Our Beach - Woosan

Epílogo

Boa leitura!

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2021.01.30

San anda até a pequena lápide cinza e coloca um pequeno buquê de flores brancas apoiada nela, e limpa as lágrimas em seu rosto, que nem sabia ao certo quando começaram a cair. Ele coloca a mão no coração que batia forte, sentindo seu namorado, como se estivesse batendo por si. E realmente estava. Aliás, é dele o coração que bate agora em seu peito.

Fazem dois meses desde a morte de Wooyoung e só agora ele pôde visita-lo. Choi San ficou um pouco mais de um ano internado no hospital devido à um problema no coração que, por causa de uma complicação na cirurgia, entrou em coma.

Quatro meses depois, Jung Wooyoung teve que ser internado ao contrair o Covid, o vírus que aparecera na Coreia no início daquele ano, e que, quando seu quadro piorou, teve que ser entubado. Foi então quando ele foi para a "praia" pela primeira vez, para ficar com seu namorado, aguardando o dia em que acordaria.

Depois de três meses, ele finalmente conseguiu respirar sozinho, sem ajuda de um ventilador, e pôde acordar, fazendo sua família respirar um pouco, pois estavam com medo dele nunca mais acordar. E ainda tinha a tia Yoon que havia dado positivo para o vírus.

Wooyoung foi para Seoul, a fim de fazer um tratamento experimental para tentar se recuperar das sequelas que o Covid o trouxe. Na véspera de seu aniversário e do de namoro, resolveu voltar para poder ficar perto de sua família e de San que continuava no hospital da cidade e sem indícios de alguma melhora. Porém, no caminho ele acabou tendo um acidente grave de carro, fazendo-o entrar em um coma. E então foi quando Jung apareceu de novo na "praia".

Infelizmente, depois de quase um mês em coma, Wooyoung não aguentou e acabou sofrendo uma morte cerebral.

Por ter já passado mais de 30 dias desde que teve Covid, e não ter contraído novamente, ele poderia ser um doador de órgãos. Assim que atingira a maioridade, fez todo processo para poder tirar seu cartão de doador. Assim como seu desejo, seus órgãos foram mandados para as pessoas que precisavam. San foi uma delas.

Os dois eram compatíveis, tinham o mesmo tipo sanguíneo, A positivo. Então, após a autorização das famílias duas famílias, fizeram uma cirurgia de transplante em San, colocando o coração que pertencia à Jung, nele.

Ao finalmente acordar, uma semana após a cirurgia, San recebeu a notícia da morte de Wooyoung e de seu novo coração. Ele já sabia. Desde aquele dia sabia do que poderia acontecer. E aconteceu.

Foi difícil aceitar, sim, mas sabia que o namorado não iria querer que ficasse deprimido por sua causa. Foi pensando nele que San conseguiu tirar forças de onde não tinha para sua recuperação.

— Oi meu amor — fala, tirando a máscara, quando consegue finalmente se acalmar um pouco. — Desculpa a demora para vir te visitar. Fui liberado duas semanas atrás e tive que ficar em quarentena em casa. Só pude dar agora.

"Espero que esteja bem. Estou cuidando direitinho de seu coração. Lembro-me de quando gostava de deitar sobre seu peito e ouvir as batidas rápidas de seu coração. Agora me pego sempre com a mão no peito quando estou com saudade, sentindo seu coração bater.

"Não vou mentir. Está sendo ainda muito difícil superar isso tudo. Sinto tanto a sua falta... De sua risada, suas brincadeiras, de você me obrigando a dar views nos MV's do BTS... Eles lançaram uma música com o Coldplay, acredita? Você iria amar! — Abre um sorriso dolorido e recusa-se a voltar a chorar. — Se chama My Universe. Vou cantar o refrão para você: You, you are my universe. And I just want to put you first. And you, you are my universe. And you make my world light up inside — finaliza com um sorriso no rosto. — Você é o meu universo, Wooyoung. Eu te amo tanto... E nunca vou deixar de te amar."

