Capítulo II - COLEGAS DE QUARTO

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Capítulo II – COLEGAS DE QUARTO.

Depois daquele encontro tenso no corredor da delegacia, fomos para a sala de comando e Charles nos mostrou os dados que tínhamos, não mexíamos com bombas, então só acompanhávamos a operação no Palácio do Itamaraty pelas câmeras, o espaço aéreo de São Paulo já estava seguro de novo, a Aeronáutica tinha entrado em ação, e conseguiu afastar o avião estranho. Porém tudo isso, era muito louco, por quê preparar armadilhas? Sabíamos que era pra nos confundir e não nos deixar focar no alvo real. Mas onde? Onde era esse alvo? E quem estava por trás disso? Não recebemos nenhum comunicado ou ameaça real.

Eu estava deitada em um dos alojamentos nos fundos da delegacia, onde quando estávamos de plantão ou a muito tempo na delegacia, ou se não queríamos voltar pra casa podíamos ficar. Cada alojamento possuía duas camas, um banheiro e um frigobar. O alojamento 3 era só meu, e todos sabiam disso, por isso quando bateram na porta imaginei que era alguma noticia a respeito das linhas aéreas que havíamos interditado, eu não estava preparada pra aquilo que eu vi.

- Que que aconteceu? – falei abrindo a porta achando que era Charles com noticias, mas pra minha surpresa era Luke com uma mochila nas costas. – O que você quer?

- Eu vim descansar – falou passando por mim como se eu nem estivesse ali.

- Como assim descansar,  ta louco?

- Descansar Lana, é o ato de deitar em algum lugar e tentar dormir ou só relaxar o corpo, conhece isso?

- Ra ra ra Luke, muito engraçado, agora fora.

- Não. – ele respondeu com toda a calma e tranquilidade possível.

- Que? Esse alojamento é meu. Por favor, da licença Luke.

- Por favor? Nossa que mudança...

- Então vai sair?

- Hum...deixa eu pensar...Não. – ele disse dando um sorriso meio de lado. Ai droga, to ferrada, isso não vai dar certo. – Por quê você quer que eu saia?

- Porque sim, que droga Luke.

- Ta com medo de ficar comigo em um quarto Lana? – ele diz isso se levantando da cama e vindo em minha direção.

Droga que que eu faço? Você deve estar se perguntando cadê aquela mulher decidida e segura de hoje de manha, pois é, eu também não sei onde ela foi parar. Já são 20h eu to cansada, com fome, e sono, eu virei a noite e dormi menos de 4h hoje, e Luke tem o poder  de me abalar mesmo quando estou nos meus melhores momentos, imagina assim.

- Deixa de ser infantil Luke, cla...claro que não... – enquanto eu fui falando ele foi chegando mais perto, e descendo a boca no meu pescoço

Ai meu Deus, o que que eu faço?

- Para Luke.

- Por quê?

- Porque sim, eu não quero.

- Mentira, eu te conheço Lana, eu te conheço muito bem, lembra?

Ai Jesus, meu coração já estava na boca e minhas pernas derretendo, pensa rápido Lana. E então eis que surge a ideia, tudo bem que ele vai me xingar pra caramba, mas é melhor eu me proteger. Abracei Luke e fui falando baixinho...

-Lembro Luke, claro que eu lembro. – de repente eu dei uma joelhada bem...lá, e Luke se afastou de mim caindo no chão.

- Me lembro muito bem, que você se acha pra caramba, e que não conhece nada a meu respeito.

- Você é louca garota? Eu quero ter filhos um dia sabia? Puta que pariu.

- Eu sinto muito pela sua esposa, mas acho que ela não vai ter nada depois dessa joelhada.- e sai dando risada enquanto ele ficou lá me xingando. É bom pra aprender.

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Passamos a noite toda procurando alguma ligação que pudesse nos dar um norte, mas esses caras eram muito bons. Não havia nada, nem armas roubadas, nem cargas, nem navios com produtos suspeitos. Nada.

Eu já estava estressada porque eu não tinha dormido bem, depois que eu sai do alojamento ontem eu fui para o meu escritório, mas não consegui dormir, não vou admitir que fiquei pensando naquele-que-não-deve-ser-nomeado, porque nunca vi, parece que tem ouvido supersônico e se você falar o nome dele, ele se materializa do seu lado. Eu consegui tirar apenas um cochilo, mas tirando meu mal humor que era normal, eu estava bem.

Fui pra academia da delegacia, existia uma academia de musculação, uma pra praticas de artes marciais, e uma piscina pra nós funcionários. Eu fui pro tatame, e encontrei Charles lutando com Antonio, eles eram muito bons. Charles terminou com Antonio e fizemos um round de luta livre, ele não pega leve porque eu era uma menina, e isso é bom, meus inimigos também não pegariam leve por esse detalhe.

Eu estava já pegando minha toalha pra ir pro chuveiro, quando ele entrou no ginásio.

- Charles meu amigo, ela não te deu nenhum golpe baixo não é? Porque pra ganhar ela é capaz de tudo.

Charles só ria e me olhava de canto de olho.

- Não não Luke, Lana luta muito bem, não precisa de golpes baixos...rsrs.

- Sorte sua meu amigo, sorte sua.

- Vocês sabem que eu estou aqui ainda né?- perguntei me virando para os dois.

- Own, desculpe querida eu não tinha te visto. – me respondeu colocando as mãos pra cima como gesto de rendido.

Eu já fui andando parecendo uma onça pra cima dele.

- Primeiro eu não preciso jogar sujo como você pra ganhar alguma coisa, segundo eu não sou sua querida.- dizendo isso eu dei uma rasteira nele, porém ele se segurou no meu braço e eu acabei caindo em cima de seu corpo.

Ele se virou e me prendeu embaixo de seu corpo e aproximou seu rosto do meu, eu não consegui me mexer, estava presa, droga, eu e meu gênio explosivo, porque eu não sai e fui embora?

- Primeiro eu não faço de tudo pra ganhar, segundo eu gosto de ganhar principalmente se for de você, e terceiro...- ele disse bem próximo ao meu ouvido só pra eu ouvir - ...você é MINHA...querida.

- Não....eu....não....sou...- fui falando e me mexendo pra criar um ponto de apoio pra nos virar. Consegui, virei nossos corpos ficando sentada em cima dele de novo.

- Eu ganhei – falei com um sorriso bem irônico no rosto.

Ele me olhou e sorriu.

- Eu não estou reclamando em nada da posição em que nos encontramos...querida. – depois que ele falou isso que eu percebi em qual posição estávamos, aaaaaaah! Eu mato ele.

Sorri, e fui fechando meu punho e sem ele perceber fui conseguindo o impulso necessário.

- A é? Você está confortável ai?

- Estou bem tranquilo. Eu poderia ficar assim o dia todo e a noite também sem me cansar. – e me olhou de forma bem sugestiva percorrendo todo o meu corpo e se demorando em minhas pernas e na junção de nossos corpos, pra depois voltar aos meus olhos e soltar seu sorriso torto de arrancar calcinhas, um olhar que me queimava e que fez meu corpo arder pra fazer o que ele sugeriu naquelas palavras. Se controla Lana! Foco, pelo amor de Deus.

- Ah! Que bom, talvez eu possa te ajudar com isso. – seus olhos brilharam, falando isso soltei toda a força que eu tinha em meu braço no lado esquerdo do queixo dele o levando a nocaute.

A CAÇADAOnde histórias criam vida. Descubra agora