Capítulo 8 - O Único Sangue

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Liz, Karl e Lauren, caminham pela floresta úmida e agora escura. É perceptível o cansaço no rosto dos guerreiros, mas Liz afirmou que não iria descansar durante a noite e que seu objetivo é chegar na clinica antes do sol nascer. É muito mais difícil notar a chegada da nevoa durante a noite, porquê os pássaros não cantam, o ambiente é escuro impossibilitando a visualização da nevoa, incluindo o vento que durante a noite é sempre forte, assim confundindo os guerreiros. Para Liz, a nevoa não é um problema, mas agora com a companhia não opcional de Karl e Lauren, isso se torna uma grande preocupação.

—Qual é a sensação de passar pela nevoa? Você sente algo? —questiona Lauren com curiosidade, enquanto segura uma lamparina

—Apenas um vento muito forte e o gosto de metal na boca, como radiação ou algo do tipo

—Sinistro —comenta Karl

Lauren suspira e apenas o barulho dos seus pulmões esvaziando e audível na floresta.

—Algum problema? —Karl pergunta

—Olha Liz, eu não tive tempo para dizer isso, mas sinto muito pelo Rian...

—Nós ainda não temos tempo para isso

—Foi algo impensado, eu estava com raiva, agi no impulso

—Você sempre age no impulso

Liz continua caminhando olhando para frente

—Eu sei...

—Se você soubesse teria se controlado e me escutado, mas você não deve desculpas a mim, deve a irmã dele, ao povo dele que ainda acredita que o Rian esteja vivo, e não tenha sido morto de uma maneira tão covarde, sem chances alguma para se defender

—Você fala como se não matasse ninguém... —Lauren fala com indignação

—Não anule os seus problemas com os meus, sabe a diferença de mim para você? Eu sei onde vou parar depois de tudo isso, eu sei o que fiz mesmo que eu tenha tido as melhores intensões, mas você Lauren, se engana achando que tem uma salvação, mas deve ser tão ruim quanto qualquer um de nós.

Não é dito mais nada durante toda a noite. Como o planejado, Liz, Lauren e Karl, chegam na clinica antes mesmo do sol nascer. A porta de ferro maciço tampa quaisquer chances de ver o interior da clínica. Karl, puxa uma alavanca que estava ao lado da porta, assim ressoando um som agudo e extremamente alto, os obrigando a tampar os ouvidos com as mãos. Em poucos minutos, um homem aparece vestindo uma roupa completamente fechada como um guerreiro ou um guerreiro astronauta, uma vestimenta não identificada, nunca vista.

—Liz, imaginei que viria —diz o homem —apenas peço para que deixem suas armas aqui —ele aponta para um suporte —fiquem tranquilos, elas estão seguras

Os guerreiros se entre olham, Liz dá um passo a frente, fazendo o homem ficar em alerta, porem Liz, coloca a sua espada no suporte, assim, Lauren e Karl, repetem a ação.

—Me sigam, o Hammon, está esperando

—Hammon? —Liz questiona

—Sim, ele é quem deve conversar

Eles caminham pelo extenso corredor da clínica, que se encontra totalmente modificado, as paredes não são mais completamente brancas, possui painéis de plantas onde coincidentemente, um senhor com os cabelos já tomados pelo branco, as rega e cantarola. Não há mais pessoas perambulando em estado praticamente catatônico, apenas cientistas com jalecos circulando de uma sala a outra. O rapaz que recebeu os guerreiros, para em frente a uma sala de porta de vidro, onde um homem espera atrás de uma mesa.

A Herdeira da Guerra. Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora