Oi, meus amores! Volteeeei!
Eu sei, a espera foi longa. Mas eu tive um mês de Janeiro absolutamente estressante em que aconteceu de tudo, inclusive uma fratura do meu dedinho do pé em um acidente ridículo.
Estou voltando aos poucos e juro que vou tentar atualizar de forma mais regular. Mas as minhas aulas começam dia 21, então eu peço encarecidamente que tenham paciência comigo.
ALERTA GATILHO: Crise de ansiedade e luto.
Espero que gostem.
Xêro na cara e boa leitura!
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Acordei um pouco melancólica naquele domingo, como sempre acontecia no dia das mães nos últimos três anos. Mesmo que quase quatro anos tivessem se passado, minha cabeça ainda tinha dificuldade em computar que a minha mãe não estava mais aqui.
Que eu nunca mais iria vê-la. Que eu nunca mais escutaria sua voz. Suas broncas. Suas palavras de amor.
O último áudio que ela havia me mandado foi dois dias antes dela passar mal:
"Tô bem sim, minha filha. Morrendo de saudade de você. Quando você vem por aqui? Te amo, minha menina. Boa sorte no seu trabalho novo."
Ouvi seu áudio assim que acordei hoje. Um dos meus maiores medos depois que a minha mãe faleceu era esquecer da voz dela. Do seu sorriso. De como ela dizia que me amava.
Mesmo passando tanto tempo longe, nossa relação nunca foi distante. E eu sentia falta dela todos os dias, mas hoje principalmente.
Todo ano, eu fazia o possível para estar com ela no dia das mães. E quando não dava, eu fazia questão de enviar um mega café da manhã e um presente que ela queria muito. Todo ano ela reclamava que não precisava, e eu sempre ignorava e mimava a minha mãe do mesmo jeito. Mesmo com a minha irmã basicamente ignorando a minha existência, obviamente forçada pelo marido preconceituoso.
E hoje parecia que estava doendo mais do que nunca. Parecia que eu tinha acordado com a ferida aberta, exposta para todos verem. A minha vontade era ficar na cama o dia todo até esse dia horrível passar, mas eu sabia que não podia fazer isso.
Não quando tinham duas crianças que dependiam de mim, que estavam passando o dia das mães sem a mãe deles pela primeira vez. Por mais que a dor que eu estivesse sentindo fosse quase insuportável, eu precisava enfrentar e colocar um sorriso no rosto.
Por eles. Pela Duda e pelo Bernardo.
E eu seria forte. Por eles.
***
Levantei às 8:30h, mesmo querendo me esconder do mundo. Sabia que o Bê normalmente não passava das nove, então pensei em fazer um café da manhã caprichado. Ainda não tinha decidido como lidar com o dia das mães, se seria algo que eles gostariam de lembrar, então resolvi começar apenas pelo café e sentir um pouco como eles estavam.
Tomei um banho rápido, tentando me energizar e respirar, mesmo com o peito apertado. Vesti uma blusinha branca básica e um short jeans e deixei meus cabelos soltos mesmo.
Quando já estava a caminho da cozinha, senti meu celular vibrar na minha mão e xinguei internamente ao ver a mensagem da Camilla.
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Meu Abrigo - AU Sariette
RomanceJuliette Freire é uma atriz/cantora de sucesso. Aos 34 anos, está no auge de sua carreira no Rio de Janeiro. Quando acordou naquele fatídico dia 10 de março, Juliette não tinha ideia que sua vida estava prestes a virar de cabeça para baixo. Sarah An...