LIVRO 3 DA TRILOGIA "CORES"
"Se tem uma coisa que os homens precisam saber é: uma mulher traída é capaz de qualquer coisa".
Clarissa Lynch por muitos anos fora a princesinha gangster, irmã caçula de Nathan e uma das mulheres mais cobiçadas de...
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Eu ainda me lembro em como Jacob me atraia fisicamente antes, quando eu ainda era uma devassa e pensava em beijar todos os homens que via em minha frente.
Eu também me lembro perfeitamente como foi beijá-lo no dia que o encontrei e como foi ter que suportar a ideia de não poder beijá-lo mais após o encontrarmos. Eu me lembro como estava ferida fisicamente naquele barco, voltando da missão de resgate de Benjamin, Celeste e Jacob, porém a dor interna que sentia aquela noite era demasiada amarga.
Doía ver o homem que eu movi céus e terras pra encontrar sequer olhar em meus olhos direito.
Jacob Capucci me fitava como se eu fosse um animal perigoso que ele daria um tiro fácil na testa caso eu tentasse feri-lo e isso doía de mil formas em minha alma, porque a única coisa que eu queria era empurrá-lo contra a cama e montar em seu colo até não sentir mais as minhas pernas.
Com o tempo, eu me acostumei com a dor e parei de ver Jacob como um ser supremo digno do meu corpo, eu passei a vê-lo como um moleque teimoso e autoritário — exatamente como as tias —, o que me ajudou a odiá-lo com mais facilidade.
Os dias foram passando e eu me apeguei na primeira pessoa que me deu uma chance, que não me fitava como se eu fosse um animal selvagem.
E, então, eu descobri como é ter — realmente — a alma rasgada com uma faca cega. Não somente uma vez, mas todos os dias depois que descobri a forma como fui usada, traída e abandonada.
Jacob Capucci hoje não passa de mais um agente do FBI que eu tenho que trabalhar junto por causa da velha coroca e suas ordens.
Jacob Capucci não passa de apenas mais um Capucci que eu tenho que suportar em comparação a dor que eu senti meses atrás.
Se eu soubesse que ser rejeitada por ele era menos doloroso, eu não teria buscado refúgio em um traidor.
Acabando, mais uma vez, movendo céus e terras para encontrar outro homem.
— Então, qual o primeiro passo? — ele questiona me encarando como se quisesse me matar.
— Tomar café! — Jeremy se manifesta com empolgação. — Estou morrendo de fome e Clarissa não costuma parar para horário de almoço, então é melhor comer, cara.
Ele franze o cenho.
— Eu vou me arrumar — anuncio virando meu último gole de cafeína.
— Tentarei não matar Jeremy e passarei algumas coisas para o novato — Sonya é a próxima e eu lanço um aceno positivo em sua direção.
Eu saio da cozinha de minha casa — que comprei antes mesmo de me afastar de todos — e caminho até minha suíte, trancando a porta antes de começar a arrancar a roupa e me enfiar em baixo do chuveiro.
