Mude Por Ela ❀ Tom Holland

5| vitória

Vitória Lacroix

-Calma, Vitória, respira fundo, vai dar tudo certo. - repeti para mim mesma na frente do espelho

Nervosismo era pouco para definir o que eu estava sentindo. Enquanto eu me arrumava para a escola, pensava em todas as maneiras possíveis de dar errado.

-Vitória, você vai se atrasar... - minha mãe disse, entrando em meu quarto.

-Eu to com medo, mãe. - suspirei - E se alguma coisa muito ruim acontecer? E se eu tropeçar, ganhar um 0 na minha apresentação, os alunos derem risada da minha cara? - coloquei a mão na testa - E se o Tom não gostar da minha apresentação?

-Não precisa ficar nervosa, meu amor. Você vai se dar bem, eu sei disso! - me abraçou

[...]

-Vitória Lacroix. - chamou meu professor e eu subi no palco

Olhei para a pequena plateia: Havia uns 20 ou 30 alunos, meus professores de física, química e biologia e, lá no fundo, em uma das ultimas cadeiras, estava o Tom. Caramba, ele veio mesmo.

Os outros 2 alunos que participavam comigo, tinham trazido computadores, cartazes, slides, pesquisas de mais de 40 paginas. Enquanto eu levava comigo apenas uma folha de caderno meio ameaçada. Só isso já me deu uma enorme vontade de vomitar.

-E então, Vitória, sobre o que é a sua pesquisa? - perguntou o professor dia química, me tirando dos pensamentos.

Diferente dos outros professores, meu professor de química não gostava muito de mim.

-Buracos Negros! - respondi rapidamente

-Pode começar. - declarou a professora de biologia

-Criei uma teoria muito interessante sobre o buraco negro de cinco dimensões. Acho que pode-se "quebrar" a teoria de Einstein...

-Mas o buraco negro de cinco dimensões é só um mito! - disse o professor de física

-Na teoria sim, mas não na pratica. - continuei - Em uma simulação desenvolvida pelos computadores da escola, descobri que esse buraco negro seria fino, em formato de anel, com algumas "protuberâncias" mais gordas conectadas por cordas que, eventualmente, ficam tão finas que acabam por se tornar pequenos buracos negros por conta própria.

-Pensei que o tema da redação era "Pesquisas Cientificas", e não "Teorias Tolas Criadas Por Alunos"... - o professor de química me cortou

-Não é uma teoria, é cientifico, eu to comprovando isso agora. - protestei - Na Teoria da Relatividade, Einstein atesta que a singuralidade existe dentro dos buracos negros, e que eles são contornados pelo horizonte de eventos, que é o ponto onde se torna impossível escapar da gravidade do buraco negro, correto?

-Corretíssimo! - concordou a professora de biologia

-O problema é que a singularidade nua não tem horizonte de eventos, logo, as leis da física não se aplicam a esse buraco negro, e se tornam inteiramente questionáveis. - conclui

-Por um lado, faz sentido. - o professor de física se levantou - Mas isso não muda o fato de que você não trouxe a pesquisa que pedimos...

-Eu gostei da teoria dela, acho que daria certo se colocássemos em pratica! - minha professora de biologia sorriu

-E o que faremos agora? - perguntou o de química

-Eu tive uma ideia. - meu professor de física veio até mim - Se você puder provar alguma coisa vinda do seu texto na próximo apresentação, você passa.

Eu dei pulinhos de felicidade e abracei meu professor com empolgação.

[...]

Saí do auditório e encostei na parede ao lado da porta. Escorreguei até o chão, abraçando meus joelhos, em posição fetal.

Eu suspirei, para não acabar tendo uma crise de pânico ali mesmo.

-Mandou bem... - disse uma voz a minha frente

Levantei a cabeça assustada, me deparando com Tom, sorrindo.

-O-Obrigada. - gaguejei - Mas não acho que fui tão bem. Se tivesse, não teria sido repreendida! - dei de ombros

-Não foi tão ruim. Eles não teriam te dado outra chance, caso o contrario. - estendeu sua mão para que eu pudesse levantar.

Hesitei por um momento em aceitar a ajuda. Mas que mal isso faria? Peguei em sua mão e ele me puxou para cima.

-Sim, só espero não estragar tudo como da ultima vez... - suspirei

Achei que nossa conversa fosse acabar aqui. Porem, ele começou a andar do meu lado, continuando o papo.

-Você é inteligente, Lacroix, vai conseguir... - deu uma piscada

Em seguida apenas nos despedimos, e ele seguiu para encontrar os amigos. Isso é mesmo real? Esse tipo de coisa não costuma acontecer comigo.

[...]

Cheguei em casa, cumprimentei meus pais e subi para o meu quarto, ligando para Hellen, em seguida.

ligação on

-E depois ele me chamou de inteligente e piscou pra mim! - disse, animada, terminando de contar o que havia acontecido.

-Isso é incrível. - ela riu

-Sabe, eu me sinto uma pré-adolescente boba tendo um derrame por causa do carinha da escola... - ri fraco

-É exatamente isso que ta acontecendo. A diferença é que você não é mais uma pré-adolescente!

-Não acredito que estou tendo essa conversa só no final do ensino médio. - respirei fundo

-Espero que ele te convide pra sair...

-Acho que não. Eu sinto que não faço o tipo dele!

-Quem sabe? Vocês estão conversando mais agora.

-Eu não sei. Não sei se quero que ele se aproxime também. - cruzei os braços, segurando o celular com os ombros.

-O QUE? - gritou, me fazendo quase derruba-lo. Você gosta dele desde a 8° série, e não quer que ele fique perto?

-Não quero participar da "listinha" dele. Eu já disse pra você que só quero me abrir com alguem quando perceber que é a pessoa certa... - suspirei

-Amiga, lamento dizer, mas pelo menos uma vez na vida você vai precisar passar por uma desilusão amorosa. Todo mundo passa por isso!

-Mesmo assim, quero tentar evitar.

ligação off

Depois disso, apenas nos despedimos e encerramos a chamada.

*****

Eu sei que esse capítulo ficou enorme, me desculpem. Mas se eu dividisse ele em duas partes, ia ficar meio chato. Espero que entendam...