— Filho... — San olha para trás e vê sua mãe o olhando com uma tristeza nos olhos. Odiava ver o filho sofrendo desse jeito. — Temos que ir daqui a pouco.

— Tá bom, mãe. Só quero falar uma coisa para ele — a mulher assente voltando a se afastar um pouco. — Woo, sabe para onde vou estar indo mês que vem? Sim, para Jeju. Como tínhamos planejado. Não é natal, mas ainda vale, né? — ri. — Vou levar aquela sua pelúcia do BT21, que você nunca desgrudava. Aí você vai poder me acompanhar durante a viagem — comenta animado e olha para trás ao ver sua mãe conferindo o relógio. Seu sorriso desaparece aos poucos. — Tenho que ir agora, WooWoo. Mas logo logo estou voltando. Te amo.

San levanta colocando a máscara de volta em seu rosto e vai até a mãe que o abraça fortemente. Ela nem consegue imaginar o tamanho da dor que seu bebê está sentindo.

1 mês depois...

San sorri ao sentir a brisa fresca de uma das praias de Jeju.

— Olha que lindo — fala para a pelúcia que carrega em seus braços. — Vamos tirar uma foto.

Pega seu celular e tira uma selfie com a pelúcia favorita de seu namorado. Sorri com o resultado da foto. Ele então resolve ir em um parque calmo que não seja muito movimentado, para poder dar uma descansada.

Após à algumas indicações de moradores locais, chega em um parque pequeno, porém adorável.

— Olha que lindo que é aqui, Woo — comenta maravilhado.

Ouve a voz de crianças e logo procura a origem, achando um pequeno grupo de crianças que parecias ter em torno de quatro a dez anos, brincando. Mas dois que estavam mais afastados do grupinho o chamaram atenção.

— Me dá a minha flor! — um garotinho grita.

— Não dou não, hyung bobão — o outro fala rindo. — Eu vi primeiro! E eu que vou dar para a tia Jisoo!

— Eu que tive a ideia! Não é justo! — faz menção de chorar, o que assusta o outro.

— Não chora — fala o abraçando, tentando confortar o hyung. — Aqui a florzinha.

— Vamos nós dois juntos dar para a tia Jisoo quando a gente chegar no orfanato?

— Sim!

— Seonghwa! Hongjoong! Ajeitem essas máscaras e venham já para perto do grupo.

Seonghwa... e... Hongjoong?

San encara novamente as duas crianças e ri com a coincidência. Ou será destino? Os dois eram exatamente como seu namorado descrevera.

O Choi, após tomar coragem, vai até a mulher que parecia ser a responsável pelas crianças.

— Olá, desculpa te atrapalhar.

— Imagina! Quer alguma ajuda?

— Na verdade, sim. Essas crianças...

— Ah, somos do orfanato Treasure. Você gostaria de adotar alguma delas? — San assente e olha novamente para os dois garotinhos que então agora mais próximos do grupo e mexem no canteiro de flores.

— Pode me passar o endereço? Quero falar com a diretora.

San então sente que não ficará mais tão sozinho. Se tudo der certo, terá dois lindos filhos com que Wooyoung sonhara uma vez. Em breve terá Jung Seonghwa e Jung Hongjoong fazendo barulho em sua casa silenciosa.

Ele então pensa, Wooyoung, estou levando nossos filhos para casa.

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Foi isso... Espero que tenham gostado e que a fic não tenha ficado tão ruim.

Obrigada a quem chegou até aqui.

Vou então falar agora o que me inspirou. Foi a 17ª temporada de Gray's Anatomy rsrs. A personagem principal pegou Covid e foi para uma "praia" onde ela encontrava algumas pessoas importantes para ela e que já morreram. Depois que vi uma certa cena (que não vou falar para não dar spoiler para alguém que ainda não tenha visto), pensei nessa fic.

Se algo não ficou claro, por favor, diga. Tentarei explicar melhor.

Até a próxima!

Beijos,
Aneca🐚