Dezoito

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Oi, meus amores! Volteeeei!

Sei que demorei, mas a vida tá complicadinha pra todo mundo, né? O importante é que tem capítulo novo agora. Né? (rindo de nervoso)

ATENÇÃO: Este capítulo contém relatos de violência contra a mulher.

Espero que gostem e que me perdoem pela demora. Juro que tô tentando. 

Xêro na cara e boa leitura!

***

– Eu tô com medo, tia Sarah.

A voz do Bernardo me arrancou dos meus pensamentos e da espiral de pânico que eu estava. Olhei para ele sentado ao meu lado no banco de trás do Uber, e ofereci um pequeno sorriso, numa tentativa de confortá-lo.

Tinha uma hora que a Juliette tinha saído da escola com a Duda, acompanhando sua sobrinha na ambulância. Apesar de ter quase certeza de que a minha aluna tinha tido uma crise de pânico – e não algo cardíaco, motivo pelo qual os bombeiros insistiram que ela fosse até um hospital para descartar algo mais grave – eu ainda estava muito preocupada.

Duas noites de pesadelos intensos, seguidos de uma crise de pânico igualmente intensa do nada?

A Duda precisava de ajuda profissional e com urgência, antes que isso piorasse ainda mais.

– Sua irmã vai ficar bem, meu amor. Não se preocupa. – Assegurei-lhe, mas a ruga de preocupação entre seus olhos permaneceu. E era compreensível. Afinal, há poucos dias, ele viu a tia ter uma crise de ansiedade. – Ei, Bê. Olha pra mim. Vai ficar tudo bem. Tá bom? – Sorri quando ele assentiu, e busquei sua mãozinha para confortá-lo.

Juliette havia me mandado uma mensagem dizendo que elas estavam no Hospital Quinta D'Or, que era o mais próximo dali que atendia o plano delas. Na hora da comoção, os paramédicos não permitiram que o Bernardo fosse junto, mas eu me prontifiquei a ficar com ele na mesma hora.

Depois que a Duda foi retirada do campo para atendimento, o jogo recomeçou e ainda teve um acréscimo de cinco minutos no final, que pareciam intermináveis. Mas com o susto, as meninas ficaram totalmente desconcentradas, e apesar de não termos levado mais nenhum gol, o placar final ainda foi de dois a um para o pH.

Alice e Maria Clara vieram correndo na minha direção assim que o jogo foi encerrado, e eu prometi que daria notícias da Duda no grupo assim que pudesse. Reuni todas as minhas meninas, assegurando que estava tudo bem, e que nós tínhamos plena capacidade de nos recuperar no próximo jogo.

Revirei os olhos quando ouvi a Valentina se afastar reclamando para quem quisesse ouvir que a culpa da derrota de hoje era da Duda. Essa menina realmente desconhecia totalmente o conceito de empatia, não era possível.

O Uber nos deixou em frente ao hospital e eu logo mandei mensagem para a Ju para avisar que havíamos chegado. Sentei com o Bernardo na recepção, sorrindo quando ele imediatamente pulou para o meu colo, escondendo seu rosto no meu pescoço. Dei um beijo em sua testa, abraçando-o com um pouquinho mais força.

– Já já você vai ver sua irmã, Bê. Já avisei pra sua tia que a gente já tá aqui. – Falei baixinho, e ele assentiu novamente, mas não levantou a cabeça.

– Foi igual ao que a tia Ju teve, né, tia Sarah? Parecia.

– Não sei, meu amor. Acho que pode ter sido, mas vamos esperar pra ver o que os médicos vão dizer, tá bom?

– Eu não quero que a minha irmã vá pro céu igual à minha mãe. – Ele falou tão baixinho, que acho que nem se deu conta de que seu pensamento tinha sido verbalizado.

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⏰ Última atualização: Aug 29, 2022 ⏰

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