80| vitória e tom

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Vitória Lacroix

-É, Tom, eu concordo que você bagunçou minha vida quando voltou. - dei de ombros

-E-Eu sei disso. - Tom respirou fundo - E por isso achei que a melhor maneira de consertar tudo seria indo embora de novo...

-Tudo bem. - falei, enquanto aplicava um band-aid em sua testa machucada. - Mas isso não explica o que veio fazer aqui. Por que você voltou?

-Porque eu não consegui, Tori. - murmurou baixinho - Porque eu sou fraco. Eu sou um egoísta!

-É egoísta por que não foi embora pra Califórnia? - indaguei, com as sobrancelhas arqueadas.

-Sou egoísta porque não consegui ao menos te imaginar fora da minha vida. - ele respondeu, me surpreendendo. - Mesmo sabendo que baguncei toda a sua vida de novo, não consegui lidar com o fato de que você não fosse mais minha.

-E por isso pegou um avião de volta para cá? - segurei o riso

-Sim, patético né? - Tom sorriu acanhado - Me desculpa por bagunçar a sua vida, Tori. Mas eu vou ter que ser egoísta e te pedir para me aceitar de volta.

Um silêncio se instalou entre nós. Não um silêncio constrangedor, mas sim reconfortante. Eu o olhava com um sorriso calmo, eram bom. A sensação de o ter ali e saber que ele queria ficar, era boa.

-Você é um idiota, sabia? - revirei os olhos, após esse tempo calados. - Teve que me dar o fora e pegar um avião pra Califórnia pra perceber que ainda gostava de mim.

-Ei, não foi isso. - botou a mão no peito, fingindo estar ofendido. - Eu peguei um segundo avião também, gastei o dobro porque a passagem foi de última hora...

-Realmente, você é um bobalhão! - selei nossos lábios calmamente

-Então, é isso? - ele indagou, pouco confuso. - Nós vamos finalmente ficar juntos?? sem pedras no caminho, sem outras pessoas atrapalhando, sem dramas idiotas???

-Eu cansei de lutar, Thomas Stanley Holland. - ajeitei seu cabelo bagunçado - Já aceitei que vamos ter que ficar juntos, independente do que aconteça.

-É, eu tô começando a achar que o destino quer muito a gente juntos. - ele riu - E acho melhor obedecermos, sabe? Eu não quero que a nossa separação seja responsável pelo fim do mundo, ou sei lá.

-Realmente, porque depois de tudo que passamos. - suspirei - Você me conquistando no ensino médio, só por causa de um jogo idiota...

-Você me fazendo me apaixonar por ti e depois quebrar meu coração na porta da minha casa! - Tommy me cortou, me fazendo rir.

-Você voltando pra minha vida, já namorando outra pessoa, me fazendo achar que ainda não tinha te superado. - retruquei

-E você não tinha mesmo. - rimos - Nossa, Vitória, a gente é um casal horrível...

-Somos, nós somos os piores! - cruzei meus braços ao redor do seu pescoço, e ele segurou em minha cintura.

-Os nossos filhos nunca vão saber dessa história, vamos dizer a eles que nos conhecemos... - ele pensou - Na fila de uma montanha-russa.

-Eu tenho medo de montanha-russa, bocó! - ri, beijando sua bochecha.

-Droga, é verdade. - Tommy revirou os olhos - Bom, mas a gente não precisa pensar nisso agora.

-É, a gente deveria se preocupar em primeiro fazer os filhos, sabe? - o encarei e o garoto me olhou com os olhos arregalados

-Eu espero que isso seja um eufemismo pra sexo, porque, olhando nossas vidas atuais, ter um bebe agora seria um caos e... - ele ia falando, todo eufórico, mas o cortei com um beijo lento.

-Eu te amo! - disse simplesmente, o abraçando.

-Eu te amo mais. - respondeu, me abraçando de volta. - E amo nossa relação caótica.

[...]

Bom, posso dizer que depois disso, eu e Tom tivemos nossa relação quase perfeita (claro, nenhuma delas é 100% perfeita). Ele continuou fazendo o curso de robótica por aqui e, depois de dois meses, voltou para a CallTech.

Mas logo abriram vagas para trabalhar aqui na cidade, uma proposta bem melhor, e Tommy voltou para cá. Compramos um apartamento maior e até adotamos um cachorro.

Passaram-se três anos e eu finalmente acabei minha faculdade. Agora eu estou feliz, com um namorado que me ama, um cachorro, formada, trabalhando no que gosto e um apartamento grande.

Não sei como isso poderia melhorar.

[...]

Tom Holland

Eu estava na cozinha do apartamento, esperando a lasanha de micro-ondas ficar pronta. Visivelmente nervoso eu andava de um lado para o outro enquanto escutava o barulho da comida ficando pronta.

Estava dando graças a deus por hoje ter tirado o dia de folga e assim Vitória não me veria ansioso como agora. Porém, sabia que ela logo chegaria.

O ponto é: Hoje estamos completando 4 anos de namoro e eu queria pedi-la em casamento. Sei que pode parecer muito cedo, mas eu tenho um pressentimento de que essa é a hora certa.

Nós dois nunca havíamos conversado sobre casamentos ou coisas do tipo, porém ambos já temos 25 anos, acho que estamos mais que prontos.

-Eu sou um idiota. - pensei alto - Fazer 4 anos de namoro já deixa qualquer um nervoso e eu ainda quero falar de casamento? Isso é ridículo.

Ok, talvez eu nem eu esteja certo disso.

-E se ela achar que é muito cedo? - continuei falando sozinho - E se ela se assustar e resolver terminar comigo? Meu Deus, essa ansiedade vai me matar.

A campainha então tocou e eu dei um pulo, me tirando de todos os pensamentos. Retirei a lasanha do micro-ondas, que já estava pronta, e a coloquei em uma travessa de vidro, a posicionando no centro da mesa de jantar.

Caminhei até a porta, a abrindo em seguida.

-Oi, meu amor... - sorri, tentando parecer confiante.

-Oi, meu bem. - ela deu um beijo em minha bochecha apressada e me entregou uma garrafa de vinho, entrando em casa.

-Então, como foi o trabalho hoje? - perguntei, levemente desconcertado, colocando a garrafa de vinho na mesa.

*****

Espero que tenham gostado desse capítulo, meus amores. Eu ia encerrar a fanfic na parte que a Tori diz como está a vida dela, mas resolvi fazer um spin-off com esse pedido de casamento e tudo mais (acho que mais algumas coisinhas estão por vir).

Obrigada por lerem até aqui e até o próximo. PS.: EU PROMETO QUE A FIC COM O PETER SAI QUINTA-FEIRA, JURO...

Mude Por Ela ❀ Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora