Nove

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Oi, meus amores! Volteeeei!

Nem demorei, viu? Quero agradecer imensamente ao feedback surreal do último capítulo. Quase 600 comentários, meus amores. Tô chocada até agora. Vocês são maravilhosas demais!

Espero que curtam este capítulo. Tá longo, tem conversas importantes e revelações.

Comentem tuuuuudo. Quero saber tudinho que vocês estão achando.

Beijo e boa leitura!

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Quinze anos. 

Eu esperei quinze anos para sentir sua boca na minha novamente; sua língua quente dançando com a minha no ritmo que eu lembrava, que eu sonhei tantas vezes ao longo dos anos. 

Quando eu rocei meus lábios nos dela, foi uma ação quase involuntária, como se um magnetismo me atraísse para perto dela independente do que eu quisesse. 

Não que eu não quisesse beijá-la. Eu queria. Muito. Não estava aguentando mais. 

Mas eu também não queria fazer nada que ela não quisesse ou que não se sentisse pronta para fazer. Eu sabia que ela sentia o mesmo que eu - seus olhos não escondiam nada de mim. A nossa conexão, a nossa química continuava exatamente a mesma, e hoje parecia que tínhamos atingido o ponto de ebulição rápido demais. 

Quando nossos lábios se encontraram levemente, eu achei que ela iria desistir, arranjar qualquer desculpa para interromper o que estava claramente acontecendo entre a gente. Então imagina a minha surpresa quando ela simplesmente me puxou pela nuca, sua boca de repente devorando a minha com tanta voracidade, que eu levei um segundo para reagir. 

Mas quando o meu cérebro entendeu que aquilo estava acontecendo mesmo, eu me aproximei ainda mais dela, o máximo que eu podia, e com as mãos em seus cabelos, eu mergulhei na sua boca. 

E foi mágico. Seu gosto ainda era o mesmo. O seu beijo ainda era o mesmo, o toque, o jeito que sua língua brincava com a minha. Meu Deus, ela me tirava o fôlego. Eu queria mais, eu queria tudo. Mas o medo de que a ficha dela fosse cair a qualquer momento e ela fosse me rejeitar ainda era muito real.

Mas por enquanto eu não conseguia pensar. Suas mãos me puxavam para mais perto, deslizando pelas minhas costas, pela minha cintura. O beijo era tão delicioso que me arrepiava da cabeça aos pés e eu não queria parar nunca. 

Quando o ar finalmente faltou e ela se afastou, sua respiração ofegante soprava na minha pele, e eu não consegui me conter, deslizando meus lábios pelo seu pescoço, até encontrar o ponto sensível para sugar onde seu coração batia descontrolado. 

-- Ju…  

Sua voz estava ainda mais rouca, o que só aumentava o meu tesão. Meu Deus, como isso aconteceu? Quinze anos longe, mas bastou um mês para que a caixa de pandora fosse totalmente escancarada e tudo voltasse à tona com força total.

-- Não foge, por favor. -- Eu implorei no seu ouvido, e a senti arfar, surpresa pelas minhas palavras. -- Não foge de mim, Sah. Por favor. 

Ela se afastou para encontrar meus olhos, sua mão tocando meu rosto carinhosamente. Seu olhar esverdeado me encarava com uma mistura de desejo, medo e um carinho tão profundo, que eu senti meu coração se acalmar ligeiramente. Ela encostou sua testa na minha e fechou os olhos, respirando fundo. 

-- Não foi de você que eu fugi da outra vez, Ju. -- Ela confessou com um pesado suspiro. -- Foi de mim mesma. Eu tinha medo. Eu tenho medo. 

Sua última frase veio como um banho de água fria, e eu assenti, engolindo em seco, e tentei levantar do seu colo. Precisava me afastar imediatamente. Eu não conseguiria aguentar outra rejeição. 

Meu Abrigo - AU Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora