Oi, meus amores! Volteeeei!
Sei que demorei, mas a vida tá complicadinha pra todo mundo, né? O importante é que tem capítulo novo agora. Né? (rindo de nervoso)
ATENÇÃO: Este capítulo contém relatos de violência contra a mulher.
Espero que gostem e que me perdoem pela demora. Juro que tô tentando.
Xêro na cara e boa leitura!
***
– Eu tô com medo, tia Sarah.
A voz do Bernardo me arrancou dos meus pensamentos e da espiral de pânico que eu estava. Olhei para ele sentado ao meu lado no banco de trás do Uber, e ofereci um pequeno sorriso, numa tentativa de confortá-lo.
Tinha uma hora que a Juliette tinha saído da escola com a Duda, acompanhando sua sobrinha na ambulância. Apesar de ter quase certeza de que a minha aluna tinha tido uma crise de pânico – e não algo cardíaco, motivo pelo qual os bombeiros insistiram que ela fosse até um hospital para descartar algo mais grave – eu ainda estava muito preocupada.
Duas noites de pesadelos intensos, seguidos de uma crise de pânico igualmente intensa do nada?
A Duda precisava de ajuda profissional e com urgência, antes que isso piorasse ainda mais.
– Sua irmã vai ficar bem, meu amor. Não se preocupa. – Assegurei-lhe, mas a ruga de preocupação entre seus olhos permaneceu. E era compreensível. Afinal, há poucos dias, ele viu a tia ter uma crise de ansiedade. – Ei, Bê. Olha pra mim. Vai ficar tudo bem. Tá bom? – Sorri quando ele assentiu, e busquei sua mãozinha para confortá-lo.
Juliette havia me mandado uma mensagem dizendo que elas estavam no Hospital Quinta D'Or, que era o mais próximo dali que atendia o plano delas. Na hora da comoção, os paramédicos não permitiram que o Bernardo fosse junto, mas eu me prontifiquei a ficar com ele na mesma hora.
Depois que a Duda foi retirada do campo para atendimento, o jogo recomeçou e ainda teve um acréscimo de cinco minutos no final, que pareciam intermináveis. Mas com o susto, as meninas ficaram totalmente desconcentradas, e apesar de não termos levado mais nenhum gol, o placar final ainda foi de dois a um para o pH.
Alice e Maria Clara vieram correndo na minha direção assim que o jogo foi encerrado, e eu prometi que daria notícias da Duda no grupo assim que pudesse. Reuni todas as minhas meninas, assegurando que estava tudo bem, e que nós tínhamos plena capacidade de nos recuperar no próximo jogo.
Revirei os olhos quando ouvi a Valentina se afastar reclamando para quem quisesse ouvir que a culpa da derrota de hoje era da Duda. Essa menina realmente desconhecia totalmente o conceito de empatia, não era possível.
O Uber nos deixou em frente ao hospital e eu logo mandei mensagem para a Ju para avisar que havíamos chegado. Sentei com o Bernardo na recepção, sorrindo quando ele imediatamente pulou para o meu colo, escondendo seu rosto no meu pescoço. Dei um beijo em sua testa, abraçando-o com um pouquinho mais força.
– Já já você vai ver sua irmã, Bê. Já avisei pra sua tia que a gente já tá aqui. – Falei baixinho, e ele assentiu novamente, mas não levantou a cabeça.
– Foi igual ao que a tia Ju teve, né, tia Sarah? Parecia.
– Não sei, meu amor. Acho que pode ter sido, mas vamos esperar pra ver o que os médicos vão dizer, tá bom?
– Eu não quero que a minha irmã vá pro céu igual à minha mãe. – Ele falou tão baixinho, que acho que nem se deu conta de que seu pensamento tinha sido verbalizado.
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Meu Abrigo - AU Sariette
RomanceJuliette Freire é uma atriz/cantora de sucesso. Aos 34 anos, está no auge de sua carreira no Rio de Janeiro. Quando acordou naquele fatídico dia 10 de março, Juliette não tinha ideia que sua vida estava prestes a virar de cabeça para baixo. Sarah An...