaya realmente queria se entregar e eu não poderia a impedir, sempre que ela tem algum objetivo, não há uma alma viva que a faça mudar de ideia, desde quando éramos crianças ela era assim, é dona de uma persistência admirável. Mas agora era assustador ouvi-la dizer aquilo tudo e, mesmo se tentasse ela não iria mudar de ideia.


Eu tentei meu máximo, até pensei em contar pra ela quem eu sou, talvez esse fato a faria mudar de ideia, mas tive muito receio de tudo entre nós mudar... Eu não queria que mudassem, estava tão bom daquele jeito, fui muito egoísta e medroso de pensar isso:


-Kaya, não faça isso... por favor.


Não queria que ela percebesse que eu estava prestes a chorar, mas não deu muito certo, pois minha voz saiu tremida, ela com certeza percebeu, achei que ela me confortaria, mas a resposta dela para minha súplica foi mais chocante do que eu imaginava. Ela levantou a base de meu capacete, sabia que ela não o tiraria por completo então não fiz nada para impedi-la, e pousou seus lábios nos meus pelo que pareciam séculos, foi como se eu tivesse voltado ao passado e revivido todos os nossos momentos de leitura silenciosa, brincadeiras e até os momentos difíceis que passamos juntos.


Logo ela se afastou, eu não sabia o que fazer então só fiquei a olhando, como ela era perfeita, seus cabelos escuros e agora curtos, olhos acinzentados, ela era linda, então caí na realidade... Ela iria embora de novo e eu não poderia fazer nada. Ela me deu os últimos conselhos e desceu para a outra parte da nave, olhou para a criança, parece ter transmitido alguma mensagem pois ele sorriu e assentiu a ela, nesse momento eu disse, em um tom para apenas eu ouvir:


-Se ao menos eu fosse capaz de dizer, eu sou Din Djarin...


Ela ficou me olhando, com certeza não havia entendido, apenas escutou meus murmúrios. Por fim ela abriu a rampa e se jogou no vácuo do espaço, nem dois segundos depois a vi sendo sugada para dentro de uma das naves imperiais. Fiz o que ela havia dito, com muita dificuldade de a deixar para trás, entrei em hyperspace e fui o mais longe que pude, não sei mais onde estou, nem sei em que planeta irei ficar, a única coisa que se passava na minha cabeça era Kaya, eu havia a perdido de novo e fui covarde o suficiente para não dizer quem sou, ela se foi, mas dessa vez teve um adeus... O adeus que eu não gostaria que tivesse existido.


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