Dezessete

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Oi, meus amores! Volteeeei!

Juro que vou me esforçar para trazer os capítulos com mais frequência. Passei por um momento difícil esses últimos meses, mas as coisas estão começando a melhorar e o meu ânimo para escrever está finalmente voltando.

Este capítulo está um pouco mais curto do que as bíblias que eu costumo escrever aqui, mas espero que gostem da mesma forma.

ALERTA GATILHO: Crise de pânico.

Me contem tuuuudo que vocês estão achando.

Xêro na cara e boa leitura!

***

O dia havia sido incrivelmente longo. Apesar de estar em um lugar belíssimo e o Rodrigo Hilbert e sua equipe tratarem a mim e ao Bê com muito carinho, a entrevista me fez perceber que eu realmente não estava tão bem quanto eu achava. 

Desde a morte da minha irmã e a reviravolta que aconteceu na minha vida com a vinda das crianças para o Rio, eu não pude me dar ao luxo de processar tudo e lidar com as minhas próprias questões. 

Eu havia ligado o piloto automático e a minha vida tinha se tornado um eterno apagar incêndios e cuidar dos meus sobrinhos para que nada lhes faltasse. E nesse processo, eu havia esquecido de mim mesma.

Mas bastou uma caixinha de música para que a minha vida metesse o pé no freio e abrisse todas as comportas da minha dor. O meu luto, que eu havia deixado guardado, escondido a sete chaves, explodiu dentro de mim com uma força tão absurda, que parecia que eu ia morrer de tanta dor. 

Minha irmã. Minha caçulinha. Minha melhor amiga durante tantos anos.

E ter que inevitavelmente falar disso hoje sem desabar na frente das câmeras tinha exigido de mim um autocontrole descomunal, que tirou todas as minhas forças. Olhei para o Bernardo, que dormia no banco ao meu lado no jatinho que nos levava de volta a São Paulo. Um menino tão lindo, tão inteligente, tão carinhoso. Hoje, em vários momentos, ele veio me abraçar – como se sentisse que eu precisava de um conforto, um abraço para conseguir seguir em frente. 

Minha irmã teria tanto orgulho dele. Da criança maravilhosa que ela criou. 

Ele e a Duda. A cada dia que passava, mais impressionada eu ficava com os dois, e o quanto eu os amava. Eles podem não ter vindo de mim, mas eu já os amava como se fossem meus filhos. Lembrei da promessa que fiz à minha irmã quando a colocamos para descansar em Miguel Pereira. Ao ver seu caixão descer ao solo, eu jurei que cuidaria dos seus filhos, que os amaria e nunca os abandonaria.

Quando finalmente chegamos no hotel, já passava das nove da noite. Estávamos os dois exaustos, Bernardo e eu. Enquanto ele tomava banho, pedi o nosso jantar e mandei mensagem para a Sarah para saber como tinha sido o dia delas. Nós falamos brevemente, pois a comida logo chegou, e quando peguei o celular para ligar para ela de novo, vi sua mensagem de boa noite. Pelo visto o dia tinha sido longo para elas também, pois a Duda também havia me mandado mensagem dizendo que já ia dormir. 

Depois que o Bê dormiu, eu tomei um banho e deixei a água quente cair com força na minha musculatura tensa, numa tentativa de relaxar. Mas mesmo assim, tive uma noite de sono agitada, acordando de hora em hora. Quando acordei com o despertador às oito, me sentia exausta. Como a gravação da Avon era só às 11h, me dei ao luxo de dormir mais um pouco. Bernardo ainda dormia, mas eu sabia que ele ficaria bem se acordasse e eu ainda estivesse dormindo.

Acordei novamente às nove, e desta vez, relutantemente, tive que levantar. Meu sobrinho assistia um desenho na TV e sorriu quando viu que eu já estava acordada. 

– Bom dia, meu amor. – Falei com um bocejo, chamando-o com os dedos para um abraço. Quando seus bracinhos envolveram os meus ombros, eu o puxei para o meu colo, deixando um beijo nos seus cabelos. – Dormiu bem? 

Meu Abrigo - AU Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora